quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Opinião - A Guerra Diurna

Ficha Técnica:
Autor: Peter V. Brett
Título Original: The Daylight War
Páginas: 796
Editor: ASA
ISBN: 9789892324494
Tradutor: Renato Carreira

Sinopse:
Na noite da Lua Nova, os demónios erguem-se em força, procurando as mortes dos dois homens com potencial para se tornarem o lendário Libertador, o homem que, segundo a profecia, reunirá o que resta da humanidade num esforço derradeiro para destruir os nuclitas de uma vez por todas. Arlen Fardos foi outrora um homem comum, mas tornou-se algo mais: o Homem Pintado, tatuado com guardas místicas tão poderosas que o colocam à altura de qualquer demónio. Arlen nega constantemente ser o Libertador, mas, quanto mais se esforça por se integrar com a gente comum, mais fervorosa se torna a crença destes. Muitos aceitariam segui-lo, mas o caminho de Arlen ameaça conduzir a um local sombrio a que apenas ele poderá deslocar-se e de onde poderá ser impossível regressar. A única esperança de manter Arlen no mundo dos homens ou de o acompanhar reside em Renna Curtidor, uma jovem corajosa que arrisca perderse no poder da magia demoníaca. Ahmann Jardir transformou as tribos guerreiras do deserto de Krasia num exército destruidor de demónios e proclamou-se Shar’Dama Ka, o Libertador. Tem na sua posse armas ancestrais, uma lança e uma coroa, que consubstanciam a sua pretensão e vastas extensões das terras verdes se curvam já ao seu poderio. Mas Jardir não subiu ao poder sozinho. A sua ascensão foi programada pela sua Primeira Esposa, Inevera, uma sacerdotisa ardilosa e poderosa cuja formidável magia de ossos de demónio lhe permite vislumbrar o futuro. Os motivos de Inevera e o seu passado encontram-se envoltos em mistério e nem Jardir confia nela por completo.

Opinião:
Há histórias que nos ficam na memória e que com cada página se vão infiltrando um pocuo mais em nós. Os livros deste autor são assim. A cada página o autor puxa-nos para dentro do livro, fazendo-nos sentir mais próximos dos personagens, tanto para amá-los como para odiá-los. O autor vai também aos poucos transmitindo-nos informações que vão aprofundando o mundo criado e que nos deixam a querer mais. São informações que nos fazem sentir que ficámos a conhecer um pouco mais do funcionamento daquele mundo e que ao mesmo tempo nos demonstram o quão pouco ainda sabemos.

No primeiro livro ficamos a saber a história de Arlen, no segundo ficamos a conhecer Jardir e o que o moldou, e neste ficamos a conhecer Inevera. Em cada livro ficamos então a conhecer cada um dos personagens principais e as suas motivações bem como o porquê das suas decisões e atitudes. Gosto desta abordagem do autor, em que além de nos apresentar o que está a acontecer em determinado período da história nos mostra como chegámos áquele ponto, através da apresentação da vida dos personagens. É também uma óptima maneira de fazer o desenvolvimento do mundo criado, e apresentar ao leitor a maneira como este funciona. O background montado pelo autor é sem dúvida bem pensado e cuidado.

Quando inicialmente comecei a ler estes livros era um pouco mais nova e havia certos detalhes e mensagens sobentendidas que não tinha capacidade para apreender. Neste momento isso já não acontece. Se antes o que me interessava era toda a acção e a luta com os corelings o que neste momento me prende mais a atenção é a guerra santa que ocorre ao longo de todo o livro. Porque é isso que basicamente acontece. Mais que a tentativa de os humanos conseguirem livrar-se do jugo a que estão sujeitos pelos demónios, aquilo que mais relevância tem na história é a cruzada que Jardir efectua na esperança de conquistar um povo, tentando que este passe a viver segundo as leis e a religião praticadas em Krasia. Ao longo de toda a história não pude deixar de sentir que o verdadeiro antagonista não são os demónios do núcleo, mas sim Jardir e a sua primeira esposa Inevera. São eles que a todo o momento se opõem a Arlen, tentanto dominar todas as outras pessoas, em vez de as libertar.

Além das personagens principais podemos também verificar o desenvolvimento de outras personagens de relevância, como Leesha e Rojer. Leesha parece ter perdido o rumo, e apesar de querer controloar toda a gente e dizer-lhes o que devem ou não devem fazer, comete erros atrás de erros e parece tornar-se cada vez mais ingénua e idiota do que desenvolver-se e tornar-se cada vez uma personagem mais sólida. Já Rojer mostra um desenvolvimento interessante. Mostrando-se capaz de tomar decisões e enfrentar desafios apesar do medo que estes lhe trazem. Além disso percebe cada vez mais o seu poder para controlar demónios através da sua música. Auxiliado pelas suas esposas, da linhagem de Jardir, ganha cada vez mais proeminência na luta contra os demónios. Foi também agradável verificar que, apesar de todos os ensinamentos e do fanatismo inculcado nas Dama'ting desde o início do seu treino, estas são capazes de aprender novos costumes e apreciá-los, deixando de fazer julgamentos e aprendendo a aceitar que às vezes aquilo que aceitamos como sendo verdades absolutas podem não o ser quando vistas de uma outra perspectiva.

