segunda-feira, 12 de maio de 2014

Opinião - Planeta do Exílio

Ficha Técnica:
Autor: Ursula K. Le Guin
Título Original: Planetof Exile
Páginas: 191
Editor: Livros do Brasil
ISBN: ?
Tradutor: Raul de Sousa Machado

Sinopse:
uma obra de Urusla K. Le Guin é sempre um hino è liberdade e à dignidade humana. O Mundo de Rocannon não podia ser uma excepção. É a história de um pacífico planeta, povoado por humanóides de pele escura e cabelos dourados, em que o antropólogo Rocannon trabalha calmamente - até que o planeta é invadido por forças com uma tecnologia superior, que os nativos de modo algum podem igualar. O único factor que os invasores não tomaram em conta é a presença de Rocannon. Reunindo os nativos, ele consegue voltar o poder do inimigo contra as suas próprias forças, provando que a tecnologia da guerra nada pode contra a coragem e o amor pela liberdade.A colónia terrena no distante planeta Eltanin vive abandonada há seiscentos anos e encontra-se à beira da extinção; os seus únicos vizinhos são uns nómadas primitivos que os receiam mas cuja proximidade buscam para passarem os longos e cruéis invernos de quinze anos. O final do Outono coloca-os perante a maior ameaça que jamais enfrentaram: hordas de bárbaros do norte preparam-se para a sua periódica migração para o sul, e os fantasmas da neve, etéreos e assassinos, começam a aparecer por entre as florestas. Se terrenos e nativos não forem capazes de se sobrepor a seiscentos anos de medo e desconfiança, juntando as suas forças contra os invasores, nenhumas das raças sobreviverá àquele Inverno.

Opinião:
Só houve uma coisa que detestei no livro. A porcaria da tradução e revisão. Enquanto que no livro anterior que li (O Mundo de Rocannon) estas não estavam más, neste livro foi o descalabro! O principal problema é estarem constantemente a trocar o sexo aos personagens. Tão depressa um é uma como vice-versa. Às tantas já não sabia muito bem a quantas andava e apetecia-me bater em alguém!

Tirando isso, não houve mais nada que me tivesse incomodado ou de que não tivesse gostados. Esta é uma história ligeiramente pequena, mas na qual se nota o desenvolver da escrita da autora comparativamente ao livro O Mundo de Rocannon. Este desenvolvimento prende-se com o a própria cultura criada, e por todas as características planetárias que nos são apresentadas. A autora não se limita a apresentá-las, mas mostra-nos que o facto de estas serem diferentes daquilo a que os humanos estão habituados têm consequências para estes. No entanto o ponto fulcral da narrativa é sem dúvida a abordagem que a autora faz ao racismo. A maneira que temos de olhar para os outros com desconfiança e superioridade só porque pertencemos ou somos nativos de um determinado local. Isso não é nem nunca será correcto. Há uma necessidade de aprendermos a viver em conjunto, a aceitarmo-nos uns aos outros e utilizar essas relações para conseguir ultrapassar adversidades, porque independentemente da nossa raça, quando nos unimos somos mais fortes. A autora mostra-nos também a capacidade que o ser humano tem para se adaptar a diferentes modos de vida, e a influência que aquilo que nos rodeia tem sobre a maneira como nos comportamos e as nossas características biológicas mais simples.

Uma vez mais foi um livro que adorei. Para já resta-me adquirir a restante obra da autora relativamente ao ciclo Hainish.

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