terça-feira, 30 de junho de 2015

Opinião - Dias de Sangue e Glória

Ficha Técnica:
Autor: Laini Taylor
Título Original: Days of Blood and Starlight
Páginas: 440
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720047373
Tradutor: Elsa T. S. Vieira

Sinopse:
Karou, antiga estudante de Arte, quimera revenante e aprendiz de ressurrecionista, tem finalmente as respostas que sempre procurou. Sabe quem é e o que é. Porém, com este conhecimento vem outra verdade que ela daria tudo para desfazer: amou o inimigo e foi traída, e um mundo inteiro sofreu por isso.
Agora, sacerdotisa de um castelo de areia numa terra de poeira e estrelas, profundamente só, Karou tenta recriar o universo do seu passado, contribuindo, com a sua dor e a sua mágoa, para a volta gloriosa das quimeras.
Porém, sem Akiva, e sem o seu sonho de amor partilhado, o caminho da esperança afigura-se impossível de trilhar.

Repleto de desgosto e beleza, segredos e escolhas impossíveis, Dias de Sangue e Glória encontra Karou e Akiva em lados opostos de uma guerra tão antiga como o tempo.

Opinião:
E é neste livro que coisas realmente começam a acontecer. Basicamente é-nos mostrado através dos olhos de Karou e de Akiva os planos de cada uma das nações após Loramendi ter sido destruída. É possível ver que cada vez mais outros seres das mesmas raças começam a ficar saturados de tanta guerra e tanta morte sem que haja realmente uma necessidade para isso. Talvez o que mais tenha contribuído para isso foram as acções de Thiago e Joram, que decidiram que qualquer serafim ou quimera têm que sofrer. Sejam eles crianças ou pastores. O que é realmente importante é a morte e a vingança. O objectivo de ambos? A aniquilação completa de uma das espécies.

O livro é cheio de acção desde o início até ao fim. Em vez de se focar tanto no passado o livro foca-se mais no presente. Introduzindo novas premissas que levarão ao desfecho desta história e mostrando de que modo a guerra pode e afecta toda a gente.

A personagem que mais se desenvolve ao longo da narrativa é Karou, que tem que aprender a lidar com aquilo que aconteceu entre ela e Akiva e aceitar o amor que tem por ele. Ao mesmo tempo Karou é forçada a aceitar que tudo o que aconteceu e acontece não é propriamente por culpa dela e que deverá aceitar e perdoar-se a si mesma de modo a conseguir aquilo que ela e Akiva sempre sonharam, um futuro melhor para ambas as raças. Custou-me que Karou levasse tanto tempo a acordar. Devido à sua cegueira e ao seu medo tantas vidas foram desperdiçadas... E mesmo assim se não fosse um determinado acontecimentos não sei se ela teria forças suficientes para fazer o que fosse preciso de modo a evitar mortes e uma nova guerra desnecessária.

 Akiva não tem um desenvolvimento tão grande neste aspecto pois à muito que está cansado de toda esta situação. É-nos mostrado é como é que ele é capaz de influenciar e fazer os outros anjos ver as coisas como elas são. Adorei conhecer melhor os seus irmãos e fiquei extremamente triste com o que aconteceu ao Hazael. Porquê? Como é que a autora pode ter feito algo a este personagem cheio de luz e boa disposição? Em contrapartida Liraz é uma pessoa completamente fechada e com uma personalidade feroz. Ao longo dos acontecimentos vamos percebendo que na realidade nem tudo é o que parece e ficamos com imensa vontade que ela encontre alguém ou algo que a faça sentir-se completa e amada.

Claro que existe uma panóplia imensa de personagens secundários que não deixam de nos maravilhar. Zuzana e Mik partem à procura de Karou, encontram-na e mudam muitas das percepções que Karou tem sobre as outras quimeras. Além de que lhe transmitem força para fazer o que é correcto. Ao mesmo tempo temos direito a ver novamente Issa. Não pude deixar de ficar extremamente contente por ter a possibilidade de conhecer mais acerca desta personagem fascinante e que parece ter sido tão importante no crescimento de Karou.

Ao longo da narrativa a autora vai ainda falando cada vez mais e dando cada vez mais importância aos Stelianos. Sendo que até temos direito a um pequeno vislumbre deles. Espero sinceramente que esta nova linha tenha realmente importância para a história e para o desenvolvimento e conclusão da guerra entre Anjos e Quimeras e não que seja algo que vem acrescentar ainda mais problemas ao imbróglio em que os personagens se encontram.

Tenho também receio do que Jael pretende fazer no mundo humano e como é que Karou e Akiva o vão conseguir vencer de modo a que finalmente ambas as raças possam viver realmente em paz.

Não posso deixar de referir que este é essencialmente um livro acerca de esperança e de mudanças. Esperança porque apesar de tudo e se calhar por motivos diferentes tanto Karou como Akiva como outros personagens não desistem de tentar fazer algo melhor. De serem seres melhores. Mudança porque aos poucos as quimera começam a perceber que nem todos os anjos são maus. Que existem pequenos gestos que podem salvar vidas. Espero sinceramente que no último livro essas quimeras que foram tocadas pela bondade de Akiva, Hazael e Liraz tenham um papel que permita uma união mais consistente entre ambas as raças.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 28 de junho de 2015

Opinião - Dias de Sangue e Glória

Ficha Técnica:
Autor: Laini Taylor
Título Original: Days of Blood & Starlight
Série: Entre Mundos, #2
Páginas: 440
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720047373
Tradutor:  Elsa T. S. Vieira

Sinopse:
Karou, antiga estudante de Arte, quimera revenante e aprendiz de ressurrecionista, tem finalmente as respostas que sempre procurou. Sabe quem é e o que é. Porém, com este conhecimento vem outra verdade que ela daria tudo para desfazer: amou o inimigo e foi traída, e um mundo inteiro sofreu por isso.
Agora, sacerdotisa de um castelo de areia numa terra de poeira e estrelas, profundamente só, Karou tenta recriar o universo do seu passado, contribuindo, com a sua dor e a sua mágoa, para a volta gloriosa das quimeras.
Porém, sem Akiva, e sem o seu sonho de amor partilhado, o caminho da esperança afigura-se impossível de trilhar.

