quarta-feira, 29 de abril de 2015

Opinião - Até que a Morte nos Una

Ficha Técnica:
Autor: Jonathan Tropper
Título Original: This Is Where I Leave You
Páginas: 408
Editor: Suma de Letras
ISBN: 9789898775212
Tradutor: Vasco Gato

Sinopse:
Quando Judd Foxman encontra a esposa, Jen, na cama com o seu chefe perde o trabalho e a mulher. E no momento em que começava a pensar que as coisas não podiam piorar, recebe a notícia da morte do pai, cuja última e derradeira vontade é que os filhos cumpram o Shivá, uma tradição judaica que pretende juntar, debaixo do mesmo tecto, toda a família durante sete dias. Esta será a primeira vez que o clã Foxman se reúne desde há muito tempo.
Algumas famílias podem-se tornar tóxicas quando expostas a uma exposição prolongada. E a família Foxman em particular pode atingir um nível de toxicidade letal. É nisso que Judd está a pensar, com o prato de salmão e batatas à sua frente, na mesa, tentando alhear-se dos gritos dos sobrinhos. O telemóvel do cunhado não pára de tocar, a irmã e seu eterno compincha (o irmão mais novo) insistem em desferir-lhe dardos venenosos enquanto a sua mãe, num vestido demasiado justo, o olha com uma insuportável expressão de pena. Bastam algumas horas para que a casa se torne num barril de pólvora prestes a explodir, com velhos rancores, paixões nunca silenciadas e segredos vergonhosos. E, enquanto todos à sua volta parecem perder o controlo, Judd terá de tentar descobrir se consegue encontrar um novo equilíbrio, apesar de tudo.

Opinião:
Até que a Morte nos Una é um livro sobre a família. Contudo não é sobre uma família que tem segredos que vão sendo descobertos ao longo da narrativa, não é sobre uma família cheia de demócnios e tristezas em que existe um marido abusador, ou violento ou uma mãe drogada e ausente. Este livro é sobre uma família disfuncional, sim, mas sobre uma família onde todos gostam uns dos outros apesar das suas muitas divergências.

Foi uma aventura seguir Judd ao longo dos sete dias que correspondem ao Shivá. Durante estes dias ficamos a conhecer como é que chegou ao ponto em que se encontra, separado da sua mulher Jen e apelidado de cornudo. Ficamos a saber qual a dinâmica da família, como é que as coisas chegaram ao ponto em que chegaram, em que apesar de todos se amarem não se conseguem impedir de se atacarem mutuamente de forma a ver quem magoa mais fundo.

Adorei a temática do livro, o facto de que quando toda a gente se junta vai haver alvoroço na certa e vai reinar o caos e a confusão. Provavelmente fiquei tão encantada pelo livro porque a minha família também é um pouco assim, quanto mais longe estamos uns dos outros mais gostamos uns dos outros. 

É impossível não falar de todas as outras pessoas que vão aparecendo ao longo da narrativa, Paul, Philllip e Wendy são os irmãos de Judd e são completamente disfuncionais. Principalmente Phillip ,que se porta como a criança e o inconsequente da família, e Wendy que adora mandar bocas e espetar a agulha onde ela dói mais. A mãe de Judd é também completamente alucinada! Adora partilhar a sua vida sexual com os filhos e também as suas histórias embaraçosas com toda a gente.
 
Além da temática adorei também a forma como o livro foi escrito. A voz de Judd é fantástica e prende o leitor desde o início. Judd tem uma voz bastante característica e a sua maneira de contar os acontecimentos é também bastante peculiar. Judd é um personagem cativante e ao longo da narrativa vai crescendo através dos desafios até encontrar uma forma de equilíbrio para a sua nova forma de vida.

Este é um livro que recomendo, que mostra as interacções entre familiares e como às vezes apesar de não se darem bem estão sempre lá uns para os outros. É também um livro que está bastante bem escrito e que não se deve perder.

