segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Opinião - Rios de Prata

Ficha Técnica:
Autor: R. A. Salvatore
Título Original: Streams of Silver
Páginas: 310
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374013
Tradutor: Mário Matos

Sinopse:
Drizzt do'Urden está de volta. O temível elfo negro Drizzt do’Urden, o anão Bruenor, o bárbaro Wulfgar e o halfling Regis, iniciam uma demanda por Mithrall Hall, o lar dos antepassados de Bruenor. E à medida que os companheiros prosseguem o seu caminho, enfrentam novos desafios: Wulfgar começa a ultrapassar a aversão da sua tribo à magia, Regis está em fuga de um assassino implacável, o temível Artemis Enteri. E todos os sonhos de Bruenor em resgatar a sua antiga pátria dependem de uma rapariga corajosa. Mas é Drizzt quem enfrenta o maior teste. Cansado da desconfiança e discriminação dos habitantes da superfície, pensa em regressar ao submundo tenebroso que o viu nascer e que abandonara anos antes.

Conseguirá o elfo negro ser aceite pelo mundo da superfície ou regressará às suas tão temidas origens?

Opinião:
Rios de Prata começa pouco tempo depois dos acontecimentos do livro anterior. Neste livro ficamos a par da viagem empreendida pelos nosso heróis de forma a conseguirem descobrir a localização de Mithrall Hall, o antigo reino de Bruenor. Ao longo de toda a trama veremos os heróis a enfrentar vários perigos e muitas aventuras e também a aprenderem novas formas de estar na vida.

Tendo em conta que os livros são baseados num jogo é perfeitamente normal que as descrições sejam bastante visuais. Além disso é utilizada ao longo de todo o livro a fórmula do "é desta que não se safam" e de repente acontece algo que vai salvar os nossos heróis mesmo por um triz. As personagens em si também são bastante estereotipada, sendo que temos o bárbaro que actua basicamente através da força em vez de usar o cérebro, o anão mal disposto e rezingão, o amigo esquivo e traiçoeiro, o elfo com grandes valores morais e que se mantém sempre no caminho certo e a heroína que é de uma beleza extrema, mas que de fraca não tem nada. Contudo o autor faz com que o estereotipo funcione na medida em que a história em si e os acontecimentos se adaptam às personagens. É-nos ainda apresentada mais pessoalmente um personagem já mencionado no livro anterior que irá trazer para o drow um mundo de novas questões.

É verdade que este é um tipo de livros mais virado para a aventura e para o contexto visual. No entanto não é por isso que deixa de ser um livro que tem momento de reflexão. Ao longo de toda a narrativa vamo-nos percebendo do valor da amizade e de quanto esta é importante, e que quem realmente gosta faz tudo pela outra pessoa, independentemente dos seus defeitos. Há também vários diálogos em que nos apercebemos da sabedoria dos personagens apesar de alguns serem de tenra idade. E é sempre gratificante vermos personagens que temos vindo a acompanhar aprenderem novas lições e tornarem-se pessoas mais sagazes e compreensivas do mundo que os rodeia.

Há pequenos pormenores que me deixaram um pouco incomodada ao longo da narrativa, como o facto de Bruenor estar constantemente de mau humor. Não me lembrava assim dele das outras obras que já li do autor e senti-me um pouco surpresa com tanta amargura demonstrada. O facto de que na sinopse é dada grande importância ás dúvidas de Drizzt e depois estas serem superadas tão rapidamente com uma simples conversa e sem quase haver um momento de introspecção deixou-me também um pouco amargurada. Sinceramente estava à espera de um pouco mais. Sem contar com o facto de que às vezes chateia um pouco o facto de que o drow ainda não conseguiu aceitar quem é ao fim de tanto tempo.

O livro acaba de uma maneira desesperante, na medida em que ficamos na dúvida se o mal reinante neste livro foi ou não derrotado. Irei em breve ler o próximo para satisfazer a minha curiosidade.

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