terça-feira, 23 de setembro de 2014

Opinião - Flasforward

Ficha Técnica:
Autor: Robert J. Sawyery
Título Original: Flashforward
Páginas: 288
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896371913
Tradutor: Susana Serrão

Sinopse:
O que faria se tivesse um vislumbre trágico do seu próprio futuro? Tentaria mudar as coisas, ou aceitaria que o futuro é imutável? Em Flashforward - Presságio do Futuro, é iniciada uma experiência científica que conduz ao inesperado: o mundo inteiro cai inconsciente por instantes e todas as mentes são projectadas vinte anos no futuro. Quando a humanidade desperta, o caos impera por todo o lado: carros arruinados, cirurgias falhadas, quedas, destruição em massa e um elevado número de mortes. Mas esse é apenas o início. Passado o choque das visões, cada indivíduo tenta desesperadamente evitar ou assegurar o seu próprio futuro vislumbrado... Expondo as perspectivas de várias personagens, Robert J. Sawyer realiza uma brilhante reflexão filosófica sobre viagens no tempo, consciência, destino e o que significa ser humano.

Opinião:
Há livros que ficam arrumados eternidades nas estantes ou em caixas, quase esquecidos e muitas vezes ignorados. Há muitos desses livros que poderiam continuar ignorados nas estantes e depois há livros como este que merecem ser lidos. Sou muito sincera quando digo que este livro foi uma agradável surpresa. Não estava nada à espera de gostar tanto do livro como gostei.

Basicamente no livro os personagens são confrontados com uma breve visão do futuro e este conta-nos as consequências destas visões. Apesar de existir um fio condutor para as histórias dos diferentes personagens a verdade é que essa não é a mais valia do livro. Aquilo que torna a história realmente empolgante é as diferentes atitudes e reacções perante as visões do futuro que os personagens têm.

Vários temos são abordados ao longo da narrativa, como por exemplo o livre arbítrio, ou o facto de que o futuro, tal como o passado estão escritos em pedra e são impossíveis de alterar. É fantástico ver como o autor nos apresenta estas questões e lhes vai dando respostas. Ao ser revelado o futuro, muitas personagens optam por seguir as visões que tiveram, outras, extremamente decepcionadas ou desgostosas com o que o futuro lhes reserva decidem mudar a sua forma de ser numa tentativa de alterar o futuro, contudo existem aquelas que simplesmente desistem com receio de nunca conseguir mudar aquilo que viram. O autor mostra-nos que sermos capazes de saber o futuro acaba por nos impedir de viver o presente. Dois dos personagens vêm as suas visões afectar as suas vidas, impedindo-se de viver plenamente, por receio do que possa acontecer no futuro. Vivem sempre a analisar todos os passos que dão, todas as possibilidades. Não seriam muito mais felizes se pudessem viver sem que terem que estar constantemente a olhar por cima do ombro?

Além disso o ser humano é ganancioso. A visão do futuro leva a que as pessoas tentem daí tirar o maior proveito a nível monetário, e quando surge a oportunidade de revisitar o futuro, apesar de usarem o facto de poder haver mortes como impedimento, o verdadeiro problema de muitos países é o facto de que as visões podem ocorrer numa altura em que estas não lhes sejam proveitosas.

Ao fim e ao cabo é um livro que nos mostra que muitas vezes estamos melhor na ignorância pois assim não podemos ser controlados por forças exteriores a nós.

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