O final é avassalador e inesperado. O autor trocou-me completamente as voltas com o rumo que decidiu tomar, e pergunto-me o que irá acontecer daqui para a frente, se aquilo que o autor deu a entender foi aquilo que realmente aconteceu. No entanto fiquei também a sentir que se aquilo que o autor nos dá a entender se verificar realidade vai-se perder uma parte importante da história, e isso deixou-me uma sensação de vazio. Vou ficar a aguardar ansiosamente pela quarta parte desta maravilhosa história que tem data de lançamento programada, em inglês, para 2015.


(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Opinião - Contos Breves

Ficha Técnica:
Autor: Olinda P. Gil
Páginas: 103
ISBN: 9789892041

Sinopse:
Neste opúsculo estão reunidas pequenas narrativas inconscientes: digo isto porque na altura em que foram redigidas era tão jovem que nem sabia que estava a escrever um tipo específico de conto.

O conjunto daqui resultante é uma selecção e revisão de textos criados entre 1999 e 2007, período que corresponde, aproximadamente, à minha colaboração do DN Jovem (suplemento do Diário de Notícias direccionado para os jovens). Muitos dos textos aqui presentes foram lá publicados. Contudo, estão também incluídos alguns que estavam inacabados, tendo sido agora trabalhados.

Opinião:
Antes de mais tenho que agradecer à Olinda por esta oportunidade. Quando a vi a pedir Pre Advanced Readers para o seu livro de contos pensei, porque não? Nunca tinha feito nada semelhante e seria uma aventura interessante. Desde já pelo as minhas desculpas à autora e ao público em geral. Esta opinião deveria ter sido publicada antes de o livro ser editado, dia 23 de Outubro, mas por motivos alheios tal não me foi possível. De qualquer modo agradeço de todo o coração a oportunidade e uma vez mais peço desculpa à autora.

Para começar tenho que dizer que adorei o pequeno Prefácio escrito por Sónia Duarte, não sei bem porquê. Mas a verdade é que me senti encantada e embalada pelas palavras da Sónia.

Relativamente aos contos, ainda pensei em comentar um a um, mas são tão pequenos que qualquer comentário poderia arruinar o enredo e o seu significado. Tal como o já mencionado em outras opiniões que li o essencial destes contos são o transmitir de sabedorias, de opiniões e de pontos de vista. Como alguém disse, estes pequenos afiguram-se perfeitos para serem lidos aleatoriamente. É um livro interessante para se ter na mesa de cabeceira e ir lendo um pequeno conto de vez em quando antes de irmos para a cama. Gostei bastante da escrita da autora. Tem uma musicalidade e um encanto difícil de se conseguir em textos tão pequenos. Achei que na maioria os contos estão bem conseguidos e que este é um livro que merece ser lido.

O meu destaque vai para os contos Liberdade de Escrita, O Eremita, A Vela e A Rua do Memorial Perdido. Simplesmente adorei cada um, a maneira como está escrito, o formato em que a história é contada e o que está por trás desta. Recomendo!

domingo, 27 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

Opinião - Os Teus Desejos São Ordens

Ficha Técnica:
Autor: M. L. Castro
Páginas: 328
Editor: Matéria-Prima Edições
ISBN: 9789898461636

Sinopse:
Verónica abandona o seu país, à procura de segurança, depois de sucessivas ameaças de morte. A jornalista foge para o outro lado do mundo, contrariando aquilo que o coração e o corpo pediam. Deixa para trás um trabalho promissor, amizades inabaláveis e uma paixão arrebatadora.

No seu novo destino, Verónica acaba se deixar levar pela vertigem do desejo e da sedução, vivendo tudo o que nem a sua imaginação ousava arriscar. Entre tórridas noites e festas exuberantes, a jornalista transforma-se: muda de nome, de visual, de pele. Mas quando tudo parecia distante e um novo caminho se começava a desenhar, o melhor e o pior do seu passado decidem voltar à sua vida.

Confrontada com a maior das tentações e também com o maior dos perigos, Verónica vive momentos de sobressalto, repletos de desejo e luxúria, em que os corpos falam mais alto do que razão. Sem nunca pensar que a maior surpresa ainda estava por acontecer.

Em Os Teus Desejos São Ordens, deixe-se levar para um destino exótico, numa espiral de emoções à flor da pele. Viva um verdadeiro teste aos limites do amor e do prazer, como nunca os imaginou.