 
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Opinião - Princesa Mecânica

Ficha Técnica:
Autor: Cassandra Clare
Título Original: Clockwork Princess
Páginas: 392
Editor: Planeta
ISBN: 9789896574482
Tradutor: Nuno Daun e Lorena

Sinopse:
Último livro da sequela de sucesso da série Caçadores de Sombras, que nos mostra as suas Origens. Tessa Gray devia estar contente, como todas as noivas! Mas, enquanto se prepara para o casamento, uma rede de sombras envolve os Caçadores de Sombras do Instituto de Londres. Surge um novo demónio, ligado pelo sangue e secretismo a Mortmain, o homem que tenciona usar um exército de impiedosos autómatos, os Instrumentos Infernais, para destruir os Caçadores de Sombras. O perigo, a traição, os segredos, os feitiços, o amor e a morte entrelaçam-se quando os Caçadores de Sombras quase se autodestroem na conclusão de cortar a respiração da trilogia de os Caçadores de Sombras, as Origens.

Opinião:
Neste livro que é o último da série ficamos a conhecer o destino dos diversos personagens que nos acompanharam ao longo desta história. Ao mesmo tempo ficamos a saber em concreto quem e o que é Tessa e o motivo pelo qual Mortmain a quer.

No geral o livro continua com um passo bastante acelerado sem no entanto deixar de ter tempo para os momentos mais calmos e mais introspectivos. Na maioria das vezes estes momentos introspectivos prendem-se com os sentimentos dos personagens relativamente uns aos outros. E isso de certa forma foi um pouco desconcertante, visto que o centro de tudo eram os seus sentimentos e não os acontecimentos estranhos e perigosos que estavam a ocorrer.

Com isto tudo quero simplesmente dizer que apesar de ter achado o livro bem escrito e interessante o facto de que tudo gira à volta de Tessa deixou-me algo aborrecida. Gostava que tivesse sido dado mais ênfase aos dilemas da Clave e tudo aquilo porque estavam a passar. Ao mesmo tempo gostava que os personagens principais se mostrassem um pouco mais preocupados com o que poderia acontecer aos Caçadores de Sombras quando Mortmain atacasse do que o que ele poderia querer de Tessa. Outro aspecto que me aborreceu foi parte da explicação do porquê de Mortmain estar tão interessado em Tessa. Durante toda a narrativa é transmitida a ideia de que Tessa é necessária a Mortmain por se conseguir transformar em outros seres e adquirir as suas memórias e que ela foi "criada" com esse propósito. Pois, toda essa ideia está incorrecta porque o propósito inicial da sua criação é bastante diferente e "inocente" e portanto toda esta situação ficou-me um pouquinho entalada.

Claro que é impossível não gostar da maior parte dos personagens. Muitos deles crescem e evoluem neste último livro para versões melhores de si mesmas e conseguimos imaginar como é que aquilo que lhes aconteceu irá influenciar as gerações futuras. Gostei particularmente do que a autora fez com o Jem, Foi algo inesperado, mas que serviu o seu propósito e foi divertido constatar que já conhecíamos o Jem por outro nome e que ele teve um papel relevante na trilogia Caçadores de Sombras. Contudo não posso deixar de referir que o final que a autora escreveu para Tess e Jem foi algo dúbio na medida em que uma pessoa muda ao longo do tempo e o que era antigamente pode hoje em dia não o ser.

Em resumo, apesar de parecer que só tenho coisas negativas a apontar ao livro a verdade é que esta é uma história que agarra o leitor e que tem situações bastante emocionantes e tocantes, bem como alturas de pura acção, havendo um bom equilíbrio entre as duas partes. A única coisa que estes pontos fizeram foi impedir-me de apreciar o livro tanto como gostaria. 




quarta-feira, 22 de abril de 2015

Opinião - Charade

Ficha Técnica:
Autor: Nyrae Dawn
Páginas: 345 (Kindle Edition)
Editor: Headline Eternal
ASIN: B00CQ5R0AK

Sinopse:
Nineteen-year-old Cheyenne tries to portray the perfect life to mask the memories of her past. Walking in on her boyfriend with another woman her freshman year in college threatens that picture of perfection.

