domingo, 28 de maio de 2017

Opinião - Kingdom of Shadows

Ficha Técnica:
Autor: Barbara Erskine
Páginas: 772
Editor: Warner Books
ISBN: 0747401306

Sinopse:
In a childless and unhappy marriage, Clare Royland is rich and beautiful - but lonely. And fueling her feelings of isolation is a strange, growing fascination with an ancestress from the distant past. Troubled by haunting inexplicable dreams that terrify - but also powerfully compel - her, Clare is forced to look back through the centuries for answers.

In 1306, Scotland is at war. Isobel, Countess of Buchan, faces fear and the prospect of untimely death as the fighting surrounds her. But passionate and headstrong, her trials escalate when she is persecuted for her part in crowning Robert the Bruce, her lover.

Duncairn, Isobel's home and Clare's beloved heritage, becomes a battleground for passions that span the centuries. As husband Paul's recklessness threatens their security, Clare must fight to save Duncairn, and to save herself from the powers of Isobel...

Opinião:
Os livros desta autora acabam por ser bastante semelhantes na sua concepção. Essencialmente o que muda é a história a contar, mas a maneira como essa história é contada acaba por ser praticamente a mesma. Neste caso a personagem principal é como que assombrada por uma sua antepassada.

A personagem principal é Clare, uma rapariga que desde cedo percebermos guardar em si uma solidão extrema, solidão essa que a mesma contraria invocando imagens da sua antepassada Isobel. O problema começa a aparecer quando Clare começa a deixar de ter controlo sobre as suas invocações, conseguidas através da meditação, e estas se começam a dar sem que a mesma as tenhas chamado. Ao longo da narrativa vamos então acompanhando a vida de Clare, e a sua tentativa em encontrar um significado para a sua vida bem como para as visões que tem. Ao mesmo tempo vamos ficando a conhecer as tribulações de Isobel. Ambas são dignas de respeito e compaixão, pois na realidade nenhuma delas trilha um caminho fácil de percorrer.

No caso de Clare este caminho mostra-se bastante conturbado essencialmente por causa do seu marido, Paul. Paul é uma pessoa bastante controladora e que não vê a meios para atingir os seus objectivos. Desde o início que faz de tudo para controlar a herança de Clare, levando os outros a acreditar que Clare está completamente louca quando na realidade é ele que cada vez mais se começa a desligar da realidade. Foi assustador ver como a mente de Paul se foi degradando ao longo da narrativa e as artimanhas que este usava para controlar todas as pessoas à sua volta.

Existem outros personagens que vão aparecendo, principalmente os parentes de Paul, mas não os acho propriamente dignos de relevância. Na maior parte das vezes mostram ser tão implacáveis como o seu irmão ou limitam-se a ver a realidade apenas como lhes convém em vez de tentar perceber e ajudar realmente Clare.

Apesar de o livro ser bastante semelhante a outros que já li da autora, a realidade é que até gostei bastante da história e de como esta foi contada. Essencialmente por causa do percurso de Clare. Confesso que às vezes senti que a autora procrastinava um pouco o que não me permitiu gostar tanto do livro como poderia. Contudo foi uma leitura agradável e bastante rápida tendo em conta a dimensão do livro.

domingo, 21 de maio de 2017

Opinião - Until Friday Night

Ficha Técnica:
Autor: Abbi Glines
Série: The Field Party, #1
Páginas: 336
Editor: Simon Pulse
ASIN: B00TBKUXQQ

Sinopse:
To everyone who knows him, West Ashby has always been that guy: the cocky, popular, way-too-handsome-for-his-own-good football god who led Lawton High to the state championships. But while West may be Big Man on Campus on the outside, on the inside he’s battling the grief that comes with watching his father slowly die of cancer.

Two years ago, Maggie Carleton’s life fell apart when her father murdered her mother. And after she told the police what happened, she stopped speaking and hasn’t spoken since. Even the move to Lawton, Alabama, couldn’t draw Maggie back out. So she stayed quiet, keeping her sorrow and her fractured heart hidden away.

As West’s pain becomes too much to handle, he knows he needs to talk to someone about his father—so in the dark shadows of a post-game party, he opens up to the one girl who he knows won’t tell anyone else.