Opinião:
Este é um livro estranho do qual não tenho muito a dizer. Quando se lê a sinopse pensa-se que o livro é essencialmente mais um livro erótico. Desengane-se o incauto. Este livro não é de todo um livro erótico. É sim um romance baseado em pessoas bastante disfuncionais que utilizam o sexo como escape para os seus problemas do dia-a-dia. Não é que não compreenda esta necessidade de ter um escape para as frustrações, algo que nos alivie as tensões e nos traga um momento de oblívio, mesmo que esteja de pouca duração.

Se houve algo de que gostei foi da escrita da autora, a maneira como ela nos ia apresentando os acontecimentos, e nos vai dando a conhecer os personagens, através de diversas perspectivas funciona bastante bem. Até as cenas de sexo descritas pela autora estão bem conseguidas, tendo em conta o contexto. Simples e sem floreados. O sexo é apenas sexo, apenas um escape para o sofrimento. Ao fim e ao cabo, o acto sexual enquanto está a decorrer, por muito que seja apenas sexo, fará sempre uma pessoa sentir-se desejada e bem consigo própria durante aquele espaço de tempo.

Apesar de ter realmente gostado dos aspectos descritos acima, o facto de que ia preparada para um determinado tipo de leitura e aquilo que me foi apresentado ser algo completamente diferente levou a que me ressenti-se um pouco em relação ao livro, levando a que não gostasse tanto dele como poderia ter gostado. É um livro que se lê bem, mas que não aconselho a qualquer pessoa e qualquer estado de espírito. É mais um livro para quem esteja à procura de uma história de pessoas incompletas e com problemas, que por causa de um acontecimento começam a tentar resolver os seus problemas. Claro que a pessoa que o ler terá que estar também à espera de lidar com o factor sexo visto como algo tão normal como jogar à bola.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Promoção 2=3 Especial (Saída de Emergência)

E porque as boas notícias merecem ser partilhadas:

Podem confirmar todos os livros disponíveis aqui. Eu já sei o que quero comprar. E vocês?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mini Opinião - The First Star to Fall

Ficha Técnica:
Autor: Diana Peterfreund
Páginas: 34 (Ebook)
Editor:

Sinopse:
Discover how it all began…

New Pacifica was designed to be a tropical paradise, a refuge for humanity filled with natural wonders and technological marvels. A place of perfect peace, where “war” was only a war out of ancient history–or so the privileged teenage aristocrat Persis Blake had always been taught.

But then comes the revolution and the death of a queen, and suddenly it’s no longer enough for Persis to trust the words of her parents, the lessons of her teachers, and the decrees of the men in power.

One terrible night, Persis witnesses the truth: there are those who will stop at nothing to destroy her world… but is there anyone who could save it?

Opinião:
Posso dizer que adorei o primeiro livro que li da autora, For Darkness Shows The Stars, e isto apesar de não ter lido o livro em que se baseia. Contudo, segundo os entendidos, este livro faz justiça ao original! Posteriormente li uma novela acerca de um dos protagonistas e senti-me um pouco defraudada. Esperava mais, mas às vezes isso é difícil de se conseguir em tão poucas páginas. Com a data de edição do segundo livro passado neste mundo pós-apocalíptico a aproximar-se decidi ler esta pequena novela acerca do personagem principal do próximo livro. Aproveitar para me ambientar a uma nova faceta e estilo de vida dos personagens. E que emoção foi! Adorei cada pequeno momento desta pequena história. Deu para entrever as personalidades e o despertar dos personagens para o caminho que hão-de vir a trilhar. E deu para ver que irão ser grandes personagens! Ao contrário da novela sobre o Kai, que me desapontou, esta encheu-me as medidas e deixou-me completamente entusiasmada para ler o próximo livro.A sociedade criada pela editora é tão diferente da que vimos no livro anterior e ao mesmo tempo tão cativante. Não vejo a altura de conhecer um pouco mais da Wild Poppy.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Opinião - A Voz dos Deuses

Ficha Técnica:
Autor: Trudi Canavan
Título Original: Voice of the Gods
Páginas: 552
Editor: Planeta
ISBN: 9789896573805
Tradutor: ?

Sinopse:
Apesar da sua esperança de paz como protectora de Siyee, Auraya não consegue evitar ser apanhada no meio do conflito. Ela sente que tem de escolher entre aqueles que ama e os que jurou servir. Mirar desfruta a aceitação e o respeito que recuperou entre o seu povo, e Emerahl é por fim capaz de se juntar aos Pensadores para a busca do Pergaminho dos Deuses. Os Pentadrians estão determinados a vingar-se dos Circlians conquistados, urdindo um esquema para os derrubar, evitando o conflito directo. Porém, a chave poderá encontrar-se entre os Selvagens, que embarcam numa busca de segredos enterrados há muito. Segredos que podem mudar o mundo…

Opinião:
Se há uma autora que leio regularmente e que tenho seguido com prazer essa autora é a Trudi Canavan. É uma autora que por norma me surpreende sempre. Nunca estou à espera de gostar tanto dos livros dela como acabo por gostar. Talvez porque costuma passar-se tanto tempo entre os livros que leio que acabo por me esquecer do quanto gosto da autora. Tanto esta trilogia como a sua outra, editada pela Presença, foram pequenas delícias que encontrei nas minhas andanças literárias.