Twenty-one-year-old Colt never wanted college and never expected to amount to anything, but when his mom's dying wish is for him to get his degree, he has no choice but to pretend it's what he wants too.

Cheyenne needs a fake boyfriend to get back at her ex and Colt needs cash to take care of his mom, so they strike a deal that helps them both. But what if Cheyenne’s past isn’t what she thought? Soon they’re trading one charade for another—losing themselves in each other to forget about their pain. The more they play their game, the more it becomes the only thing they have that feels real.

Both Cheyenne and Colt know life is never easy, but neither of them expect the tragedy that threatens to end their charade and rip them apart forever.

Opinião:
Neste primeiro livro ficamos a conhecer Cheyenne e Colt, duas pessoas completamente diferentes e com maneiras de estar na vida bastante diferentes.

Cheyenne é uma rapariga que tenta ser perfeita a todo o custo. A namorada perfeita, a filha perfeita, a amiga perfeita. Contudo ser perfeito não é suficiente, principalmente se ser perfeito significa não sermos nós próprios. Esta obsessão que Cheyenne tem em ser perfeita está relacionada com o seu passado, mais especificamente com a mãe. Ao longo de todo o livro Cheyenne debate-se com aquilo que lhe aconteceu, e com  facto de isso ainda a afectar e tenta a todo o custo superar os seus traumas. Quem a vai ajudar nisso é Colt. Este é um rapaz que não é nem tenta ser perfeito. Colt ama desmesuradamente a mãe e tentar fazer de tudo para a ajudar mesmo que isso implique meter-se em sarilhos. É este amor que Colt tem pela mãe e vice-versa que acaba por ajudar Cheyenne a ultrapassar os seus problemas.

Já não é a primeira vez que vejo um autor a utilizar a técnica do vamos fingir que somos namorados para começar uma relação entre dois personagens. Contudo apesar de ser algo extremamente visto a autora conseguiu fazê-lo resultar neste livro. É interessante ver como com o desenvolver do livro duas pessoas que inicialmente se detestavam começam a compreender-se um ao outro, a aceitar-se e a trazer ao de cima o melhor que cada um tem. Adorei especialmente o facto de muitas das vezes eles andarem à cabeçada porque simplesmente não se suportavam. O desenvolvimento da relação amorosa entre ambos foi gradual e apesar dos seus contratempos lá acabaram por ficar juntos.

Não posso deixar de referir um dos personagens secundários, o Adam. Ele é simplesmente hilariante quando utiliza o seu dom de "adivinhar" para dizer aquilo que pensa ou para mostrar qual o caminho certo para o futuro das pessoas de quem gosta. O próximo livro é acerca dele e tenho curiosidade para ver quais os demónios que se escondem por trás da faceta descontraída deste personagem.

Um livro agradável para descontrair e passar o tempo.

domingo, 19 de abril de 2015

Sunday's Quotes (89)

“The problem with people who have no vices is that generally you can be pretty sure they're going to have some pretty annoying virtues.” ―  Elizabeth Taylor

sábado, 18 de abril de 2015

Opinião - Os Salteadores do Nilo

Ficha Técnica:
Autor: Steven Saylor
Título Original: Raiders of the Nile
Páginas: 376
Editor: Bertrand
ISBN: 9789722528993
Tradutor: Pedro Carvalho e Guerra & Rita Carvalho e Guerra

Sinopse:
Em 88 a. C., o mundo parece estar à beira de uma guerra catastrófica - de Roma à Grécia, e ainda ao Egito, onde vive Gordiano, um cidadão romano. Quando não está a resolver quebra-cabeças, o jovem passa o seu tempo com Bethesda, a sua escrava, esperando que o mundo volte a si.

