Ficha Técnica:
Autor: Hans Olav Lahlum
Título Original: Menneskefluene
Páginas: 368
Editor: Asa
ISBN: 9789892330358
Tradutor: Elsa T. S. Vieira
Sinopse:
Num pequeno prédio em Oslo onde todos os moradores se conhecem, dá-se um crime impossível. Harald Olesen é assassinado a tiro na sua sala de estar. A arma não foi encontrada. A divisão estava fechada à chave por dentro, o apartamento vazio. Admirado por todos, Harald era um lendário herói da resistência a Hitler. É difícil imaginar quem terá cometido um crime tão vil. Mais complicado ainda é imaginar como terá sido executado. O detetive inspetor Kolbjørn Kristiansen (também conhecido como K2) é chamado ao local. À medida que interroga os vizinhos da vítima, K2 começa a desenredar uma teia de mentiras que teme não ter fim. Felizmente, tem uma aliada: Patrícia Borchmann. A jovem está confinada a uma cadeira de rodas mas a sua mente prodigiosa não se detém perante tais limitações. Juntos, são a única esperança de deslindar este enigma aparentemente insolúvel.
Opinião:
Crime Num Quarto Fechado é um policial bastante bem escrito. É um livro bastante completo, desde o enredo até aos personagens e à descrição do ambiente presente e passado.
Esta história começa com um homicídio quase impossível de descubrir. A morte de Harald Olesen em que apenas se encontrou um corpo, sem arma do crime e sem que alguém no prédio tivesse visto a pessoa que o matou sair do prédio apesar de existirem várias nas premissas onde ocorrer o homicídio. Desde o início da história que este se mostra um caso extremamente complexo e difícil de resolver, a não ser pela extrema inteligência de Patrícia. Se não fosse ela quase de certeza que esta história não teria um final feliz.
Ao longo de toda a narrativa é praticamente impossível descobrir quem é o verdadeiro assassino. As pistas vão sendo reveladas aos poucos de modo a tentar-se criar o retrato deste assassino extremamente astuto e organizado. E só mesmo no final quando todas as peças estão juntas é que tudo passa a fazer sentido.
Percebe-se que Patrícia é capaz de fazer várias associações com aquilo que acontece e que é dito, bem como consegue ler entre as linhas daquilo que é dito pelos suspeitos do homicídio. Ou seja, Patrícia aqui é o cérebro da operação enquanto que Kolbjørn acaba por ser a força bruta. Este foi um aspecto um pouco decepcionante do livro. Da maneira como a sinopse está escrita somos levados a crer que o detective Kolbjørn é alguém extremamente inteligente, perspicaz e que tem a ajuda de Patrícia. Não é bem isso que acontece. Às vezes parece mais que é Kolbjørn que está a ajudar Patrícia do que o contrário.
Gostei dos personagens criados pelo autor. Todos eles são bastante humanos, com os seus erros, os seus medos, as suas mentiras. É impossível não nos vermos em algumas situações ou sentirmo-nos empáticos com os dilemas de alguns deles. Foi interessante aperceber-me ao longo da narrativa que a tendência do ser humano é ser dissimulado e ao mesmo tempo tentar proteger-se a si próprio em vez de contribuir para um bem maior. Gostei que o autor tivesse escolhido personagens na sua maioria afectados pela guerra. Foi possível ver o trauma que esta deixou em muitos deles e como isso os afecta de diversas maneiras dependendo das suas personalidades.
Outro ponto que me impediu de gostar tanto do livro como esperava foi o facto de sentir que o detective se estava a aproveitar de Patrícia por fazer o trabalho por ele levando a que ele tenha fama de capaz quando na realidade ele parece não ter muito jeito para a coisa. Acharia mais interessante se o autor tivesse optado por focar mais o livro em Patrícia do que em Kolbjørn.
Não posso deixar de referir que achei caricato o facto de Patrícia ter como base para a sua investigação as técnicas usadas nos livros de Agatha Cristhie e Arthur Conan Doyle. Afinal de contas, nós estamos a ler um livro e não deixa de ser engraçada esta característica da personagem.
Este é sem dúvida um policial que aconselho a quem gosta do género, pois apesar das pequenas falhas está extremamente bem escrito e conseguido.
Esta história começa com um homicídio quase impossível de descubrir. A morte de Harald Olesen em que apenas se encontrou um corpo, sem arma do crime e sem que alguém no prédio tivesse visto a pessoa que o matou sair do prédio apesar de existirem várias nas premissas onde ocorrer o homicídio. Desde o início da história que este se mostra um caso extremamente complexo e difícil de resolver, a não ser pela extrema inteligência de Patrícia. Se não fosse ela quase de certeza que esta história não teria um final feliz.
Ao longo de toda a narrativa é praticamente impossível descobrir quem é o verdadeiro assassino. As pistas vão sendo reveladas aos poucos de modo a tentar-se criar o retrato deste assassino extremamente astuto e organizado. E só mesmo no final quando todas as peças estão juntas é que tudo passa a fazer sentido.
Percebe-se que Patrícia é capaz de fazer várias associações com aquilo que acontece e que é dito, bem como consegue ler entre as linhas daquilo que é dito pelos suspeitos do homicídio. Ou seja, Patrícia aqui é o cérebro da operação enquanto que Kolbjørn acaba por ser a força bruta. Este foi um aspecto um pouco decepcionante do livro. Da maneira como a sinopse está escrita somos levados a crer que o detective Kolbjørn é alguém extremamente inteligente, perspicaz e que tem a ajuda de Patrícia. Não é bem isso que acontece. Às vezes parece mais que é Kolbjørn que está a ajudar Patrícia do que o contrário.
Gostei dos personagens criados pelo autor. Todos eles são bastante humanos, com os seus erros, os seus medos, as suas mentiras. É impossível não nos vermos em algumas situações ou sentirmo-nos empáticos com os dilemas de alguns deles. Foi interessante aperceber-me ao longo da narrativa que a tendência do ser humano é ser dissimulado e ao mesmo tempo tentar proteger-se a si próprio em vez de contribuir para um bem maior. Gostei que o autor tivesse escolhido personagens na sua maioria afectados pela guerra. Foi possível ver o trauma que esta deixou em muitos deles e como isso os afecta de diversas maneiras dependendo das suas personalidades.
Outro ponto que me impediu de gostar tanto do livro como esperava foi o facto de sentir que o detective se estava a aproveitar de Patrícia por fazer o trabalho por ele levando a que ele tenha fama de capaz quando na realidade ele parece não ter muito jeito para a coisa. Acharia mais interessante se o autor tivesse optado por focar mais o livro em Patrícia do que em Kolbjørn.
Não posso deixar de referir que achei caricato o facto de Patrícia ter como base para a sua investigação as técnicas usadas nos livros de Agatha Cristhie e Arthur Conan Doyle. Afinal de contas, nós estamos a ler um livro e não deixa de ser engraçada esta característica da personagem.
Este é sem dúvida um policial que aconselho a quem gosta do género, pois apesar das pequenas falhas está extremamente bem escrito e conseguido.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)
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