Este último livro conta-nos os acontecimentos desde que Auraya desistiu de ser uma Branca e refugiar-se em Siyee, até ao final da guerra. Durante o desenrolar da história vamos tomando conhecimento de certos aspectos dos quais desconfiavamos e de outros que nunca esperámos. No entanto, apesar de ter gostado do livro senti que estava aquém dos anteriores. Li à pouco tempo o livro anterior e fiquei completamente arrebatada, e por isso secalhar esperava mais deste livro. Esperava mais emoção da parte dos personagens e um final mais bombástico. Achei que em determinadas alturas a autora arrastava a narrativa, de modo a alongar a história no tempo, sem que houvesse propriamente necessidade de tal coisa. Além deste arrastar outra característica deste livro que me aborreceu foi o constante alternar do narrador da história. Em cada capítulo eram-nos apresentados pontos de vista de várias personagens, o que se tornava cansativo. A outora poderia ter-se restringido a dois ou três personagens por capítulo. Algumas das escolhas da autora para POV também não me convenceram, como o ponto de vista da nova escolhida pelos Brancos, e das suas acções ao longo da história. Não me parece que estas tenham contribuído para o desfecho da história. Preferia muito mais ter visto os acontecimentos do ponto de vista de Danjin.

A nível das personagens, de um modo geral, gostei de todas e continuo a achar que estavam bem criadas e desenvolvidas. Gostei de observar o crescimento de Auraya e a perda da sua inocência relativamente aos Deuses. A maneira como ela se apercebe que as coisas não são como ela pensava, que os Deuses também são falíveis e cometem erros, que para eles nada mais somos que peões num jogo, reflete um pouco a opinião de algumas pessoas hoje em dia, e isso faz-me questionar se a autora não se sentirá assim. Por outro lado Mirar também cresce, mas ao contrário de Auraya que perde a sua inocência, este desenvolve-se para um estado de graça e paz. É curioso ver como consoante a idade dos personagens estes procuram diferentes estados de espírito. Outros personagens como Emeral, os gémeos, Gul e Imenja, são personangens que trazem dinâmica à história e que ajudam a prender o leitor à narrativa por causa das suas personalidades.

Um livro do qual gostei, mas que achei ser um livro final fraco no conjunto. Esta é uma trilogia que recomendo e que acho que merece uma oportunidade da parte dos leitores. No entanto não posso deixar de indicar que na globalidade achei a sua outra trilogia melhor que esta.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

TAG - Big Books

E aqui fica mais um Tag. uma vez mais descobri-o ao visitar o Blog Chaise Longue. Esta Tag foi criada pelo canal 1book1review e é bastante simples. Consiste em indicar-mos os 5 maiores livros que já lemos e os 3 maiores que temos na estante para ler. Tenho que admitir que este fim-de-semana não estou em casa, assim sendo esta lista é baseada nos meus livros do Goodreads. O que quer dizer que a probabilidade de se aproximar da lista real é bastante elevada.

Lidos:

1104 páginas

989 páginas

966 páginas

912 páginas

851 páginas

Por ler:

1011 páginas

1004 páginas

944 páginas

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sessão de Autógrafos com a Juliet Marillier


Em Setembro a Julet Marillier deixou no Goodreads a indicação que iría voltar a Portugal ente os dias 6 e 9 de Novembro. E até agora tem existido apenas silêncio... Ao dia de ontem foi revelado pela editora da autora em Portugal, a Planeta (aqui), que a autora tem sessão de autógrafos marcada para dia 07 de Novembro às 18h30 na FNAC do Colombo. Sendo que como bónus a autora vai também apresentar o seu novo livro O Voo do Corvo! A capa é lindíssima, não acham?

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Opinião - A Dominadora

Ficha Técnica:
Autor: Ana C. Cruela
Páginas: 308
Editor: Lua de Papel
ISBN: 9789892324456

Sinopse:
A história real de uma dominadora portuguesa. Ana tinha doze anos quando os pais a arrastaram para uma exposição em Coimbra. Queria ir para a praia, com os amigos, mas em vez disso descobriu-se no Palácio da Inquisição. A exposição, sobre instrumentos de tortura, mudou-lhe a vida para sempre. Enquanto desfilava entre cadeiras de pregos medievais, cordas, correntes e ganchos retorcidos, uma estranha excitação começou a apoderar-se dela: sentia-se em casa. Foi um momento de revelação. Tudo começava a fazer sentido para aquela adolescente que desde cedo tinha embarcado num mundo de fantasia ao contrário. Nas suas brincadeiras não havia príncipes nem princesas - os Ken eram tratados como escravos por Barbies implacáveis, que os amarravam e chicoteavam sem piedade. Ana cresceu a esconder esse segredo - e a enfrentar as humilhações dos colegas da escola, que não lhe perdoavam o excesso de peso. Mas no seu mundo privado, no reino do sado- masoquismo, começava ela a ditar as regras. Teve o primeiro encontro, o primeiro submisso, a primeira sessão de dominação. Aos poucos mergulhou nesse mundo paralelo, feito de encontros com sabor ilícito, candidatos a submissos, festas de BDSM. Ana, a discreta engenheira, emagrecera, perdera os medos, tinha agora outra vida e outro nome: era a Cruela, uma dominadora respeitada, poderosa.