Repleto de desgosto e beleza, segredos e escolhas impossíveis, Dias de Sangue e Glória encontra Karou e Akiva em lados opostos de uma guerra tão antiga como o tempo.

Opinião:
Gostei muito deste livro! Mais do que o anterior, A Quimera de Praga, apesar de ter atribuído a mesma classificação... 

Neste segundo volume da trilogia Entre Mundos, ficamos a conhecer melhor o trabalho de Ressurrecionista e os Revenantes (Quimeras ressuscitados) e gostei de ver todo o trabalho de Karou, especialmente com Ziri, um personagem do qual gostei muito.
Foi um alívio saber de Issa, a mulher Naja, e o seu regresso veio mesmo a calhar, pois não era só a Karou que ela estava a fazer falta. Com ela veio o conhecimento do que se passou após a destruição dos portais da loja de Brimstone, o que me satisfez apesar de agridoce.

Tenho a dizer também, que detesto de morte aquele Lobo Branco, Thiago, e aquela submissa sua, a Ten. Felizmente tive a satisfação de, nas páginas finais, saber o seu merecido destino (mais uma vez aqui Ziri revelou-se um personagem fantástico ao abdicar de tanto por um bem maior). Mas não é só do lado das Quimeras que se encontram os meus detestados, não... Também os Serafins têm duas belas peças: Joram e Jael. De um deles já ficámos a conhecer o destino, o do outro está incerto, mas sou da opinião de que no próximo volume este ainda vai causar os seus prejuízos...
Assim, ficamos com a certeza de que esta guerra constante entre as duas raças têm de ambas as partes tiranos de vontades cegas, que provavelmente já nem sabem porque se matam uns aos outros.

Gostei de ver mais dos irmãos de Akiva: Liraz e Hazael, que se revelaram personagens interessantes e trouxeram uma boa reviravolta à história.
Quanto a Akiva em particular, foi com entusiasmo que antevi o que ele pode vir a fazer com a magia há muito perdida, o que me leva a sentir renovada curiosidade pelo povo Steliano, ao qual ele pertence. Calculo que no próximo livro venhamos a desvendar todo o seu mistério. 

No que respeita a Karou e Akiva fico a aguardar a sua reaproximação. São personagens tão sofridas, que merecem encontrar conforto nos braços um do outro.

Para terminar, quero deixar registado, que faz muita falta um mapa de Eretz! Seria tão mais agradável se houvesse um para complementar a leitura...

Sunday's Quotes (98)

“Life is not a paragraph, and death is no parenthesis.”―  Paula Hawkins, The Girl on the Train

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Opinião - My True Love Gave To Me

Ficha Técnica:
Autor: Holly Black. Ally Carter, Matt de la Penña, Gayle Forman, Jenny Han, David Levithan, Kelly Link, Myra McEntire, Stephanie Perkins, Rainbow Rowell, Laini Taylor, Kiersten White
Páginas: 320
Editor: St. Martin's Griffin
ASIN: B00J6U7KV2

Sinopse:
If you love holiday stories, holiday movies, made-for-TV-holiday specials, holiday episodes of your favorite sitcoms and, especially, if you love holiday anthologies, you’re going to fall in love with MY TRUE LOVE GAVE TO ME: TWELVE HOLIDAY STORIES by twelve bestselling young adult writers, edited by international bestselling author Stephanie Perkins. Whether you celebrate Christmas or Hanukkah, Winter Solstice or Kwanzaa, there’s something here for everyone. So curl up by the fireplace and get cozy. You have twelve reasons to stay indoors and fall in love.

Opinião:
Sei que não estamos no Natal, nem sequer lá perto, mas enquanto andava a ver o que mais tinha a Laini Taylor escrito encontrei este livrinho cheio de histórias escritas por alguns autores que conheço e dos quais gosto. Vou então dar a minha opinião se não sobre todos, pelo menos sobre quase todos.

Midnights - Rainbow Rowell

Este foi um conto bastante fofo. Não o meu favorito, mas gostei bastante dele. O facto de os personagens serem melhores amigos e todos os anos um deles se revelar incapaz de mostrar os seus verdadeiros sentimentos... Além de que ambos os personagens têm personalidades encantadoras que em apenas duas ou três páginas deixam o leitor cativado.


The Lady and the Fox - Kelly Link
Infelizmente este foi um conto do qual não gostei por aí além. A premissa do é bastante antiga e não senti que a autora tenha sido capaz de lhe dar um cunho pessoal. Apesar de a escrita da autora ser cativante a história em si não o é. 

Angels in the Snow - Matt de La Peña
Este foi um conto que uma vez mais me encheu as medidas. Adorei a maneira como ambos os personagens se foram aproximando ao longo dos dias através da partilha de pequenas histórias acerca das suas vidas. E como isso acontece a duas pessoas que provavelmente não se interessariam uma pela outra noutro tipo de circunstâncias. Gostei ainda da personalidade de Shy, ele é alguém que não quer nem a caridade nem a pena das outras pessoas e que por isso se faz de forte. Foi fácil para mim criar empatia com este personagem.

Polaris is Where You'll Found Me - Jenny Han
Pensei que fosse gostar mais deste conto do que aquilo que gostei. Estava à espera de uma história mais fofa. Os personagens não me cativaram por aí além e a história também foi algo sem graça. Acho que teria resultado muito melhor se fosse mais longa, possivelmente uma novela ou um livro, de modo a que os sentimentos dos personagens fossem melhor desenvolvidos e de modo a que a autora nos apresentasse um final que se possa chamar de final.