No dia em que Gordiano faz vinte e dois anos, Bethesda é raptada por bandidos que a confundem com a amante de um homem rico. De modo a salvar a mulher que significa mais para si do que suspeita, Gordiano tem de encontrar os raptores antes que eles se apercebam do seu erro e, usando as habilidades que aprendeu com seu pai, convencê-los a libertarem Bethesda. Enquanto as ruas de Alexandria mergulham lentamente no caos e os cidadãos se começam a revoltar, depois de rumores sobre uma iminente invasão por parte do irmão do rei Ptolomeu, Gordiano vê-se envolvido numa perigosa trama - o saque do sarcófago de ouro de Alexandre, o Grande.

Opinião:
Este livro foi uma surpresa agradável. Se por um lado tinha gostado do livro anterior, mas este não me tinha convencido, a verdade é que desta vez o autor me conseguiu convencer.

Tal como descrito na sinopse, este livro pega algum tempo depois do anterior. Se anteriormente já se vivia num mundo em guerra aqui o estado das coisas parece ter-se agravado, até mesmo no Egipto. O que leva a que determinados acontecimentos se desenvolvam, nomeadamente o rapto de Bethesda, a escrava de Gordiano, e o consequente envolvimento deste com o Bando do Cuco.

Na minha opinião este livro está melhor conseguido pois o autor não se propõem a fazer o quase impossível, descrever locais e monumentos que eram tão grandiosos que quem os visse carecia de palavras para os descrever. Assim sendo, ele foca-se em coisas mais mundanas e "fáceis" de descrever, o que leva a que o leitor não se sinta insatisfeito com as descrições do que lhe é apresentado.

Ao mesmo tempo os acontecimentos foram mais interessantes, e a maneira como estes foram acontecendo também. O autor soube fazer um bom trabalho ente as partes de acção e as partes de reflexão. De qualquer modo a maior parte do livro está repleto de acção e situações que pretendem o leitor ao longo da história. Algo que também contribuiu bastante para agarrar o leitor foi o facto de que ao longo de toda a narrativa é difícil perceber o porquê de determinadas atitudes de alguns personagens. E apesar de sentirmos alguma desconfiança a verdade é que só no final é que todas as peças se encaixam e acabam por fazer sentido.

Os personagens em si continuam a ser bastante interessantes. Do livro anterior apenas conhecemos Gordiano e mais tarde voltamos a ver Ismene, no entanto existe uma enorme quantidade de personagens que vão aparecer ao longo do livro e que é impossível que não nos sintamos cativados por eles. Nomeadamente o pequeno Djet, que apesar da sua tenra idade mostra-se extremamente inteligente e cheio de recursos. É engraçado ver como ao início ele despreza Gordiano e ao longo da história acaba por se afeiçoar a ele acabando por lhe salvar a vida. Outro personagem que também se destaca é o Filho do Cuco, um personagem cheio de carisma que vai trazer bastantes dissabores para Gordiano e para Bethesda. Não me vou por a falar de todos os personagens que ficamos a conhecer, mas posso dizer que gostei de todos eles à sua maneira. Todos pareciam bastante reais e diferentes entre si, o que dá dimensão à história.

Claro que não posso deixar de referir a atmosfera que o autor consegue criar e transmitir do Egipto naquela altura, bem como dos problemas no resto do Mundo e o impacto que isso tinha sobre as diferentes populações no mundo.

Uma série que vale a pena ser lida.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

terça-feira, 14 de abril de 2015

Opinião - A Vida Quando Era Nossa

Ficha Técnica:
Autor: Marian Izaguirre
Título Original: La vida cuando era nuestra
Páginas: 344
Editor: Bertrand
ISBN: 9789722529297
Tradutor: Rita Custódio e Àlex Tarradellas

Sinopse:
A Vida Quando era Nossa é um tributo à literatura, mas é sobretudo uma história de amizade entre duas mulheres. Uma história que começa quando se abre um livro e que só termina quando todas as pontas da narrativa se unem.