Opinião:
Este é um livro estranho. Não consigo definir aquilo que sinto por ele ou qual a minha opinião acerca do mesmo. É um livro que não tem tanto um tom de história, mas sim mais de bibliografia, apesar de nem sempre esta nos ser apresentada de uma forma linear.

Se por um lado ao início não tinha qualquer interesse em apostar neste livro, neste momento não sinto que foi propriamente um desperdício de tempo. Acabei a gostar dele mais do que esperava. Não que isso queira dizer que o livro é algo de excepcional, simplesmente senti-me supreendida e isso é sempre bom. A história da autora é directa e sem fantasias. É uma abordagem mais real a um estilo de vida que hoje em dia está tão em voga. No entanto aqui não temos direito a um final feliz, a cenas embelezadas. Neste livro é-nos apenas apresentada a realidade tal como vivida pela protagonista. A escrita da autora adequa-se ao tipo de história que conta, simples e sem floreados.

Claro que se por um lado me senti surpreendida e agradada com a realidade apresentada por outro lado não pude deixar de me sentir algo chocada com tanta frieza e distanciamente em certas situações vividas pela autora. Não que já não tivesse lido cenas semelhantes em outros livros, mas naqueles sabia que havia de ficar tudo bem e que era uma fase "passageira", que haveria ali amor. Neste pequeno relato acerca do mundo BDSM não temos esta noção, não sabemos o que vai acontecer, isto é a realidade e como tal é inesperada e as situações parecem mais cruas, sem aquela aura de romantismo.

É um livro que neste momento não consigo decidir se o hei-de recomendar ou não.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 13 de outubro de 2013

Sunday's Quotes (14)

“The saddest aspect of life right now is that science gathers knowledge faster than society gathers wisdom.”- Isaac Asimov

sábado, 12 de outubro de 2013

Opinião - Quinta-feira no Parque

Ficha Técnica:
Autor: Hilary Boyd
Título Original: Thursdays in the Park
Páginas: 308
Editor: Noites Brancas
ISBN: 9789899788039
Tradutor: Maria João da Rocha Afonso

Sinopse:
Jeanie foi uma esposa terna durante mais de 30 anos, uma mãe dedicada e, mais recentemente, uma avó alegre. Mas Jeanie tem um segredo: o marido, George, há muito que não dorme na sua cama. Estará apaixonado por outra mulher? O que terá ela feito de errado? Por mais perguntas que coloque, Jeanie permanece sem respostas.

Neste turbilhão emocional, Jeanie anseia pelas quintas-feiras, o dia mais luminoso da semana. Às quintas, ela leva a sua neta a brincar no parque. E é aí que encontra Ray, também ele a tomar conta do neto. Ray revela-se um homem amável, bonito e bom conversador - exatamente o contrário de George. De repente, Jeanie sente-se de novo atraente e viva, e apaixona-se por Ray. Mas terá ela a coragem para, contra tudo e contra todos, virar a sua vida do avesso e dar uma nova oportunidade ao amor?

Opinião:
Quinta-feira no parque conta a história de Jeanie, uma mulher com 60 anos, e que está casada com o seu meu marido à 30 anos. Mas será ela feliz ou será simplesmente a conveniência e o habito de estarem juntos que mantém o casamento? E é durante uma fase mais "turbulenta" da vida de Jeanie que esta conhece Ray, um homem que costuma ir com o neto para o parque às quintas-feiras, tal como Jeanie vai com a sua neta. É ao começar a falar com Ray que Jeanie se volta a sentir viva e começa a perceber o quão o seu casamento é uma farsa.

A história em si não é nada de especial, a premissa não tem nada de original, igual a tantas outras que se vêem hoje em dia, o que o livro tem de positivo é as personagens. Na maior parte são todas personanges bem construídas, carismáticas com as quais nos conseguirmos relacionar em algum momento durante a narrativa. São ainda personagens que têm os seus traumas, os seus demónios, e que ao longo da história vão aprendendo a ultrapassá-los. Apesar de a história ser contada do ponto de vista de Jeanie conseguimos conseguir perceber claramente qual é o ponto de vista de cada um dos personagens relativamente a esta relação que se vai desenvolvendo entre Ray e Jeanie. Além de podermos também ver o que a geração mais nova pensa de uma pessoa de 60 anos e como é que na maior parte das vezes essa pessoa realmente se sente.