It's a Yuletide Miracle, Charlie Brown - Stephanie Perkins
Este foi mais um dos contos que adorei. É impossível ficar indiferente à química que se gera  entre os dois personagens. Se bem que essa química possa existir quase desde o início a realidade é que a mesma se aprofunda e modifica após partilharem partes da história que os levou ao momento presente. Gostei ainda do ambiente em que a história foi escrita, um ambiente de esperança para que uma época de tristeza se possa vir a transformar numa época de alegria.

Your Temporary Santa - David Levithan
Ao contrário do conto anterior este não me cativou por aí além. A ideia de que alguém se mascare de Pai Natal para continuar a existir magia para uma criança é bonita. O modo como o autor a trabalhou não. Primeiro não gostei muito de que não nos seja fácil perceber logo ao início com que tipo de casal de namorados estamos a lidar. Depois toda a fraqueza demonstrada pelo personagem principal mexeu-me com os nervos visto a altura em que o conto se passa ser uma altura de esperança e amor.

Krampuslauf - Holly Black
Assim que vi que havia um conto da Holly Black sabia que havia de gostar e que havia de ser um conto um pouco mais obscuro que os restantes. E de certa forma não me enganei. É difícil explicar propriamente o que quero dizer com obscuro, mas a verdade é que ao ler o conto esta é a palavra que mais vezes surge na mente. Gostei dos pequenos e grandes indícios de magia e também da personagem principal com toda a sua garra e vontade de mais e melhor.

What The Hell Have You Done, Sophie Roth? - Gayle Forman
Este foi mais um conto que adorei. A personalidade completamente arisca, mordaz e irónica da personagem principal deixa qualquer pessoa com um sorriso na boca. Ao mesmo tempo ela faz um par bastante bom com a sua contra parte masculina. Apesar de ser um conto pequeno foi possível ver como Sophie se desenvolveu ao longo da narrativa, apercebendo-se aos poucos que se calhar o problema de não se conseguir divertir não era de toda a gente que a rodeava, mas dela mesma que não era capaz de dar oportunidades.

Beer Buckets and Baby Jesus - Myra Mcentire
Este foi um conto o qual não gostei especialmente, mas que em contra partida também não me desiludiu como outros da antologia. Consideremos que está no meio da escala. A personalidade do personagem principal é algo diferente daquilo que vamos vendo ao longo da antologia. Ele é alguém que gosta de pregar partidas e que é bastante bom a fazê-lo, sendo que não tem problemas em admiti-lo e tirar proveito desta sua faceta. Foi engraçado vê-lo tirar partido desta sua capacidade para fazer algo bom e ajudar alguém. Ao mesmo tempo este é um conto que mais uma vez nos mostra algo de bom, que as segundas oportunidades merecem ser dadas e que muito de bom se pode fazer com elas.

Welcome To Christmas, CA - Kiersten White
Um sítio chamada Christmas? Adorei a ideia! Adorei também a ideia de a autora ter utilizado o que chamamos de comida de conforto para nos mostrar que muitas vezes o que precisamos para sermos pessoas melhorer é lembrarmo-nos das coisas boas e do sentimento de felicidade que tivemos em determinado momento de modo a que sejamos capazes de lutar para voltar a atingir essa maneira de estar. Ao mesmo tempo adorei como a autora em tão poucas páginas foi capaz de nos fazer sentir verdadeiro afecto pela personagem principal e nos mostrar a relação cheia de amor que existe na família apesar de o seu membro mais jovem não se aperceber de tal coisa.

Star of Bethlehem - Ally Carter
Esta é uma história algo surreal na medida em que se passa no "mundo real" e por isso os acontecimentos deveriam ser credíveis, o que não acontece. Quem é que acolhe uma desconhecida em casa, que se sabe nos estar a mentir sem que dêmos qualquer importância a isso? Não que não possa acontecer, mas da maneira como a autora o contou achei-o pouco credível. Contudo isto foi uma sensação abafada pela escrita da autora e pelos personagens criados, que nos fazem sorrir a cada momento com a sua maneira de gostar e preocupar.

The Girl Who Woke the Dreamer - Laini Taylor 
Apesar de ter gostada bastante do conceito e da história em si fiquei um pouco triste com este conto. Acho que mais uma vez esta foi uma história que perdeu em ser tão curta. Teria tido muito mais impacto se tivéssemos tido mais tempo para conhecer os personagens e seguir os seus passos. Adorava ter conhecido mais acerca dos Dreamers. Aquilo que a autora mostra é tão pouco e ao mesmo tempo magnífico que deixa o leitor com um travo amargo na boca. Adorava que a autora pegasse neste conto e fizesse dele pelo menos uma novela com um world building mais desenvolvido.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Opinião - A Quimera de Praga

Ficha Técnica:
Autor: Laini Taylor
Título Original: Daughter of Smoke & Bone
Série: Entre Mundos, #1
Páginas: 376
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720044273
Tradutor: Elsa T. S. Vieira 

Sinopse:
Pelos quatro cantos do mundo, marcas de mãos negras começam a aparecer nas portas, gravadas a fogo por estranhos seres alados, saídos de uma fenda no céu.

Numa loja escura e empoeirada, o abastecimento de dentes humanos de um demónio começa a ficar perigosamente reduzido. E nas ruelas labirínticas de Praga, uma jovem está prestes a embarcar numa jornada sem retorno

O seu nome é Karou. Karou não sabe quem é, nem porque vive dividida entre o mundo humano e a sua família de demónios, mas crê que as respostas podem estar para lá de uma porta nos recantos sombrios de uma loja, ou no confronto com um completo desconhecido, de olhar abrasador e aparência divina - o anjo que queimou as entradas para o seu mundo, deixando-a só.

Opinião:
Já andava com esta trilogia de baixo de olho há algum tempo e eis que a Porto Editora resolve publicá-la quando estava prestes a comprá-la em inglês. 
Passado o primeiro impacto, gosto cada vez mais da capa, e agora, após terminar esta leitura passei a gostar muito do título escolhido para a nossa edição.

