sexta-feira, 18 de março de 2016

Opinião - Red Queen

Ficha Técnica:
Autor: Victoria Aveyard
Série: Red Queen, #1
Páginas: 383
Editor: Harper Teen
ISBN: 9780062310637

Sinopse:
This is a world divided by blood – red or silver.
The Reds are commoners, ruled by a Silver elite in possession of god-like superpowers. And to Mare Barrow, a seventeen-year-old Red girl from the poverty-stricken Stilts, it seems like nothing will ever change.
That is, until she finds herself working in the Silver Palace. Here, surrounded by the people she hates the most, Mare discovers that, despite her red blood, she possesses a deadly power of her own. One that threatens to destroy the balance of power.
Fearful of Mare’s potential, the Silvers hide her in plain view, declaring her a long-lost Silver princess, now engaged to a Silver prince. Despite knowing that one misstep would mean her death, Mare works silently to help the Red Guard, a militant resistance group, and bring down the Silver regime.
But this is a world of betrayal and lies, and Mare has entered a dangerous dance – Reds against Silvers, prince against prince, and Mare against her own heart...

Opinião:
Red Queen foi o livro escolhido como desafio de leitura de Março, do meu frasquinho de desafios literários, de onde saiu um papelinho que indicava que, este mês, teria de ler "Um livro em inglês". 
Andava com vontade de ler este Red Queen desde que saiu e este mês, dadas as circunstâncias, não me podia escapar.

Já tinha ideia de que se tratava de uma obra que iria certamente gostar, no entanto, devo confessar que não esperava ter gostado assim tanto.
Não é, de todo, uma daquelas clássicas histórias de fantasia Young Adult que tanto se publicam por aí, com adolescentes meio tolos que tendem a meter "a pata na poça" e que se focam mais em romances do que na história em si.
Aqui temos uma protagonista forte, Mare Barrow, uma rapariga de 17 anos, ladra, de pés leves e seguros, astuta e dada a poucas confianças. Ela pertence aos vermelhos, o comum mortal de sangue vermelho, sem qualquer tipo de habilidade especial, a classe mais baixa deste mundo de aspecto pós-apocalíptico criado por Victoria Aveyard.
Este é um mundo um pouco cruel e injusto, em que os vermelhos vivem para servir os abastados e poderosos prateados: a outra casta de humanos desta história, possuidores de sangue prateado e dos mais diversos poderes, como por exemplo o domínio da água, do fogo, do ar, do metal, poderes psíquicos e até mesmo o poder de silenciar o poder de qualquer um, entre tantos outros mais.

Posto isto é fácil perceber porque é que os vermelhos se permitem a ser subjugados quase como escravos dos prateados. Não só são eles que têm mais dinheiro, tecnologia (mais electricidade, armas, veículos...), posição social, como ainda são possuidores de poderes especiais que os elevaram quase à categoria de Deuses intocáveis, mas nada benevolentes.
No entanto, fica logo bem patente para o leitor que, no fim de contas, este mundo não se divide apenas entre vermelho e prateado, também existe algo mais dúbio, uma mistura dos dois.

Red Queen é uma história bem construída, com um worldbuilding interessante e bem pensado, onde abundam as intrigas palacianas e as traições. E aproposito disso mesmo, aproveito para destacar uma citação do livro que diz muito desta obra: «Anyone can betray anyone».
Para além da temática ser totalmente do meu agrado, houve algo neste livro que me deu um gosto especial observar: a atenção dada ao pormenor por parte desta jovem escritora, tornando tudo mais real. Um bom exemplo disso é o facto de um prateado não corar ou ficar com as faces afogueadas com o calor, devido ao facto do seu sangue não ser vermelho. São detalhes como este que dão mais brilho e credibilidade à história, tudo tem a sua lógica e é-nos explicado ou narrado de forma conveniente.

As personagens também estão bem conseguidas (gostei muito da Mare, da sua personalidade e astúcia) e parece que temos vilões e quiçá semi-vilões bem interessantes (aquela Rainha Elara ainda deve dar muito que falar). 

Os capítulos finais foram bem intensos, o que quer dizer muito num livro que me prendeu sempre a atenção e não teve momentos parados. Capítulos esses onde a autora nos brindou com várias reviravoltas, apesar de uma ou outra se deixarem adivinhar, ou pelo menos desconfiar que podiam vir a acontecer, mesmo não sendo óbvios. 

No entanto, apesar de ter adorado este livro, também é verdade que, em certos momentos, me fez lembrar Os Jogos da Fome. Apesar desse facto, está longe de ser uma cópia do que quer que seja e é uma história que vale por si mesma e que vale a pena ser lida. 


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