Outra característica do livro que me levou a que gostasse tanto dele é as verdades que podemos encontrar. Constantemente na nossa vida estamos rodeados de situações que presenciamos mas fingimos não notar, ou às quais não damos a devida atenção. Neste livro vemos como os segredos, os traumas, mas principalmente o medo de os enfrentarmos nos destrói e leva à destruição daquilo que é o mais importante para nós. Vemos ainda como às vezes estamos tão confortáveis com algo, mesmo que esse algo nos faça infelizes, que quando nos surge uma oportunidade de mudar-mos limitamo-nos a virar-lhe as costas e continuar com o nosso mundinho. E apercebi-me ainda que na maior parte das vezes não damos o devido valor às pessoas com mais idade que nós. Que começamos a pensar que elas não são capazes de tomar conta de si próprias e tomamos decisões por elas, obrigamo-las a verem-se como nós as vemos, quando muitas das vezes a nossa realidade está desfasada.

Houve apenas um pequeno pormenor no livro, que me aborreceu sobre maneira. Mas estar a dizer o que é seria spoilar alguém, e isso não teria muita piada. Assim sendo aconselho este livro aos mais curiosos. Uma leitura rápida, mas cheia de sentimentos e que merece ser lida.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TAG - Doenças Literárias

Vi esta Tag, para não variar, no Chaise Longue e achei-lhe tanta piada que decidi fazer a minha listinha de livros doentios! Aqui fica ela:

1. Diabetes: um livro muito doce:


2. Catapora (varicela): um livro que você leu e não lerá de novo:


3. Ciclo Menstrual (não é doença, mas tá...): um livro que você relê constantemente:


4. Gripe: um livro que se espalhou como um vírus:


5. Asma: um livro que tirou seu fôlego:


6. Insónia: um livro que tirou seu sono:


7. Amnésia: um livro do qual você não se lembra muito bem:


8. Má nutrição: um livro que tem falta de conteúdo para reflexão:


9. Jetlag: um livro que te leva para outro tempo/lugar:


10. Desidratação: um livro que fez você chorar sem parar:

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

TAG - Aniversário em Livros

E como esta semana vi uma série de Tags que achei extremamente engraçadas aqui fica mais uma, e hão-de vir mais durante esta semana.

Vi esta Tag no Chaise Longue, e a sua criadora é a thebooklover. A Tag consiste em com base na data do nosso aniversário responder a algumas questões.

1 - Começando na primeira prateleira da tua estante, conta (da esquerda para a direita) o número de livros equivalente ao número do dia do teu aniversário. De seguida, conta a partir desse livro (no sentido inverso ao da primeira contagem) o número de livros equivalente ao número do mês em que fazes anos. Que livro foi o seleccionado?

Aqui vou fazer um pouco de batota porque tenho mais que uma estante e algumas têm dupla fila. Assim sendo vou escolher uma estante que tenha o número suficiente de livros para o meu dia de anos 12, e o meu mês Outubro. O livro que me calhou foi:


2 - Se pudesses comemorar o teu aniversário na companhia de uma personagem literária fictícia, quem escolherias e porquê?

Com o Lucivar Yaslana, da Anne Bishop! Tenho a certeza que nos íamos dar extremamente bem! Ele é aventureiro e gosta de pessoas que "rosnam", e eu não tenho problemas em fazê-lo!

3 - Percorre a tua estante e tenta descobrir um livro cuja acção decorra na mesma estação do ano na qual tenhas nascido.

Pormenores como esse, infelizmente são daqueles que não consigo reter. Assim sendo tenho que admitir que não me ocorre nenhum livro. Sei que um dos livros da colecção Wallflowers da Lysa Kleypas se passa no Outono, mas não consigo recordar-me qual.

4 - De entre os livros que tens nas tuas prateleiras, escolhe um cuja cor predominante na capa seja a mesma cor da tua 'birthstone' (pedra preciosa associada ao teu mês de nascimento).

A minha "birthstone" é a opala, que para meu azar pode ter mais que uma cor (branco, incolor, amarelo e vermelho claro, cinzenta, preta e ainda pode ter reflexos coloridos). Assim sendo a minha escolha recaiu numa capa que mistura um várias cores.


5 - Há alguma série/saga que tenha o mesmo número de livros que o número de anos que tens? Se sim, qual? (Neste caso, pode ser uma série/saga que tenhas ou não)

Sinceramente não conheço nenhuma com o mesmo número de livros que a minha idade (23 quase a fazer 24). No entanto se alguém conhecer e me quiser dar uma ajudinha agradeço! ^^

6 - De todos os livros que tens na estante, se pudesses escolher um livro cujo o enredo se desenrole num país/ período histórico/ universo alternativo no qual gostasses de ter nascido, qual seria esse livro?

