segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Opinião - A Lança do Deserto

Publicado originalmente no Bella Lugosi is Dead em 2010:

Ficha Técnica:
Autor: Peter V Brett
Título Original: The Desert Spear
Páginas: 738
Editor: Gailivro
ISBN: 9789895577156
Tradutor: Renato Carreira

Sinopse:
O Sol põe-se sobre a Humanidade. A noite pertence agora a demónios vorazes que se materializam com a escuridão e que caçam, sem tréguas, uma população quase extinta, forçada a acobardar-se atrás da segurança de guardas de poder semi-esquecidas. Mas estas guardas apenas servem para manter os demónios à distância e as lendas falam de um Libertador; um general, alguns chamar-lhe-iam profeta, que em tempos uniu a Humanidade e derrotou os demónios. No entanto esses tempos, se alguma vez existiram, pertencem a um passado distante. Os demónios estão de volta e o Libertador é apenas um mito… Ou será que não?

Opinião:
Este livro divide-se essencialmente em duas partes. A primeira em que nos é contada a história de Jardir, que agora se intitula Shar’Dama Ka (Libertador), desde que foi levado para ser treinado até ao presente momento. A segunda parte segue essencialmente os acontecimentos de Leesha, Arlen, agora conhecido como Homem Pintado e também Libertador, Roger e uma nova personagem já conhecida, mas que neste livro ganha destaque, Renna. Nesta segunda parte temos então narrados os acontecimentos que se sucedem depois de o Homem Pintado voltar do Deserto.

Pode-se considerar que este livro não tem tanta acção em relação ao anterior, no entanto é bastante importante para ficarmos a conhecer todos os factos por trás da lenda do Libertador e também para ficarmos a conhecer melhor a própria maneira de actuar dos demónios. Este último aspecto é bastante importante pois vamos conhecer novos tipos de demónios extremamente poderosos e inteligentes, que vão andar a perseguir ambos os Libertadores de forma a conhecê-los e tentar destruí-los.

A escrita do autor continua simples e fluída. Sem grandes descrições e sem momentos aborrecidos. Até as partes mais paradas são bastante interessadas pelos diálogos e relações que se vão estabelecendo entre as personagens. Algumas destas são algo surpreendentes e chegam a levar o leitor a um pequeno estado de inquietação devido às consequências que daí podem advir. Cada página que lê-mos traz, no geral, uma grande quantidade de novos conhecimentos que nos vão tornando cada vez mais próximos das personagens, fazendo-nos sentir como se estivéssemos ao seu lado. O autor consegue então prender-nos desde o princípio do livro até ao fim com a dinâmica da sua escrita e da história em si.

Não é uma obra fora de série, mas penso que se possa considerar boa. Tem todos os componentes necessários para vingar no mundo da literatura fantástica se estivermos dispostos a dar-lhe uma oportunidade.

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