«Tenho saudades do tempo em que a vida era nossa», diz Lola, a protagonista do romance. Sente falta da sua vida, tão cheia de esperança, feita de livros e conversas ao café, sestas ociosas e projetos de construir um país. A Espanha que, passo a passo, aprendia as regras da democracia.
Mas, em 1936, chega um dia em que a vida se transforma em sobrevivência e agora, passados quinze anos, a única coisa que sobra é uma pequena livraria, meio escondida num dos bairros de Madrid, onde Lola e Matías, o marido, vendem romances e clássicos esquecidos.
É nesse lugar modesto que, em 1951, Lola conhece Alice, uma mulher que encontrou nos livros uma razão para viver. Acompanhamos a amizade entre as duas, atrás do balcão a lerem o mesmo livro juntas, e isso leva-nos atrás no tempo, à Londres do início do século XX, para conhecermos uma menina que se perguntava quem seriam os seus pais…

Opinião:
Sei que ainda agora o ano começou, mas tenho a sensação que posso dizer que este livro há-de ser uma das melhores surpresas do ano. Confesso que quando li a sinopse não fiquei convencida por aí além, afinal esta é bastante simplista e não dá muitas pistas ao leitor sobre que tipo de livro é. Contudo a partir do momento que comecei a ler este livro fiquei completamente rendida.

Alice é uma senhora de 50 anos que nos é apresentada logo no início da narrativa, é através dela que vamos ficar a conhecer Matías e Lola. Alice num impulso decide começar a seguir Matías através dos bairros de Madrid, e é a partir daqui que vamos começar a seguir a história destes três personagens. A história é basicamente contada sobre quatro pontos de vista, o de Alice, o de Lola, o de Matias e o de Rosa.

Rosa é uma personagem de um livro, e é através da leitura desse livro por Alice e Lola que vamos ficando a conhecer aquilo que se passa na vida de cada um dos personagens. Através da leitura desse livro, que é uma biografia, Lola começa a pensar na sua vida, naquilo que é realmente importante para si, naquilo que quer para si e para o seu futuro. Afinal Lola vê-se reflectida naquela personagem cheia de força e vontade de viver. Matías não é directamente afectado pelo desenrolar da história do livro da Rapariga com os Cabelos como o Linho, no entanto, visto que Alice todas as semanas passa na loja, as alterações que inflige na própria loja e na personalidade de Lola acabam por também afectar a maneira como reage a determinadas situações.

Este livro pode ser considerado, basicamente, um romance histórico. Conta-nos como eram as coisas em Espanha em meados do séc. XX e como o ambiente de medo afectava toda a gente, ao mesmo tempo através do livro que Alice e Lola vão lendo ficamos a conhecer o ambiente de Londres e França no início do séc XX. A autora fez um bom trabalho na contextualização da história, foi quase como se estivesse lá, nos salões de Jazz, ou nas ruas de Madrid, sempre a olhar por cima do ombro com medo de ser abordada.

A ideia de um livro dentro de um livro não é propriamente nova, mas a autora conseguiu imprimir-lhe um cunho pessoal e fez com que a ideia resultasse bastante bem. Adorei ir conhecendo a história de Rosa, bem como a de Lola e Matías, e também a de Alice. Aos poucos vamos também percebendo de onde vem o livro que está a ser lido e quais as implicações reais que traz para o desenvolvimento da história.

As personagens são outro ponto forte do livro. Todas elas têm uma personalidade e um carisma que nos toca, que não nos deixa indiferentes. Desde aquelas com que lidamos directamente, como aquelas que vamos conhecendo através do livro, todas elas fazem mossa em nós ao longo do livro. As suas tristezas e as suas alegrias são as nossas. Mas a personagem que mais gostei foi sem dúvida Alice. Pelo seu espírito aberto, pela sua inteligência. Pela maneira como encara todos os problemas de frente sem hesitar. De como diz o que quer quando quer, mas sempre com elegância.