À primeira o mundo que me surge é o das Jóias Negras da Bishop! Adoroooooo!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

TAG - 4 Elementos

Vi este TAG no Blog Crónicas de uma Leitora, e que terá sido criado pela Torsbookreviews.


O TAG consiste em encontrar-se 4 livros que tenham os quatro elementos presentes na capa (água, ar, terra e fogo):



Acho que as escolhas são um pouco óbvias, tirando talvez O Espelho Quebrado que pretende representar o ar, através da figura voadora e da espécie de nevoeiro à volta da criatura.

Sendo que temos ainda que encontrar quatro livros em que as cores predominantes são as que representam cada elemento (água=azul, ar=branco, terra=verde e fogo=vermelho):



E o desafio final é encontrar uma capa em que possamos observar todas as cores dos elementos:



Podemos ver o vermelho no vestido da mulher, o azul nas flores sobre as quais os cavalos se deslocam, o branco no céu e o verde na erva.

Não foi propriamente fácil, mas acabei por conseguir descobrir todos os livros. Foi uma aventura que me deixou cheia de calor, andar a descer e subir bancos não é nada agradável!

domingo, 6 de outubro de 2013

Sunday's Quotes (13)

“Be who you are and say what you feel, because those who mind don't matter, and those who matter don't mind.” ― Bernard M. Baruch

sábado, 5 de outubro de 2013

Mais George R. R. Martin

Há dois dias atrás foi publicado no site da revista Bang! a notícia de que em Novembro vamos ter direito a um livro de George R. R. Martin algo diferente. É um livro dedicado a um dos personagens preferidos dos fás de Martin: Tyrion Lannister. Neste livro podemos encontrar uma compilação de algumas das frases mais memoráveis – irreverentes, profundas, corajosas, irónicas ou humorísticas - deste personagem que tanto amamos. E só para aguçar o apetite a autora deixou exemplos de algumas frases que podemos encontrar: 

Mijar é o menor dos meus talentos. Devias ver-me cagar.

Nunca te esqueças de quem és, porque de certeza que o mundo não o fará. Faz disso a tua força. Assim não poderá ser nunca a tua fraqueza. Arma-te com essa lembrança, e nunca poderá ser usada para te magoar.

Se houver alguns deuses à escuta, são deuses monstruosos, que nos atormentam por prazer. Quem mais faria um mundo como este, tão cheio de servidão, sangue e dor?

Um must have para qualquer fã de Martin. Eu estou mortinha para lhe deitar as mãos, e vocês?

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Opinião - Prince of the Blood

Ficha Técnica:
Autor: Raymond E. Feist
Páginas: 396 (Paperback)
Editor: Voyager
ISBN: 0586071407

Sinopse:
Set twenty after the events in The Riftwar Saga, Prince of the Blood follows the intrigues and adventures that erupt when a group of powerful nobles attempt to overthrow the Empress of Kesh, bitterly dividing the Court. In the centre of the conflict are the two princes of Krondor, Boric and Erland. When Boric escapes and makes a desperate journey back to the court to warn of the traitors' plans - which, if they were succeed, would start a war that would tear the Empire apart.

From the author of the phenomenally successful novels in The Riftwar Saga comes a bold new tale of swashbuckling adventure in one of the most popular fantasy worlds ever created. Prince of the Blood is the classic, action-packed saga of conflict and love, magic and legend, from the master of epic fantasy

Opinião:
Quem me conhece aquando da edição do primeiro livro de Raymond E. Feist sabe que me senti extremamente desiludida com os dois primeiros livro, Mago - Aprendiz e Mago - Mestre. Houve um grande alvoroço em torno do autor e senti-me bastante defraudada. No entanto como tinha comprado a tetralogia toda em inglês correspondente a essa parte da história decidi arriscar, afinal não tinha nada a perder. A surpresa foi imediata! Passei a adorar o autor os personagens e as suas histórias. E passei também a recomendar o autor a quem me quisesse a ouvir. A pedir mais uma oportunidade aos leitores que por algum motivo se desinteressaram depois dos dois primeiros livros. Quando a Saída de Emergência decidiu lançar mais dois livros do autor, com os filhos de Arutha como personagens principais decidi adquirir os livros.

Infelizmente sinto-me um pouco triste ao finalizar o primeiro livro. Por algum motivo a história não me conseguiu cativar, os personagens não me conseguiram prender e arrastar-me para dentro dos seus dilemas. Desde o início que os príncipes gémeos me irritaram com a sua falta de visão e a sua arrogância, e apesar de durante a narrativa nos apercebermos que eles ficam mais moderados e maduros, não senti que fosse uma evolução digna de nota. Achei que basicamente continuavam a ser crianças ligeiramente crescidas. Relativamente aos outros personagens não senti que estes fossem desenvolvidos em profundidade. Achei-os bastante superficiais e incompletos, como se fossem unidimensionais. Principalmente o vilão achei-o fraco, as suas motivações, as suas acções, achei que apesar de tudo criavam pouco impacto na trama.