West expected that talking about his dad would bring some relief, or at least a flood of emotions he couldn’t control. But he never expected the quiet new girl to reply, to reveal a pain even deeper than his own—or for them to form a connection so strong that he couldn’t ever let her go…

Opinião:
Já não me lembro bem porquê, mas há algum tempo atrás inscrevi-me numa comunidade chamada Riveted. Nesta comunidade temos semanalmente alguns livros disponíveis para ler na integra, além de passatempos, e outros que mais. Mas atenção, os livros sobre os quais esta comunidade assenta são essencialmente YA. Há uns tempos andava eu a dar uma vista de olhos e deparei-me com este livro. Que achei interessante devido à peculiaridade da personagem principal feminina.

A autora eu já conhecia, pelo menos de ouvir falar, visto que já teve um seu livro editado em Portugal. Contudo nunca me tinha chamado propriamente a atenção até ter lido a sinopse de Until Friday Night.

Maggie passou por algo extremamente traumatizante à relativamente pouco tempo. Porque quando algo nos toca profundamente 2 anos é muito pouco tempo. Aquando do início da história ela acabou de se mudar para Lawton, para casa dos seu tios e do seu primo de modo a tentar recuperar e sarar. Contudo Maggie é uma pessoa peculiar. Desde o momento em que contou à polícia o crime a que assistiu nunca mais falou com ninguém. Esta foi a maneira que arranjou de se proteger e sarar. Contudo, isso acaba por mudar quando conhece West. Este está a passar por um momento particularmente difícil e angustiante na sua vida. E Maggie vê nele a mesma tristeza que vê nos seus olhos e sente uma grande necessidade de ajudá-lo. Assim sendo começa a falar aos poucos com ele, revelando-lhe os seus segredos, ao mesmo tempo que West começa a revelar que tipo de pessoa realmente é.

De uma maneira geral gostei bastante do livro. Gostei da maneira como a autora nos apresenta os personagens e a maneira como vivem a sua vida. Gostei do caminho que a autora trilhou para eles e de como eles seguiram esse caminho, com mais ou menos tropeções, mas sempre a tentar melhorar. As suas dúvidas e receios também são fáceis de compreender. Afinal West é a única pessoa com quem Maggie fala, logo West tem medo que Maggie deixe de precisar dele quando começar a falar com outras pessoas e Maggie tem receio que West deixe de a achar interessante quando ela deixar de ser peculiar. É um bocado totó, mas ao mesmo tempo não é difícil de imaginar que este tipo de dúvidas pudessem surgir. O romance dos dois personagens vai-se desenvolvendo aos poucos, não é imediato nem apressado e agradeço à autora por isso.

Não posso deixar de referir os amigos e a família de Maggie e West. Maggie é completamente adorada pelos seus tios, e só no final é que ela realmente percebe o quão é amada quando percebe que os tios realmente a aceitam como é. Já com o seu primo a relação inicial não é muito famosa, mas afinal de contas a Maggie veio roubar o espaço que era dele, e ainda por cima ele era constantemente obrigado a tomar conta dela. Acredito que essa não seja de todo a melhor maneira de se começar uma amizade. Mas a verdade é que ele gosta realmente dela, e preocupa-se realmente com ela. E é adorável ver os momentos mais emotivos.

Quanto à família de West, é fácil perceber o amor que os une, e o quanto a fase porque estão a passar os está a destruir. É fácil perceber que as coisas nunca mais serão as mesmas e isso dói. Contudo os amigos de West estão lá para ele, constantemente a apoiá-lo e a ajudá-lo a seguir em frente. Sem dúvida que todos eles são um grupo bastante unido.

A única coisa que eventualmente me deixou um pouco desiludida, foi o modo como a autora pintou o quadro sobre o facto de a Maggie ser de certo modo muda. Consigo aceitar as suas explicações, mas acho que poderiam ter sido explicações mais emotivas, mais sentidas, que fizessem o leitor viver mais o seu estado de espírito e os seus receios. Achei que sempre que ela falava e abordava o porquê de ter decidido não falar e ter tanto medo de o fazer o fazia de forma algo desapegada.