A Quimera de Praga é um livro de fácil leitura, daqueles que nem damos pelo passar das páginas, mas que apesar de me ter feito gostar sempre do que lia, foi só mais perto do final que me fez gostar realmente. Penso que isso se deva ao facto de as coisas nos serem explicadas a pouco e pouco. Tudo nos é apresentado com poucas explicações, mantendo uma aura de mistério e fazendo com que o leitor se questione sobre para que servem certas coisas, qual o seu propósito, o que se passa afinal aqui, etc. Só perto do final é que se faz luz e as peças se encaixam.

Adorei saber o significado das hamsas e a importância dos dentes para Brimstone e para as quimeras, bem como toda a história de Karou e Akiva. Que última centena de páginas maravilhosa...

Gostei também do facto de existir um outro mundo, Eretz, onde moram os Serafins e as Quimeras em constante batalha e adorei a lenda que cada raça criou para explicar a sua origem. Se uma se tratava de uma batalha da Luz contra a escuridão a outra falava de um Sol apunhalado cujas gotas de sangue originaram os Serafins e de duas luas Ellai (modesta) e Nitid (brilhante), cujas lágrimas deram origem às Quimeras.

Também achei bastante interessante termos como pano de fundo a cidade de Praga, não só por ser uma bela cidade e já lá ter estado, o que me permitiu vivenciar a história de outra forma, mas fundamentalmente por ser de facto raro achar um livro de literatura fantástica, que quando passado no mundo real, se passe fora dos EUA ou então do Reino Unido.

A ideia de todos aqueles desejos (Scuppys, Shings, gavriels, etc.), criada pela autora, é também muito curiosa e se fosse algo real, tal como Karou, adoraria "coleccionar" todas aquelas línguas e ser uma poliglota hehe

Para terminar, ficou a vontade de saber o que aconteceu efectivamente a Brimstone e companhia, o que levou alguns Serafins a serem castigados e tornarem-se "Caídos", bem como o rumo que tomarão Karou e Akiva. E será que voltarão a haver Magos entre os Serafins? Algumas revelações parecem apontar nesse sentido.
Assim sendo, resta-me esperar que Dias de Sangue e Glória seja pelo menos tão cativante quanto o presente livro.



terça-feira, 23 de junho de 2015

Opinião - End of Days

Ficha Técnica:
Autor: Susan Ee
Páginas: 344 (Kindle edition)
Editor: Feral Dream
ASIN: Skyscape

Sinopse:
End of Days is the explosive conclusion to Susan Ee’s bestselling Penryn & the End of Days trilogy.

After a daring escape from the angels, Penryn and Raffe are on the run. They’re both desperate to find a doctor who can reverse the twisted changes inflicted by the angels on Raffe and Penryn’s sister. As they set off in search of answers, a startling revelation about Raffe’s past unleashes dark forces that threaten them all.

When the angels release an apocalyptic nightmare onto humans, both sides are set on a path toward war. As unlikely alliances form and strategies shift, who will emerge victorious? Forced to pick sides in the fight for control of the earthly realm, Raffe and Penryn must choose: Their own kind, or each other? .

Opinião:
Nota: Este livro foi lido em leitura conjunta com a Catarina do Bookeater/Booklover. Podem ler a opinião dela aqui.

E eis que finalmente nos chega o final desta trilogia incrível. Ainda agora acabou e eu já sinto imensas saudades da Penryn e do Rafe, bem como de todos os outros personagens secundários


Uma vez mais o livro foi acção desde o início até ao fim, com alguns momentos dedicados ao romance pelo meio. Contudo apesar de o livro ser só acção o que mais me continua a cativar é a interacção entre os diversos personagens. Tal como as próprias personalidades. É impossível ficar indiferente à personalidade de Penryn e do Rafe, uma personalidade que se destaca pelo seu humor peculiar e pela sua mordacidade.

Outros personagens dignos de nota são o Dee-Dum, com a sua excentricidade e boa disposição são capazes de contagiar toda a gente. É impressionante como conseguem gerir as mais básicas emoções do ser humano. A mãe da Penryn e a Paige têm também direito a destaque, principalmente a Paige pelas opções que toma na situação em que se encontra, pela sua capacidade em manter a sua humanidade apesar de tudo aquilo que lhe aconteceu. Para uma miúda de 7 anos mostra grande discernimento e uma grande força de vontade. 

Se na sua maioria o livro foi cheio de reviravoltas e quase nada era fácil de adivinhar a verdade é que ao longo da leitura foi fácil de perceber qual o final que a Penryn e o Rafe iriam ter. Depois de todo aquele stress por causa de ela ser humana e ele angélico preferia um desfecho menos convencional.

Esta situação levou-me a perceber que houve várias questões que ficaram por responder. Nomeadamente ficamos sem saber se o Gabriel estava realmente louco ou não e qual o motivo porque inicialmente os anjos voeram à terra. Ao mesmo tempo ficamos também sem perceber o porquê da proibição da mistura entre anjos e humanos visto que neste mundo esta mistura não dava propriamente origem a crias violentas. Apesar de a resposta a estas questões não ser necessária para o desenvolver e resolver da história acho-as necessárias de forma a tornar a história mais coerente e completa.

Uma menção especial para a Pooky Bear que apesar de não falar é capaz de mostrar bastante bem os seus sentimentos.

sábado, 20 de junho de 2015

Opinião - A Quimera de Praga

Ficha Técnica:
Autor: Laini Taylor
Título Original: Daughter of Smoke and Bone
Páginas: 376
Editor: Porto Editora
ISBN: 9789720044273
Tradutor: Elsa T. S. Vieira

Sinopse:
Pelos quatro cantos do mundo, marcas de mãos negras começam a aparecer nas portas, gravadas a fogo por estranhos seres alados, saídos de uma fenda no céu.