Uma vez mais parece então que voltei à estaca zero. O autor parece flutuar bastante na qualidade dos seus livros, sendo que os primeiros parecem ser mais fracos que os subsequentes. Este tipo de situações costuma ocorrer quando temos séries, o primeiro livro é sempre de introdução, no entanto sinto que com Feist a fraca qualidade dos seus livros iniciais não se prende propriamente com esta característica. Se bem que também não consigo indicar exactamente o que me aborrece. Só poderei indicar se vale a pena arriscar nesta série de dois livros após ler o segundo e verificar se compensa a perda de tempo do primeiro.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Opinião - E Se Fosse Um Anjo

Ficha Técnica:
Autor: Keith Donohue
Título Original: Angels of Destruction
Páginas: 384
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374433
Tradutor: Fernanda Semedo

Sinopse:
Há dez anos que Margaret não tem contacto com a sua filha Erica. Esta fugiu com um jovem anarquista e vive à margem da lei no Novo México, onde terá tido uma filha. Por isso, quando numa noite fria de Janeiro encontra uma criança abandonada à porta de sua casa, Margaret acredita tratar-se da sua neta. A pequena Norah destaca-se pela sua inteligência, bondade e cedo demonstra ter habilidades extraordinárias que encantam a comunidade. Afirma ser um anjo e consegue fazer duvidar os que a rodeiam. Mas quando uma carta de Erica chega às mãos de Margaret, toda a realidade que esta criara para explicar o sucedido ameaça desmoronar-se. Pois se Erica nunca teve uma filha… quem será realmente Norah?

«Uma história cheia de amor e redenção, maravilhosamente escrita e cativante.»
Pittsburgh Post-Gazette

Opinião:
Este não é um livro fácil. Se o leitor procura um livro de leitura simples e linear desengane-se. Este livro não tem nada disso. Talvez por isso mesmo as opiniões encontradas pela Blogosfera possam ser tão diferentes.

Margaret vive num profundo estado de depressão desde que a sua filha, Erica, fugiu de casa à 10 anos atrás. De um momento para o outro aparece Norah, que vem salvar Margaret deste profundo estado de apatia. Norah é, essencialmente uma criança como todas as outras, mas que por algum motivo consegue despertar nas pessoas à sua volta o que de melhor têm. E aqueles que sofrem em silêncio Norah consegue trazer alegria e ajuda-los a libertar-se dos fardos e dos medos que carregam. O livro está dividido em três partes. Na primeira parte assistimos ao aparecimento inesperado de Norah e seguimos o que se vai passando nos dias que sucedem o seu aparecimento. Na segunda parte são-nos relatados os acontecimentos do passado, relacionados com a fuga de Erica. Na última parte assistimos à junção destas duas histórias.

Este não é um livro fácil de falar acerca. É um livro que engloba várias sensações e que mexe com os sentidos. Ao longo de todo o livro são-nos apresentadas as duas faces da mesma moeda. A luz que é representada por Norah, e a escuridão existente em cada coração, através de uma figura misteriosa e obscura que nunca chegamos a saber quem é. Com este livro Donohue mostra-nos que quando realmente precisamos há pessoas que aparecem do nada para nos salvar. São anjos que se materializam face às nossas preces por ajudar, por algo que nos indique o caminho a seguir. E esses "anjos" podem aparecer sob qualquer forma, quer acreditemos neles ou não. Isto pode parecer algo tirado um pouco de um filme, mas quantos de nós em certa altura da vida não tivemos alguém que apareceu no momento exacto em que mais precisávamos de ajuda? Donohue mostra-nos que os anjos não têm que vir com asas e uma auréola, podem ser pessoas normais como nós.

Há vários aspectos que as pessoas têm mencionado como sendo do seu desagrado, como a escrita do autora que é extremamente densa e com poucos diálogos. Este é um livro que leva à reflexão, é um livro que é para ser lido com calma e apreciação, no entanto nunca deixei de me sentir completamente submergida na história. Outro ponto é a aceitação de Norah por Margaret, mas quando nos é apresentada uma maneira de curar-mos o nosso coração porque não haveremos de aproveitar essa oportunidade, mesmo sabendo que aquilo em que acreditamos não passa de uma ilusão? O final é também um dos motivos a que muita gente torce o nariz, eu gostei. Donohue deixa-o em aberto e leva-nos a questionar se Norah era ou não real.

Como disse, não é um livro fácil de opinar ou apresentar, mas posso dizer que não houve propriamente algo que me desagradasse no livro. É um livro que não é de fácil leitura, mas que recomendo. Acho que o leitor não deve ir com grandes expectativas ou à espera de algo em específico, se não poderá ficar decepcionado. Deixo também a indicação que a sinopse é bastante enganadora, Margaret sempre soube que Norah não era neta dela, não foi uma carta que veio mudar esta percepção. Esta situação poderá também levar o leitor a pensar algo do livro que não é realidade.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)