De qualquer modo estou curiosa para ler o próximo livro e saber a história dos próximos personagens. Até porque existem alguns mistérios por revelar nos próximos livros.

domingo, 14 de maio de 2017

Opinião - Parque Jurássico

Ficha Técnica:
Autor: Michael Crichton
Título Original: Jurassic Park
Série: Jurassic Park, #1
Páginas: 430
Editor: Difiusão Cultural
ISBN: 972709094X
Tradutor: Fernanda Branco

Sinopse:
John Hammond, presidente da multinacional InGen, está prestes a ver concretizado o sonho da sua vida: inaugurar um sofisticado (e lucrativo) parque turístico onde foi reconstruído o ambiente natural de Terra de há milhões de anos e cujos animais são... dinossauros!
Confinados numa pequena ilha da Costa Rica, os espécimes produzidos pela mais revolucionária tecnologia da engenharia genética parecem estar sob absoluto controlo dos supercomputadores e dos cérebros geniais que os criaram.
No entanto, um pormenor foi esquecido. Desaparecidos da face do planeta, quando o homem ainda não o habitava, os dinossauros podem apresentar reacções inesperadas aos seres humanos.
Parque Jurássico não se limita a ser uma obra brilhante de aventura e ficção científica. Propõe, igualmente, uma reflexão cuidadosa sobre o uso que se pode fazer da ciência.

Opinião:
Este livro veio-me parar às mãos por puro acaso, nunca tinha pensado nele ou sequer em lê-lo, contudo quando o vir pensei "Porque não"? Fiquei curiosa em saber se a máxima de que o livro é sempre melhor que o filme também se aplicava neste caso. Contudo apesar de esta ser uma leitura agradável, a verdade é que gostei mais do filme que do livro.

Existem algumas diferenças evidentes entre ambos. Antes de mais achei que o livro tinha um teor muito mais filosófico que o filme. Existem vários personagens, principalmente o Ian, que passam grande parte do livro a questionar-se ou a dizer peremptoriamente que toda a ideia do parque é errada e que só pode dar em desgraça. Existe também alguma acção, mas nenhuma dela é propriamente aflitiva e assustadora. Enquanto que no filme há sempre aquela sensação de "o que é que vai acontecer agora", no livro essa sensação não é tão forte, o que me fez perder um pouco o interesse e tornar a leitura um pouco mais demorada.

Existem outras alterações, como a troca de idades de alguns personagens, e determinados acontecimentos aparecem no livro e não no filme e vice-versa. Se por um lado gostei da parte introdutória do livro, em que vemos determinadas desgraças a acontecer sem se ter a certeza do que é que se passa, a verdade é que também achei a introdução algo aborrecida devido à sua extensão.

No geral é um livro interessante, que vai buscar as ideias que se viviam na altura em que a história foi escrita e as transforma em algo mais. A ideia de um parque jurássico é e há-de ser sempre fascinante, a possibilidade de trazer-mos de volta seres com os quais sonhamos há-de ser sempre um ideal do Homem. Achei que poderia ser melhor trabalhado se houvesse um pouco mais de suspense na narrativa, contudo parece-me que essa vontade vem do facto de ter aprendido a ver esta história mais como uma história de acção do que uma história de reflexão e parece-me que o autor talvez estivesse mais apostado na segunda hipótese que a primeira.

Sou sincera, não sei se irei ler o segundo livro ou não. Por um lado tenho curiosidade para saber como as coisas acabam, por outro já li algumas opiniões que me deixaram de pé atrás. Eventualmente vai depender do tempo que tiver.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Opinião -Shifting Shadows

Ficha Técnica:
Autor: Patricia Brigds
Série: Mercy Thompson
Páginas: 464
Editor: Ace
ASIN: B00IOE4M9O

Sinopse:
A collection of all-new and previously published short stories featuring Mercy Thompson, “one of the best heroines in the urban fantasy genre today” (Fiction Vixen Book Reviews), and the characters she calls friends…

Includes the new stories…
“Silver”
“Roses in Winter”
“Redemption”
“Hollow”

…and reader favorites
“Fairy Gifts”
“Gray”
“Alpha and Omega” (Alpha & Omega 0.5)
“Seeing Eye” (Alpha & Omega 1.5)
“The Star of David” (Mercy Thompson 1.5)
“In Red, with Pearls” (Mercy Thompson 6.5)

Opinião:
Não me vou alongar muito com a opinião acerca deste livro de contos porque na realidade não tenho muito para dizer. Não quero com isto dizer que tenha achado o livro inferior, apenas acontece que parte dos contos já tinha lido noutras ocasiões, e os que li agora estão ao nível que Briggs já nos habituou.