Numa loja escura e empoeirada, o abastecimento de dentes humanos de um demónio começa a ficar perigosamente reduzido. E nas ruelas labirínticas de Praga, uma jovem está prestes a embarcar numa jornada sem retorno

O seu nome é Karou. Karou não sabe quem é, nem porque vive dividida entre o mundo humano e a sua família de demónios, mas crê que as respostas podem estar para lá de uma porta nos recantos sombrios de uma loja, ou no confronto com um completo desconhecido, de olhar abrasador e aparência divina - o anjo que queimou as entradas para o seu mundo, deixando-a só.

Opinião:
Já tinha ouvido elevados louvores à Trilogia Entre Mundos da Laini Taylor. Contudo ao ler a sinopse a história nunca me tinha chamada a atenção. Os livros foram então lançados em português e surgiu a oportunidade de os ler. Assim sendo pensei, porque não? Foi sem dúvida uma das melhores decisões que tomei.

A história começa de uma forma abrupta na medida em que não nos é fornecido qualquer tipo de contextualização no início. Karou é-nos apresentada como uma miúda normal apesar de sentir-mos que qualquer coisa não bate certo. Só mais à frente é que acabamos por ir percebendo aos poucos com o que estamos a lidar. Quase todo o livro é escrito deste modo, em que parece que o leitor cai no meio dos acontecimentos e só aos poucos é que vai percebendo o que se está a passar. Parece a todo o momento os personagens têm segredos só deles e que não temos praticamente ideia do que realmente se está a passar.

Este é também um livro bastante introdutório. Ao longo de toda a narrativa parece que nada acontece a não ser o explicar do como é que chegamos ao agora. De como é que a guerra se tem vindo a desenvolver, de qual o papel de cada um dos personagens nessa guerra e qual a história de Akiva e Karou e qual a sua relação com os acontecimentos que irão afectar ambas as nações. Contudo a autora faz essa contextualização e apresentação da informação de uma maneira tão cativante que o leitor fica completamente agarrado do início ao fim.

A prosa da autora é cativante. A maneira como apresenta os personagens e as suas personalidades deixam o leitor completamente rendido. Tanto Karou, como Akiva, como os personagens secundários são cativantes e o leitor quer sempre mais vislumbres, mais informação acerca da essência e das histórias destes personagens. Como seria de esperar a narrativa centra-se mais na história de Akiva e Karou, sendo que numa parte mais final do livro é-nos contada a história passada de Karou através das lembranças da mesma. Apesar de estas serem importantes para a história foi talvez a parte que mais vontade eu tive de passar à frente, na medida em que foi fácil de perceber o que teria acontecido.

Ao mesmo tempo o mundo criado pela autora é cativante pela sua história, os seus mitos e lendas. Gostava de ter ficado a conhecer mais acerca da história tanto dos anjos como das quimeras.

É capaz de ter existido apenas um pequeno pormenor que me deixou desiludida. Sei que por motivos que se tornam óbvios no decorrer da história o amor entre Kaoru e Akiva é quase insta, mas gostava que a autora tivesse construído uma base mais sólida no agora para a relação destes personagens.

Aguardo ansiosamente pela oportunidade de ler o segundo livro.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Opinião - A Última Dança de Charlot

Ficha Técnica:
Autor: Fabio Stassi
Título Original: L'ultimo ballo di Charlot
Páginas: 256
Editor: Bertrand
ISBN: 9789722529600
Tradutor: Simonetta Neto

Sinopse:
Tal como uma vidente previu, na noite de Natal dos seus 82 anos, a morte vai ao encontro de Charlie Chaplin para o levar consigo. Mas o seu filho mais novo, Christopher, ainda é muito pequeno e o ator quer vê-lo crescer mais um pouco. Faz então um pacto com a Morte: se conseguir fazê-la rir, viverá mais um ano.
Na sua longa carta de despedida ao filho, enquanto espera por mais um Natal, Chaplin vai contando a surpreendente história da sua vida e das figuras improváveis com quem se cruzou.
Das suas origens humildes em Londres, passando pelo abandono do pai, a doença mental da mãe, o primeiro emprego no circo até à chegada à América. Ardina, tipógrafo, pugilista, realizador de cinema, cada passo contribui para o nascimento de Charlot.

Opinião:
Este livro conta-nos a história de Charlot, o seu percurso desde que nasceu até que a morte o foi buscar. Contudo esta não é uma história real, biográfica. A verdade é que grande parte dos factos que nos são apresentados são inventados pelo autor, ou são trazidos de outros livros, tal como o próprio autor indica na nota final do livro.

Charlot sempre foi uma personagem que cativou o público, e apesar dos anos passados ainda muitos o recordam e idolatram por aquilo que ele representou e representa no desenvolvimento do cinema. Apesar de não conhecer a sua história real, é fácil de sentir que aquele poderia ter sido realmente o percurso deste personagem. O pouco que me lembro de ver deste personagem no ecrã adequa-se perfeitamente ao tom que o autor deu à história.

E mais que os acontecimentos é o tom da história e a maneira como Charlot lida com as situações que lhe vão aparecendo que cativa. Não posso deixar de referir também os capítulos em que vemos as suas interacções com a morte. As suas tentativas infrutíferas de a fazer rir de modo a tentar ganhar mais tempo de vida, para depois sem querer a fazer rir com essa maleita que é a velhice.