Não posso deixar de referir a escrita da autora. Adorei a maneira como ela escreve o livro, a construção do texto é melodiosa, as descrições e o encadeamento das ideias. Tudo contribui para que o leitor se sinta completamente embalado e concentrado na história que está a ler.

Só tenho um defeito a apontar, o final do livro. Chegou a uma altura em que achei que a narrativa se arrastava um pouco. Além disso o final é pouco claro e torna-se difícil de perceber o que realmente aconteceu e como acaba a história de Rosa. Melhor, percebemos o que aconteceu, só não como aconteceu porque a acção é algo confusa.

De qualquer modo, foi um livro que adorei ler e que aconselho vivamente.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 12 de abril de 2015

Sunday's Quotes (88)

“But I’ve learned over the past year what it really means to be able to miss someone. In order to miss someone, that means you were privileged enough to have them in your life to begin with.” ―  Colleen Hoover, Losing Hope

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Opinião - O Alvo

Ficha Técnica:
Autor: David Baldacci
Título Original: The Target
Páginas: 404
Editor: Clube do Autor
ISBN: 9789897242007
Tradutor: Maria Dulce Guimarães da Costa & Vasco Teles de Menezes

Sinopse:
Um ataque à Coreia do Norte colocaria os Estados Unidos debaixo de fogo e o mundo em risco. A conspiração para eliminar o líder do país está em curso e não há margem para erros. Will Robie e Jessica Reel são os únicos agentes capazes de executar a missão. Neste novo livro de Baldacci, o mundo está sob ameaça de um inimigo poderoso. Existe a possibilidade de o eliminar de uma vez por todas. Mas trata-se de uma missão de alto risco; se for bem-sucedida, o mundo será um lugar melhor. Mas se falhar, estaremos perante um Armagedão.

Opinião:
Uma vez mais deparamo-nos com um livro cheio de adrenalina e acção. Uma vez mais é-nos dada a oportunidade de ver Robie e Reel em acção e não deixa de ser algo espectacular. Depois do que aconteceu no livro anterior várias pessoas querem ver Robie e, principalmente, Reel mortos. O que é que poderá ser melhor e mais fácil do que enviá-los numa missão suicida?

Ao longo da narrativa o alvo a atingir vai mudando, e achei isso um ponto positivo porque nos deixa em alerta a pensar o que raio poderá acontecer a seguir que leve novamente a uma alteração na missão. Ao longo de todos os precalços Robie e Reel mantém-se juntos e acabam por dar apoio um ao outro, bem como ajudarem-se de modo a ultrapassar as maselas que o passado deixou em ambos. Se houve algo que adorei foi rever a Julie. Damn, aquela miúda continua extremamente inteligente e astuta, continua a conseguir perceber perfeitamente Robie e Reel, tornando-se alguém em que ambos se apoiam apesar da idade. Afinal Julie já passou por muita coisa apesar de ser uma criança e isso dá-lhe uma maturidade que quase ninguém tem com a sua idade.

Se houve outra personagem que me cativou bastante foi Chung Cha, uma agente da Coreia do Norte. tenho que admitir que o autor fez um excelente trabalho em torná-la assustadora e ao mesmo tempo tão humana. Chung Cha é alguém que apesar de tudo aquilo porque passou ainda quer ter a possibilidade de amar e fazer algo bom por outro ser humano. Através desta personagem ficamos ainda a perceber como é a vida para as pessoas na Coreia do Norte, e apesar do pouco que é descrito posso garantir que aquele é um local onde não queria de todo viver.

O livro tem também um outro plot além do principal que está ligado a Reel e ao seu passado. Este é contado do ponto de vista do pai dela. Apesar de ter gostado deste segundo plot senti-me algo frustrada porque o livro acabou por ter dois culminares, o que fez com que a meio da leitura eu perdesse o embalo. Não gosto muito quando fico com a sensação que algo acabou e depois afinal não acabou.