É óbvio que adorei ficar a saber um pouco mais dos vários personagens. É impossível não ficar triste com a história do Sammuel e do Bran e de como tudo começou, ou o porquê de a Arianna e o Sammuel terem sido obrigados a separar-se durante tanto tempo. É impossível não sentirmos empatia pelo The Moor, e não apreciar tudo aquilo que ele faz por aqueles de quem gosta independentemente de isso o poder destruir, ver o seu lado mais sensível é algo de surpreendente. 

Houve pelo menos um conto que apesar de já ter lido anteriormente não o tinha conseguido compreender muito bem, mas que após a leitura dos livros mais recentes ficou sobre uma nova luz e tudo fez muito mais sentido. O que me ajudou a compreender muito melhor a relação entre determinados personagens. Outro conto que adorei foi o do Ben, aquele ser que está constantemente a dizer asneiras e resmungar é alguém digno de confiança e que se preocupa com os seus apesar do seu exterior mais rezingão e desapegado. Ficar a conhecê-lo um pouco melhor foi sem dúvida algo interessante.

Claro que os restantes contos também são bastante interessantes e cativantes e mostram-nos pequenos momentos que nos fazem compreender melhor os nossos personagens, tal como nos fazem sentir mais próximos deles. Sem sombra de dúvida um excelente complemento ao mundo criado por Patricia Briggs.

domingo, 7 de maio de 2017

Opinião - The Handmaid's Tale

Ficha Técnica:
Autor: Margaret Atwood
Páginas: 324
Editor: Houghton Mifflin Harcourt
ASIN: B003JFJHTS

Sinopse:
The Handmaid's Tale is not only a radical and brilliant departure for Margaret Atwood, it is a novel of such power that the reader will be unable to forget its images and its forecast. Set in the near future, it describes life in what was once the United States, now called the Republic of Gilead, a monotheocracy that has reacted to social unrest and a sharply declining birthrate by reverting to, and going beyond, the repressive intolerance of the original Puritans. The regime takes the Book of Genesis absolutely at its word, with bizarre consequences for the women and men of its population.

The story is told through the eyes of Offred, one of the unfortunate Handmaids under the new social order. In condensed but eloquent prose, by turns cool-eyed, tender, despairing, passionate, and wry, she reveals to us the dark corners behind the establishment's calm facade, as certain tendencies now in existence are carried to their logical conclusions. The Handmaid's Tale is funny, unexpected, horrifying, and altogether convincing. It is at once scathing satire, dire warning, and tour de force. It is Margaret Atwood at her best.

Opinião:
Esta opinião vem um pouco atrasada. Já li o livro na última semana de Abril, para o desafio do 2017 Monthly Keyword reading challenge, mas pelos mais diversos motivos ainda não tinha conseguido escrever a correspondente opinião.

O que posso dizer deste livro é que ele é completamente assustador. Ver como após tudo aquilo porque as mulheres lutaram estas voltam à estaca zero. É assustador ver como as mulheres são tratadas como nada mais que objectos e como máquinas de procriação é realmente assustador. Como são tratadas como se todo o mal do mundo fosse culpa delas, como se estas não tivessem vontade, sonhos ou pensamentos é algo que deixa qualquer pessoa assustada.

O pior no meio disto tudo é que não é difícil acreditar num mundo destes. Não é assim tão diferente de muitas das histórias que ouvimos em determinados países. Este livro parece quase uma premonição daquilo que pode vir a acontecer tendo em conta vários acontecimentos recentes. Uma vez mais a religião tem um papel importante e determinante no modo como determinadas práticas são aceites. Na maior parte das vezes o poder que rege esta sociedade vai buscar justificações para as suas acções numa interpretação literal da Bíblia, fazendo as mulheres sentir-se culpadas e subjugadas.

A temática do livro é bastante interessante, mas sozinha não funcionaria. Sendo a história contada na primeira pessoa, a voz da nossa protagonista é bastante melodiosa e cadenciada embalando o leitor através dos acontecimentos das sua vida e das suas memórias, das suas dúvidas e medos, dos seus sonhos e desejos. É impossível ficar indiferente ao sofrimento desta personagem que vive o presente e recorda um passado completamente diferente. E o final da história deixa um travo a amargo por não sabermos o que realmente vai acontecer com esta personagem que ao longo da narrativa nos fez sentir tanta empatia e tristeza.

Este é sem dúvida um livro a ler, um livro que nos tenta avisar para os perigos do futuro, da religião e da cegueira pela qual muitas vezes o Homem se deixa dominar. Um livro que toca quem quer que o leia e que nos deixa a pensar no que poderá trazer o futuro.