No geral é um livro bem conseguido, que cativa o leitor tanto pela escrita como pelos acontecimentos que se vão proporcionando na vida do personagem, levando a que o mesmo cresça para se tornar no Charlie Chaplin que muitos de nós ainda recordam. É ainda um livro que me deixou curiosa por saber a verdadeira história deste personagem e de como se veio a transformar no que era.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 14 de junho de 2015

Sunday's Quotes (96)

“Hope can be a powerful force. Maybe there's no actual magic in it, but when you know what you hope for most and hold it like a light within you, you can make things happen, almost like magic.”―  Laini Taylor, Daughter of Smoke & Bone

sábado, 13 de junho de 2015

Opinião - Uma Nova Esperança

Ficha Técnica:
Autor: Colleen Hoover
Título Original: Losing Hope
Páginas: 304
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898800312
Tradutor: Ângelo Santana

Sinopse:
Holder é um adolescente em busca da sua melhor amiga, Hope, a quem voltou costas um dia, há treze anos. O mesmo dia em que ela foi raptada e levada para sempre. Quando uma tragédia envolve a irmã gémea de Holder, Less, a necessidade de encontrar Hope torna-se mais forte do que nunca. Holder sente-se diariamente perseguido por fortes sentimentos de culpa, e os remorsos que sente por não ter conseguido ajudar nem a sua irmã, nem Hope, são devastadores. Quando um dia, inesperadamente, se cruza com uma rapariga que se parece com Hope, Holder vai fazer tudo para se aproximar dela a fim de reencontrar a paz de que tanto necessita. Mas porque insiste Hope em dizer que se chama Sky e que não o conhece? E, por outro lado, porque sente Holder que esta rapariga, que o rejeita e se tenta afastar, precisa tanto dele quanto ele precisa dela? Uma Nova Esperança (Hope) narra pela voz de Holder um reencontro que trará memórias há muito esquecidas e que revelará verdades que poderão doer demasiado. Para alcançarem a paz e a felicidade, Holder e Hope terão de encarar a mais dolorosa e íntima das memórias. Conseguirão ambos traçar um caminho juntos após desenterrarem um passado tão difícil? E será o amor de Hope a chave para uma nova esperança na vida de Holder?

Opinião:
Acho que desde o início do ano até à data este foi o livro que mais me surpreendeu!

Se achei a história contada do ponto de vista da Hope bastante fraquinha e os personagens sem carácter o mesmo não aconteceu neste livro. O Holder foi um personagem que no livro anterior não me disse nada e com o qual não consegui criar qualquer tipo de afinidade. Contudo posso dizer que neste livro passou-se exactamente o contrário.

Achei que estar dentro da cabeça do Holder foi fascinante. Apesar de tudo o que aconteceu com a Sky identifiquei-me muito mais com os problemas com os quais o Holder estava a passar e os sentimentos de culpa que eles despoletavam no Holder. É difícil viver com a certeza de que a culpa de algo ter acontecido é nossa. Principalmente quando temos a sensação que isso já aconteceu mais que uma vez. Não estamos a falar de algo simples, mas de situações realmente complicadas como perder uma das pessoas que mais amamos na vida.

Apesar de a história ser a mesma, tudo teve mais interessa contado do ponto de vista do Holder. Foi interessante ver como ele evolui ao longo da narrativa, como passou de alguém assustado e revoltado com a vida para alguém que compreende, aceita e perdoa. Gostei especialmente das cartas que ele escrevia à irmã. Não é muito normal ver um rapaz a fazer uma coisa dessas e foi uma boa maneira de a autora demonstrar a relação que ambos tinham e todas as transformações pelas quais o Holder está a passar.

Sem dúvida um livro muito melhor que o primeiro, fiquei bastante contente comigo mesma por ter dado uma segunda oportunidade à autora. Se soubesse o que sei hoje só teria lido este segundo livro pois não considero que o primeiro faça falta. Nota-se uma clara evolução na escrita e na criação de enredo da autora de um livro para o outro. Este é um livro que contra todas as minhas expectativas vou ter que recomendar.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Opinião - Saga Vol. I, II, III, IV

Ficha Técnica:
Autor: Brian K. Vaughan
Ilustrador: Fiona Staples
Páginas: 160, 144, 144, 144
Editor: Image Comics
ISBN: 9781607066019, 9781607066927, 9781607069317, 9781632150776

Sinopse:
 Vol. I
When two soldiers from opposite sides of a never-ending galactic war fall in love, they risk everything to bring a fragile new life into a dangerous old universe.
From New York Times bestselling writer Brian K. Vaughan (Y: The Last Man, Ex Machina) and critically acclaimed artist Fiona Staples (Mystery Society, North 40), Saga is the sweeping tale of one young family fighting to find their place in the worlds. Fantasy and science fiction are wed like never before in this sexy, subversive drama for adults.
This specially priced volume collects the first six issues of the smash-hit series The Onion A.V. Club calls "the emotional epic Hollywood wishes it could make."

Vol. II
Thanks to her star-crossed parents Marko and Alana, newborn baby Hazel has already survived lethal assassins, rampaging armies, and horrific monsters, but in the cold vastness of outer space, the little girl encounters her strangest adventure yet... grandparents.


Vol. III
Searching for their literary hero, new parents Marko and Alana travel to a cosmic lighthouse on the
planet Quietus, while the couple's multiple pursuers finally close in on their targets.

Vol. IV
Visit new planets, meet new adversaries and explore a very new direction, as Hazel becomes a toddler while her family struggles to stay on their feet.

Opinião:
Quando li a primeira issue de Saga (como pode ser lido aqui) achei interessante o conceito e percebi o que é que poderia estar a cativar o público, mas não fiquei fã da BD. Tudo isso mudou quando continuei a ler Saga e despachei os quatro volumes existentes numa só tarde sem parar para fazer o que quer que seja.

Saga não é uma BD acerca da luta do bem contra o mal. Em que temos os heróis e os vilões. Em Saga todos os personagens têm uma parte de herói e uma parte de vilão e é isso que os torna tão reais! Além disso Saga é acerca de família. Os problemas inerentes a qualquer uma e os sacrifícios que se fazem por ela.

