quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Opinião Slated - Reiniciada

Ficha Técnica:
Autor: Teri Terry 
Título Original: Slated
Série: Slated, #1
Páginas: 488
Editor: Individual Editora (Lápis Azul)
ISBN: 9789898730237
Tradutor: Carla Ribeiro

Sinopse:
Kyla Davis está prestes a entrar numa nova vida. As suas memórias foram apagadas e, com elas, todo o conhecimento que tinha antes de ter sido Reiniciada. Como pena para um crime que, como tudo o resto, desconhece, tudo o que a identificava foi removido. Agora, Kyla tem à sua espera uma nova família e um novo início de vida, e a responsabilidade de cumprir tudo aquilo que esperam dela - caso contrário, as consequências poderão ser pouco agradáveis. Mas, mesmo enquanto se tenta adaptar à comunidade, Kyla começa a questionar. Há pessoas a desaparecer à sua volta e uma vigilância opressiva em que todos parecem estar apenas à espera que ela cometa o seu primeiro erro. E, algures por dentro, há memórias que lutam para surgir. Talvez ela não seja apenas a boa menina Reiniciada que todos lhe exigem que seja. Mas quem é, então? 

Opinião:
Foi com surpresa e entusiasmo que vi surgir este livro no mercado português, praticamente sem aviso. Pois é, parece que ainda por aí uma nova editora, ainda de forma muito discreta, a investir em livros muito curiosos: Individual Editora, sobe a chancela (?) Lápis Azul.

Ora, Slated - Reiniciada passa-se num futuro "quase" pós-apocalíptico, e digo quase porque o resultado deste mundo, em 2054 (foi o que me deu pelas contas), reflecte a solução encontrada pelo governo para erradicar o terrorismo e a violência, pelo menos no que toca ao Reino Unido. Claro que neste tipo de livros, já sabemos que as coisas não são bem assim, tão bem intencionadas e altruístas, e neste primeiro volume a autora faz-nos perceber isso, mas ainda sem nos revelar os motivos subjacentes a este Reinicio. Este termo refere-se ao processo de eliminar a memória e a personalidade àquelas pessoas que cometeram actos violentos, terroristas, criminosos, dando-lhes assim uma "nova oportunidade" de vida e reinserção na sociedade. Acontece que estas pessoas, jovens até aos 17 anos, passam a ser controladas por um dispositivo que as pode vir mesmo a matar, caso se tornem agressivas, e têm de reaprender a fazer tudo, desde o mais básico, como o falar e o andar, e durante este processo são moldadas aos interesses do governos e dos Lordens.
No entanto, apesar da suposta boa intenção, o que se nota é que os Reiniciados são rejeitados pelas pessoas ditas normais, colocando-os um pouco à margem. Muitos odeiam-nos até e outros agem como se eles não existissem ignorando-os, alguns, aparentemente, por medo de represálias. 

Estamos portanto, a meu ver, perante uma sociedade hipócrita, que controla e oprime os seus cidadãos pelo medo, dirigindo o seu ódio aos reiniciados, que pelos vistos não são só ex. malfeitores, mas pessoas que por algum motivo não se encaixam nos seus padrões, desviando as atenções de algo maior (penso eu).

Achei o livro muito misterioso e intrigante. Com uma escrita simples, que permite uma leitura bastante fluída, de tal modo que nem damos pelas horas e páginas a passar.

Gostei de Kayla, a personagem principal, que como era de esperar é uma reiniciada diferente e que ao longo do livro a vemos passar da passividade, à dúvida e depois à vontade de agir, abrindo grandes expectativas para os volumes que se seguem. As personagens secundárias, tal como a história são muito intrigantes: a "Mãe" de Kayla e toda a sua importância por ser filha de quem é e a ideia que transmite de que talvez não seja a favor da sociedade em que vivem; o "Pai" de Kayla que inicialmente parecia um porreiro, mas que agora aparenta estar constantemente de olho nela a tentar decifrá-la (quem é ele afinal?); o professor de arte, o Sr. Gianelli, claramente contra as acções dos Lordens e com algum tipo de relacionamento com a "mãe" de Kayla (para onde terá ido?!); a Dra. Lysander, responsável pelos reinícios, mas cheia de enigmas e capaz de "fechar os olhos" a algumas coisas; Hatten ou Nico, alguém do passado de Kayla que a instruiu em matérias condenáveis e proibidas, de quem nada sabemos ainda; e o próprio Ben, um rapaz reiniciado, alegre que teve uma reviravolta e que agora me deixa a desejar saber o seu destino. E os terroristas que querem derrubar o governo? Quem são eles?

Muita curiosidade e muitas questões ficam no ar, deixando-me ansiosa pelo segundo volume desta trilogia, que espero, não tarde a ser publicado.

(Nota: Esta opinião já tem uns mesinhos. Foi escrita por mim, no mês de Maio deste ano de 2015, e foi inicialmente publicada no meu Goodreads e posteriormente num outro blog literário.)



16 comentários:

  1. Respostas
    1. Gostei muito deste início de trilogia e assim que terminar o que estou a ler de momento, devo pegar na sua continuação, que saiu agora :)

      Eliminar
  2. Esta história parece muito interessante.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E é, efectivamente. Especialmente para quem gosta de fantasia distópica :)

      Eliminar
  3. Já há algum tempo que tenho vontade de ler este livro e agora fiquei ainda mais curiosa :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vale a pena Carina, especialmente se gostares de livros distópicos :)

      Eliminar
  4. Uma imensa vontade de o ler, fiquei extremamente curioso!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se surgir a oportunidade, espero que seja uma boa leitura.

      Eliminar
  5. Ainda não li este livro mas a história parece-me interessante.

    ResponderEliminar
  6. Estou bastante curiosa para ler este livro!

    ResponderEliminar
  7. Estou muito curiosa para ler este livro :)

    ResponderEliminar