Ficha Técnica:
Autor: Derek B. Miller
Título Original: Norwegian by Night
Páginas: 303
Editor: ASA
ISBN: 9789892328591
Tradutor: Tânia Ganho
Sinopse:
Sheldon, um judeu americano, parece ter chegado ao fim da linha. É viúvo, tem 80 anos, e revela sinais de demência. A filha, preocupada, decide levá-lo para Oslo, onde vive com o marido. Um dia, quando o deixa sozinho no apartamento, Sheldon ouve ruídos na escada. Percebe que é uma vizinha a ser perseguida, a tentar proteger desesperadamente um filho pequeno. A mulher acaba por ser morta selvaticamente. Mas o octogenário consegue, in extremis, esconder a criança dos perseguidores. É o ponto de partida de um romance onde tudo nos surpreende. Aos poucos, juntamos as peças do puzzle. Sheldon é afinal um exveterano da Guerra da Coreia, que há décadas vive num secreto inferno, a tentar expiar um crime involuntário. Num último esforço para se redimir, assume como missão salvar o filho da vizinha. Numa terra desconhecida para ambos, começa uma fuga épica, que os levará aos confins da Noruega – e uma perseguição implacável,movida por um gangue kosovar. Um estranho lugar para morrer, considerado o melhor romance do ano por uma série de publicações, desafia qualquer definição.
O ritmo e a tensão absolutamente sufocantes remetem para o thriller moderno, do mais fino recorte escandinavo. Mas o autor, um ativista do desarmamento e dos direitos humanos, usa a dramática epopeia de Sheldon para pôr a nu a violência latente na cultura ocidental.
Opinião:
Este é um livro estranho. Cheio de personagens pouco comuns e realidades com que normalmente não somos confrontados.
Sheldon é efectivamente um viúvo judeu americano que lutou na Guerra da Coreia apesar de nenhum familiar acreditar nele. É também alguém que efectivamente começou a sofrer de demência devido a todas as perdas que teve de sofrer ao longo da vida. Contudo é também alguém extremamente inteligente e lúcido, que ainda tem muito para dar e capaz de tudo para expiar aquilo que considera ser o seu pior pecado.
Ao longo da narrativa vamos seguindo vários personagens, alguns deles são importantes para nos ajudar a caracterizar Sheldon, outros são importantes para nos contextualizar no porquê dos acontecimentos e outros ainda são importantes para pintar o quadro do que é a Noruega na altura em que a história se passa. Contudo a maior dos acontecimentos são contados do ponto de vista de Sheldon. Através dele ficamos a saber o que se está a passar no presente, mas também o que lhe aconteceu no passaso que o leva a recordar determinados acontecimentos e a falar com os mortos.
Esta foi sem dúvida uma das partes que mais gostei na história, a parte em que ele desce à demência e fala com os mortos. O autor faz-nos acreditar de cada vez que estamos a ter vislumbres de conversas passadas quando na realidade tudo se passa no presente. Além disso o autor consegue tornar a viagem interior de Sheldon tão interessante como a que ele faz através da Noruega à procura de um lugar onde se poderá abrigar com a criança. Foi extremamente gratificante ver um homem de 82 anos que toda a gente julga não ter nada para dar conseguir manter-se escondido e avançar sem ser descoberto a não ser quando quis.
Apesar de ser um livro bastante bom, com uma prosa cativante a verdade é que é um livro de progresso algo moroso, a própria linguagem e desenrolar do livro leva a que assim seja. Este não é um ponto mau, até porque permite ao leitor apreciar melhor a narrativa. Existiram sim alguns pontos mais fracos no livro, nomeadamente determinadas informações que poderiam ter sido melhor trabalhadas. No final não se mostraram essenciais para o fechar da acção, mas teria sido interessante perceber melhor o que motivava determinados personagens.
Sheldon é efectivamente um viúvo judeu americano que lutou na Guerra da Coreia apesar de nenhum familiar acreditar nele. É também alguém que efectivamente começou a sofrer de demência devido a todas as perdas que teve de sofrer ao longo da vida. Contudo é também alguém extremamente inteligente e lúcido, que ainda tem muito para dar e capaz de tudo para expiar aquilo que considera ser o seu pior pecado.
Ao longo da narrativa vamos seguindo vários personagens, alguns deles são importantes para nos ajudar a caracterizar Sheldon, outros são importantes para nos contextualizar no porquê dos acontecimentos e outros ainda são importantes para pintar o quadro do que é a Noruega na altura em que a história se passa. Contudo a maior dos acontecimentos são contados do ponto de vista de Sheldon. Através dele ficamos a saber o que se está a passar no presente, mas também o que lhe aconteceu no passaso que o leva a recordar determinados acontecimentos e a falar com os mortos.
Esta foi sem dúvida uma das partes que mais gostei na história, a parte em que ele desce à demência e fala com os mortos. O autor faz-nos acreditar de cada vez que estamos a ter vislumbres de conversas passadas quando na realidade tudo se passa no presente. Além disso o autor consegue tornar a viagem interior de Sheldon tão interessante como a que ele faz através da Noruega à procura de um lugar onde se poderá abrigar com a criança. Foi extremamente gratificante ver um homem de 82 anos que toda a gente julga não ter nada para dar conseguir manter-se escondido e avançar sem ser descoberto a não ser quando quis.
Apesar de ser um livro bastante bom, com uma prosa cativante a verdade é que é um livro de progresso algo moroso, a própria linguagem e desenrolar do livro leva a que assim seja. Este não é um ponto mau, até porque permite ao leitor apreciar melhor a narrativa. Existiram sim alguns pontos mais fracos no livro, nomeadamente determinadas informações que poderiam ter sido melhor trabalhadas. No final não se mostraram essenciais para o fechar da acção, mas teria sido interessante perceber melhor o que motivava determinados personagens.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)
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