No Vol. I ficamos a conhecer um pouco da história de Alana e Marko bem como do nascimento de Hazel e de como estes conseguiram escapar ao planeta no qual se encontram. Aqui ficamos a conhecer a maior parte dos personagens que nos vão seguir ao longo da narrativa, como o Prince Robot IV, The Will e Izabel. Todos eles são interessantes com os seus dilemas e com as suas acções relativas a determinadas situações.

Já no Vol. II ficamos a conhecer os pais de Marko e um pouco mais da sua história. Apesar de continuarem a haver inimigos atrás deles para os destruírem, aqui a narrativa prende-se mais com as interacções entre os diferentes familiares e como isso os afecta. Gostei principalmente do pai de Marko, um ser bastante bondoso mas com uma determinação de ferro. The Will foi também uma surpresa, apesar de ser um assassino de sangue frio a verdade é que tem também um coração capaz de se preocupar e amar.

No Vol. III ficamos a conhecer o autor do romance preferido de Alana, e aquele que deu origem ao seu romance com Marko. Adorei que o autor utiliza-se um tipo de romance, que normalmente é bastante desvalorizado, como o motivo e razão para que Marko e Alana estejam actualmente juntos. Bem como tê-lo utilizado para tentar fazer passar uma mensagem de paz através do Universo.


No Vol. IV, os inimigos são os próprios Marko e Alana, que por mais diversos motivos se afastam um do outro causando algum distanciamento na sua relação. Isto leva a que acabe por acontecer uma tragédia e a família se separe. Foi extremamente desconcertante ver o ponto a que as coisas chegaram e adorei a reviravolta no final.

Sem dúvida que Saga é uma BD que ainda tem muito para dar. A história não tem momentos parados, há sempre qualquer coisa a acontecer, seja uma luta com os inimigos, seja revelações ou conversas interessantes entre os personagens. A verdade é que o leitor quer sempre mais, quer sempre saber o que vem a seguir.

Só posso elogiar o trabalho da Fiona Staples. Os desenhos dela são fantásticos e enquadram-se perfeitamente no tipo de história que o autor quer contar. Ela é tão boa que me faz sentir constrangida ao olhar para determinadas cenas mais explícitas devido a tudo o que transparece na imagem.

Apesar de não ser fã de BD esta é uma que não deixarei de seguir tão cedo pois tem tudo para me continuar a manter completamente viciada. 








sábado, 6 de junho de 2015

Novidades do Blog e FdL 2015

O meu blog é algo pequeno. Não tem propriamente muitos seguidores, pelo menos que apareçam como seguidores. Se ao início isso era algo que me incomodava ligeiramente agora nem por isso. A verdade é que eu criei o blog porque queria partilhar aquilo que lia com outras pessoas. Não quis parcerias porque não quero sentir-me mal por falar mal de um livro quando o mesmo me foi oferecido. A minha liberdade a nível de expressão é algo que preso imenso. Quero poder dizer aquilo que quero e sinto da maneira que quero sem pensar que posso estar a ofender susceptibilidades. Neste momento vou dar um pequeno passo para tornar o blog um pouco maior e mais diversificado. Assim sendo quero dar as boas vindas à Rita. Daqui para a frente ela vai passar a fazer parte do Blog. Para já vai começar apenas por dar a sua opinião dos livros que quer, quando bem entender que o deve fazer. Não será uma presença tão assídua como eu no Blog, mas espero que isso venha a mudar para a frente. O facto de trazer a Rita para bordo é algo que tenho tentado fazer desde que o Blog existe e finalmente tive sucesso. Ela tem liberdade para fazer o que quiser e espero que isso a incentive a trazer mudanças e coisas novas que possam cativar mais pessoas. Assim sendo, o meu muito obrigada Rita, por tudo aquilo com que possas vir a contribuir =)

Mudando de assunto, a Cláudia do Uma Biblioteca em Construção lançou-me um pequeno desafio de mostrar os livros que adquiri na feira do livro de Lisboa. Assim sendo aqui ficam eles:

A Quinta dos Animais do George Orwell e o Anjos Rebeldes da Libba Bray estavam como livros do dia e assim sendo tiveram que vir comigo para casa, principalmente o 2º que está a um preço irracional e com os 40% ficou a um preço decente. O Jardim Secreto veio para casa porque está na altura de voltar a fazer uma coisa que sempre adorei, pintar! E visto que até está na moda junta-se o útil ao agradável.
 

Sensibilidade e Bom Senso da Jane Austen era um livro que queria mesmo muito ter porque adorei o Orgulho e Preconceito, assim sendo aproveitei para trazê-lo como livro do dia no stand da Presença. Já o Tigana e o Noite Silenciosa vieram do stand da Saída de Emergência uns dias mais tarde para fazer companhia aos restantes livros das respectivas séries.

Contudo o que rendeu a sério foi a hora H:
 

Os livros adquiridos na hora H são essencialmente livros que quero, mas que têm um preço exagerado em situações normais e por isso são adquiridos apenas com desconto, ou são livros que apesar de querer não são tão prementes que não possam esperar por uma baixa de preço. Quanto aos livros do Harry Potter, esses são para ir adquirindo com calma porque tenciono acabar a colecção e ficar com uma estante fantástica!
 
E pronto, basicamente foram estas as minhas aquisições até à data. Eventualmente podem vir mais coisinhas para casa, mas só se entretanto surgir alguma promoção da qual não esteja à espera.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Opiinião - Crime Num Quarto Fechado

Ficha Técnica:
Autor: Hans Olav Lahlum
Título Original: Menneskefluene
Páginas: 368
Editor: Asa
ISBN: 9789892330358
Tradutor: Elsa T. S. Vieira

Sinopse:
Num pequeno prédio em Oslo onde todos os moradores se conhecem, dá-se um crime impossível. Harald Olesen é assassinado a tiro na sua sala de estar. A arma não foi encontrada. A divisão estava fechada à chave por dentro, o apartamento vazio. Admirado por todos, Harald era um lendário herói da resistência a Hitler. É difícil imaginar quem terá cometido um crime tão vil. Mais complicado ainda é imaginar como terá sido executado. O detetive inspetor Kolbjørn Kristiansen (também conhecido como K2) é chamado ao local. À medida que interroga os vizinhos da vítima, K2 começa a desenredar uma teia de mentiras que teme não ter fim. Felizmente, tem uma aliada: Patrícia Borchmann. A jovem está confinada a uma cadeira de rodas mas a sua mente prodigiosa não se detém perante tais limitações. Juntos, são a única esperança de deslindar este enigma aparentemente insolúvel.

