sábado, 29 de novembro de 2014

Opinião - A Cor da Magia

Ficha Técnica:
Autor: Terry Pratchett
Título Original: The Color of Magic
Páginas: 254
Editor: Temas e Debates
ISBN: 9789727595549
Tradutor: Mário Dias Correia

Sinopse:
Nesta primeira aventura, Twoflower, um turista ingénuo, chega ao Discworld - um estranho mundo apoiado na carapaça de uma tartaruga gigante -, com o intuito de conhecer um bárbaro autêntico. Traz consigo uma mala cheia de ouro (o ouro não tem muito valor na sua terra) que se desloca através de centenas de perninhas e tem poderes mágicos. À chegada, conhece Rincewind, um feiticeiro cobarde e desastrado que escolhe como guia e protector. Mas o resultado não podia ser pior: durante a expedição, ambos terão de enfrentar todo o tipo de perigos e criaturas mirabolantes, incluindo ladrões "sindicalizados" que tentam constantemente roubar a mala de Twoflower, trolls, dragões, a Morte, o espaço e, claro... também o bárbaro que procuravam.

"A Cor da Magia" é uma aventura psicadélica num mundo mítico, cheia de ritmo e humor, que promete conquistar muitos adeptos.

Opinião:
A Cor da Magia foi o primeiro livro escrito por Pratchett no universo Discworld. Acredito que quando o livro saiu pela primeira vez muita gente tenha estranhado a sua concepção. Afinal um mundo plano que se desloca pelo universo suportado por 4 elefantes que por sua vez se encontram sobre uma tartaruga gigante não é de todo a primeira ideia que surge ao leitor comum. No entanto todo o o mundo criado por Pratchett é baseado em factos incomuns. Normal não é, de todo, a palavra de ordem no Discworld, onde tudo aquilo que consideramos não plausível ali o é.

Em A Cor da Magia seguimos a história de Rincewind e Twoflower, o primeiro o maior cobarde de que há memória e o segundo o primeiro turista que alguma vez existiu no Discworld. Rincewind é um personagem interessante e ao mesmo tempo exasperante devido à sua cobardia. Ele sabe que o é, não tem problemas em o dizer e de fugir sempre que tem a oportunidade. No entanto quando fugir não é possível ele consegue arranjar uma maneira igualmente cobarde de se safar do problema. Isto porque apesar de Rincewind ser um feiticeiro a verdade é que só sabe um feitiço (apesar de não saber qual). Todos os outros lhe fogem da cabeça com medo. Twoflower é um personagem algo passivo e algo irritante devido ao seu optimismo. É difícil de perceber como é que alguém pode ser tão optimista e não perceber quando as coisas estão realmente mal ou são perigosas. Há alturas em que dá vontade de o abanar.

Apesar de terem tido muito pouco tempo de antena, gostei das partes em que Pratchett nos deixava ver as acções dos Deuses e como os seus jogos influenciavam as peripécias dos nossos dois personagens principais.

O humor do autor é constante ao longo de toda a narrativa, e se em determinadas alturas este é mais directo e fácil de reconhecer outras vezes é necessário estar atento para perceber a piada que o autor está a tentar fazer.

Houve essencialmente um ponto que me fez perder algum interesse no livro e que por isso tornou a sua leitura mais lenta, o facto de que muitas vezes havia saltos temporais e espaciais na linha de acontecimentos dos nossos personagens e eu deixava de perceber muito bem onde estávamos, como lá tínhamos chegado e o que estávamos lá a fazer. Eventualmente acabava por perceber, mas ao início sentia-me sempre um pouco perdida.

Quanto ao final do livro, deixa tudo um pouco em aberto e tenho curiosidade em saber como é que vão buscar o Rincewind tendo em conta que ele supostamente se perdeu no universo.

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