Tirando isso esta foi novamente uma excelente leitura. Em que é garantido sentir-mo-nos entretidos e satisfeitos com a leitura

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 5 de abril de 2015

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Opinião - The Seven Wonders

Ficha Técnica:
Autor: Steven Saylor
Páginas: 334
Editor: Minotaur Books
ASIN: B006JJVLHW

Sinopse:
The year is 92 B.C. Gordianus has just turned eighteen and is about to embark on the adventure of a lifetime: a far-flung journey to see the Seven Wonders of the World. Gordianus is not yet called “the Finder”—but at each of the Seven Wonders, the wide-eyed young Roman encounters a mystery to challenge the powers of deduction.

Accompanying Gordianus on his travels is his tutor, Antipater of Sidon, the world’s most celebrated poet. But there is more to the apparently harmless old poet than meets the eye. Before they leave home, Antipater fakes his own death and travels under an assumed identity. Looming in the background are the first rumblings of a political upheaval that will shake the entire Roman world.

Teacher and pupil journey to the fabled cities of Greece and Asia Minor, and then to Babylon and Egypt. They attend the Olympic Games, take part in exotic festivals, and marvel at the most spectacular constructions ever devised by mankind. Along the way they encounter murder, witchcraft and ghostly hauntings. Traveling the world for the first time, Gordianus discovers that amorous exploration goes hand-in-hand with crime-solving. The mysteries of love are the true wonders of the world, and at the end of the journey, an Eighth Wonder awaits him in Alexandria. Her name is Bethesda.

Opinião:
Esta série serve de prequela a uma outra do mesmo autor. Nesta ficamos a conhecer a juventude de Gordianus antes de se tornar um Finder como o seu pai. Ao mesmo tempo ficamos a conhecer a atmosfera que se vivia em Roma e na Grécia durante o Séc. I. Isto acontece porque vamos acompanhando Giordanus e o seu professor enquanto viajam para conhecer as 7 maravilhas do mundo.

A caracterização dos personagens não é o ponto forte do autor. Estas são bastantes básicas, sem nenhuma característica especial ou sem uma personalidade propriamente vincada que cative o leitor. A característica mais interessante de Giordanus é a sua capacidade para reparar no que os outros não reparam e com isso conseguir resolver os enigmas e os contratempos que vão aparecendo ao longo da viagem. Quanto aos personagens secundários, pouco tempo de antena têm e o pouco que têm não é usado para os tornar propriamente cativantes.

Quanto aos enigmas que indiquei a cima, foi interessante ver que o autor se aproveitou da viagem empreendida pelo personagem para o ir testando, levando em que cada local visitado se tornasse num puzzle a resolver de forma a que no final fosse possível perceber a imagem na sua totalidade. Se bem que houve algumas situações fáceis de prever e que poderiam ter sido mais dissimuladas.

E se por um lado gostei bastante daquilo que fui vendo do mundo antigo a verdade é que senti que também perdi muita coisa. Se por um lado fiquei a conhecer alguns dos rituais e maneiras de viver relativas ao passado da Grécia e de Roma, a verdade é que no que toca à caracterização das sete maravilhas senti-me bastante desapontada. Sei que é quase impossível descrevê-las com acuracidade  devido ao facto de já não existirem e de a informação acerca de algumas ser tão escassa, no entanto achei que o autor poderia ter utilizado a imaginação para preencher as lacunas e imbui-las de uma maior grandiosidade. Afinal elas são as 7 maravilhas do mundo! No final não me senti arrebatada por nenhuma descrição que o autor fez e isso deixou-me triste.

Este é um livro bastante mediano. Não o achei propriamente bom nem mau. Se teria perdido tempo com ele? Provavelmente não. Mas isso também depende do gosto da pessoa.