Opinião:
Crime Num Quarto Fechado é um policial bastante bem escrito. É um livro bastante completo, desde o enredo até aos personagens e à descrição do ambiente presente e passado.

Esta história começa com um homicídio quase impossível de descubrir. A morte de Harald Olesen em que apenas se encontrou um corpo, sem arma do crime e sem que alguém no prédio tivesse visto a pessoa que o matou sair do prédio apesar de existirem várias nas premissas onde ocorrer o homicídio. Desde o início da história que este se mostra um caso extremamente complexo e difícil de resolver, a não ser pela extrema inteligência de Patrícia. Se não fosse ela quase de certeza que esta história não teria um final feliz.

Ao longo de toda a narrativa é praticamente impossível descobrir quem é o verdadeiro assassino. As pistas vão sendo reveladas aos poucos de modo a tentar-se criar o retrato deste assassino extremamente astuto e organizado. E só mesmo no final quando todas as peças estão juntas é que tudo passa a fazer sentido.

Percebe-se que Patrícia é capaz de fazer várias associações com aquilo que acontece e que é dito, bem como consegue ler entre as linhas daquilo que é dito pelos suspeitos do homicídio. Ou seja, Patrícia aqui é o cérebro da operação enquanto que Kolbjørn acaba por ser a força bruta. Este foi um aspecto um pouco decepcionante do livro. Da maneira como a sinopse está escrita somos levados a crer que o detective Kolbjørn é alguém extremamente inteligente, perspicaz e que tem a ajuda de Patrícia. Não é bem isso que acontece. Às vezes parece mais que é Kolbjørn que está a ajudar Patrícia do que o contrário.

Gostei dos personagens criados pelo autor. Todos eles são bastante humanos, com os seus erros, os seus medos, as suas mentiras. É impossível não nos vermos em algumas situações ou sentirmo-nos empáticos com os dilemas de alguns deles. Foi interessante aperceber-me ao longo da narrativa que a tendência do ser humano é ser dissimulado e ao mesmo tempo tentar proteger-se a si próprio em vez de contribuir para um bem maior. Gostei que o autor tivesse escolhido personagens na sua maioria afectados pela guerra. Foi possível ver o trauma que esta deixou em muitos deles e como isso os afecta de diversas maneiras dependendo das suas personalidades.

Outro ponto que me impediu de gostar tanto do livro como esperava foi o facto de sentir que o detective se estava a aproveitar de Patrícia por fazer o trabalho por ele levando a que ele tenha fama de capaz quando na realidade ele parece não ter muito jeito para a coisa. Acharia mais interessante se o autor tivesse optado por focar mais o livro em Patrícia do que em Kolbjørn.

Não posso deixar de referir que achei caricato o facto de Patrícia ter como base para a sua investigação as técnicas usadas nos livros de Agatha Cristhie e Arthur Conan Doyle. Afinal de contas, nós estamos a ler um livro e não deixa de ser engraçada esta característica da personagem.

Este é sem dúvida um policial que aconselho a quem gosta do género, pois apesar das pequenas falhas está extremamente bem escrito e conseguido.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

terça-feira, 2 de junho de 2015

Opinião - Sete Minutos Depois da Meia-Noite

Ficha Técnica:
Autor:  Patrick Ness
Ilustrador:  Jim Kay 
Título Original: A Monster Calls
Páginas: 216
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722354608
Tradutor: Ana Cristina Pais

Sinopse:
Passava pouco da meia-noite quando o monstro apareceu.
Inspirado numa ideia original da escritora Siobhan Dowd, que morreu de cancro em 2007, Patrick Ness criou uma história de uma beleza tocante, que aborda verdades dolorosas com elegância e profundidade, sem nunca perder de vista a esperança no futuro. Fala-nos dos sentimentos de perda, medo e solidão e também da coragem e da compaixão necessárias para os ultrapassar. Fantasia e realidade misturam-se num livro de exceção, com ilustrações soberbas que complementam e expandem a beleza do texto.

Opinião:
Acho que se pode dizer que este não é um livro fácil... Provoca muitas emoções e deixa-nos a pensar em todas as suas mensagens.
Aborda temas complicados como o bullying e o cancro e mostra um pouco o lado de um miúdo de treze anos que vive com a doença da mãe e faz o que pode para a enfrentar e por outro lado esquecer que existe.

Graças a todo este drama acaba por surgir a Conor, um monstro, todas as noites (ou quase), à meia-noite e sete. Um monstro que dele só quer toda a verdade, em troca de três histórias, e que verdade...
As histórias do monstro mostram que nem tudo o que parece é; que "Nem sempre há um herói. Assim como nem sempre há um vilão." e que "A maioria das pessoas está algures entre os dois"; e que duas coisas totalmente distintas podem ser verdade ao mesmo tempo.

Tanto assim é que a verdade de Connor, assim como muitas outras com que nos deparamos ao longo da vida, é dolorosa. Tão dolorosa que para a superar há que a verbalizar, tornando o medo real, permitindo seguir em frente e encontrar alguma paz...

Sete Minutos Depois da Meia-Noite é uma obra intensa e bem elaborada, um pouco complicada de digerir e com ilustrações fantásticas e cativantes, que não só embelezam como complementam o livro. 

"- As histórias são o que há de mais selvagem - trovejou o monstro. - as histórias perseguem, e mordem, e caçam." - Tão bom :)