quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Opinião - O Sino Entre Mundos

Ficha Técnica:
Autor: Ian Johnstone
Título Original: The Bell Between Worlds
Série: Crónicas do Espelho, #1
Páginas: 482
Editor: Lápis Azul
ISBN: 9789898730138
Tradutor: Guilherme Borges

Sinopse:
Desde que a mãe morreu que Sylas Tate é um solitário.
Mas o toque dum sino gigante vai arrastá-lo para um mundo diferente, conhecido como O Outro, onde ele irá descobrir não só que possui um talento natural para a magia, como também que a sua mãe pode ter vindo desse estranho mundo paralelo.

Entretanto, as forças do mal não param e uma revelação assombrosa espera por Sylas: é que O Outro é um espelho do nosso mundo. À medida que a violência e as dificuldades vão aumentando, Sylas vai ter que encontrar uma rapariga que poderá ser a outra metade da sua alma - caso contrário, o universo inteiro pode desaparecer...

Opinião:
Sylas é um rapaz um pouco isolado, que vive sozinho com o seu desagradável tio, desde a suposta morte de sua mãe. Os seus dias passam-se, sem grande novidade, a fazer recados e outro tipo de tarefas, até ao dia em que se desvia do seu caminho, intrigado com uma nova loja, vinda do nada: a Loja das Coisas. E é aí, nessa loja, ao conhecer o misterioso Sr. Zhi, que tudo muda para Sylas.
Num piscar de olhos, a sua vida corriqueira fica para trás das costas, tornando-se possuidor de um livro muito especial de runas, o Samarok, e começa uma desenfreada fuga, de estranhas e maléficas criaturas, que o leva a um Sino que o transporta para um mundo paralelo.

O Sino Entre Mundos é um livro de fantasia, dirigido a um público mais juvenil, mas capaz de agradar e entreter leitores mais maduros.
A história é interessante e bem conseguida e desenrola-se a bom ritmo: há muita acção, aventura, magia e mistério pelo meio, um conjunto de ingredientes no mínimo cativante, e melhor que isso, encontram-se bem equilibrados.

No entanto, não é uma história muito fácil de entrar de início, pois são-nos introduzidos muitos conceitos novos, criados pelo autor, nomes de espécies de criaturas, de certos grupos de pessoas, de vários tipos de magia, de categorias de praticantes da mesma, etc. Por isso dei por mim um pouco perdida em certos momentos, algo que me acontece muito raramente, o que me faz achar que o autor pode ter caído no erro de criar demasiados nomes para várias coisas e/ou tê-os introduzido na história, sem muito cuidado, praticamente uns atrás dos outros. Felizmente, apesar de levarem o seu tempo a interiorizar, todas estas palavras novas, inventadas, acabam por fazer sentido. 

As personagens destas crónicas, acabam por ser algo simples, ou são totalmente boas, como Sylas e a sua amiga Simia, ou totalmente más, como o vilão Thoth e seus fieis seguidores, não há nenhuma que seja mais dúbia ou neutra, mais realista. 
Estamos, portanto, perante uma clássica história do bem contra o mal, cujos traços gerais não nos trazem grande novidade, mas que tem as suas particularidades: como os diversos tipos de magia, o transporte entre mundos através de um sino ou círculos mágicos, os mitos e lendas presentes, como o Mito do Reflexo, que me parece de particular interesse, e que basicamente diz, que cada pessoa tem alguém no outro mundo que é o seu reflexo e que juntos se complementam. Pegando neste último detalhe, quero ainda dizer que gostei particularmente da ideia dos dois mundos desta obra serem o espelho um do outro: quando num é dia, no outro é noite; se num é Inverno, no outro é Verão; se um tem indústria e ciência, o outro é mais natural e com magia. 

Posto isto, fica a intenção de continuar a seguir as Crónicas do Espelho e saber mais sobre a recém apresentada Naeo, descobrir o que sucedeu a à mãe de Sylas, Bowe e Espen, e claro, saber para onde irão Sylas e os seus companheiros e que rumo tomará a sua grande aventura.

(Livro gentilmente cedido para opinião pela Individual Editora)



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