quinta-feira, 28 de junho de 2018

Opinião - Na Boca do Lobo e O Anjo da Morte

Ficha Técnica:
Autor: M. J. Arlidge
Título Original: Little Boy Blue e Hide and Seek
Série: Helen Grac, #5 e #6
Páginas: 316 e 336
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898849540 e 9789898855435
Tradutor: ?

Sinopse:
Na Boca do Lobo
Um homicídio num clube noturno. Uma vítima asfixiada até à morte. E o jogo perverso ainda agora começou... Quando a detetive Helen Grace encontra a vítima no chão, presa a uma cadeira, percebe que não se trata apenas de um jogo sexual que terminou mal — as provas demonstram que o agressor dispusera dos meios para libertar o seu refém, mas decidira não o fazer. Ao remover a fita adesiva do rosto da vítima, Grace reconhece-a: trata-se de alguém com quem mantinha um relacionamento de que ninguém pode saber. Helen inicia uma autêntica caça ao assassino, ao mesmo tempo que luta por manter a sua vida privada em segredo. Contudo, as várias pistas seguidas revelam-se infrutíferas, e surge um novo homicídio.Travando uma batalha contra o tempo, Helen enfrenta uma escolha impossível: confessar os seus segredos mais obscuros e perder o controlo do caso, ou ocultar a verdade e arriscar-se a cair numa armadilha.


O Anjo da Morte
UMA CELA FECHADA.
UM CORPO ESCRUPULOSAMENTE MUTILADO JAZ NO SEU INTERIOR…
Helen Grace, até aqui considerada a melhor detetive do país, é acusada de homicídio e aguarda julgamento na prisão de Holloway. Odiada pelas restantes prisioneiras e maltratada pelos guardas, Helen tem de enfrentar sozinha este pesadelo. Tudo o que deseja é conseguir provar a sua inocência. Mas, quando um corpo aparece diligentemente mutilado numa cela fechada, essa revela ser, afinal, a menor das suas preocupações.

Os macabros crimes sucedem-se em Holloway e o perigo espreita em cada cela ou corredor sombrio. Helen não pode fugir nem esconder-se por atrás do distintivo.
Precisa agora de ser rápida a encontrar o implacável serial killer… se não quiser tornar-se a sua próxima vítima.

Opinião:
E mais uma vez Helen Grace chega e domina. Ainda bem que li os dois livros de seguida, porque o segundo acaba por ser um seguimento mais directo do primeiro do que normalmente encontramos nesta série.

No primeiro livro é-nos mostrado o homicídio de um personagem que já conhecemos relativamente bem dos livros anteriores, bem como mais dois homicídos de dois personagens, mas que não tiveram tanto tempo de antena.

Estas mortes foram bastante bem arquitectadas e Helen vê-se a braços com uma investigação que tem tudo para dar errado. O homicida é extremamente inteligente e sabe bem o que está a fazer. É tarde de mais que Helen se apercebe do que se está a passar e acaba tudo por descambar de uma maneira inacreditável.

Existe pelo menos um personagem que me deu vontade de esganar devido à sua atitude mesquinha e à sua falta de ética. Houve um outro personagem que se deixou levar pelos acontecimentos e que não parou para pensar que tudo o que se passava era bastante estranho. Por fim temos a Charlie, que continua a ser uma constante na vida da Helen e a sua única verdadeira amiga.

Desta vez as coisas não acabam bem e é aí que partimos então para o segundo livro. Aqui Helen encontra-se na prisão e até aqui não tem descanso.

Existem homicídios a decorrer e acaba por ser Helen a desvendar o caso apesar das partes envolvidas e do facto de os seus recursos serem quase nulos. Não haja dúvida que fiquei um bocado chocada quando descobri quem era o perpetuador. Não estava de todo à espera. Muito menos estava à espera para o motivo retorcido que deu para cometer os homicídios. É definitivamente de uma pessoa doente!

O que mais gostei de ver neste segundo livro, além do desenrolar dos acontecimentos, foi o facto de que apesar de Helen estar no meio de condenados, de pessoas que mataram alguém, nos ser apresentado bondade. Houve reclusos que se aproximaram de Helen, que lhe estenderam uma mão amiga e que tomaram conta dela quando foi preciso. Isso mostra que pode existir bondade em qualquer pessoa se a soubermos procurar.

No final fiquei satisfeita com o destino que foi dado ao mesquinho que falei a cima. Quanto à pessoa que mandou Helen para a prisão, esta finalmente abriu os olhos e não mais foi influenciada pelas suas aspirações e pelas pessoas que a rodeavam. Quanto à Charlie, esta foi durante todo o livro impecável. Sempre a acreditar na Helen, a fazer de tudo para resolver o caso, mesmo que isso implicasse perder o seu trabalho. Isto sim é acreditar e confiar.

Acho que já deu para perceber que mais uma vez gostei bastante dos livros. Os personagens continuam a evoluir, a crescer. Dá para perceber que muita coisa ainda aí vem e que a Helen ainda tem muito para dar. É uma viagem alucinante desde a primeira até à última página. Fica a vontade de ler o próximo livro e de perceber como é que tudo o que se passou irá afectar a maneira de estar dos personagens.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Opinião - Meet Cute: Some People Are Destined to Meet

Ficha Técnica:
Autor: Jennifer L. Armentrout, Dhonielle Clayton, Katie Cotugno, Jocelyn Davies, Huntley Fitzpatrick, Nina LaCour, Emery Lord, Katharine McGee , Kass Morgan, Meredith Russo, Sara Shepard, Nicola Yoon, Ibi Zoboi e Julie Murphy
Páginas: 323
Editor: HMH Books for Young Readers
ASIN: B01MXXZZNF

Sinopse:
Whether or not you believe in fate, or luck, or love at first sight, every romance has to start somewhere. MEET CUTE is an anthology of original short stories featuring tales of “how they first met” from some of today’s most popular YA authors.

Readers will experience Nina LaCour's beautifully written piece about two Bay Area girls meeting via a cranky customer service Tweet, Sara Shepard's glossy tale about a magazine intern and a young rock star, Nicola Yoon's imaginative take on break-ups and make-ups, Katie Cotugno's story of two teens hiding out from the police at a house party, and Huntley Fitzpatrick's charming love story that begins over iced teas at a diner. There’s futuristic flirting from Kass Morgan and Katharine McGee, a riveting transgender heroine from Meredith Russo, a subway missed connection moment from Jocelyn Davies, and a girl determined to get out of her small town from Ibi Zoboi. Jennifer Armentrout writes a sweet story about finding love from a missing library book, Emery Lord has a heartwarming and funny tale of two girls stuck in an airport, Dhonielle Clayton takes a thoughtful, speculate approach to pre-destined love, and Julie Murphy dreams up a fun twist on reality dating show contestants.

This incredibly talented group of authors brings us a collection of stories that are at turns romantic and witty, epic and everyday, heartbreaking and real.

Opinião:
Este foi um livro que não começou nada bem, mas que acabou por se ir tornando numa agradável surpresa. Essencialmente cada história representa o momento em que duas pessoas se conhecem e fazem automaticamente click. Vou escrever duas ou três linhas sobre cada um dos contos, mas não me tenciono alongar se não não terá muita piada.

Katie Cotugno
Este foi um dos contos que não só não me disse nada, como ainda me conseguiu irritar solenemente. Basicamente estamos a ler um conto do ponto de vista do protagonista, mas o protagonista não fala na primeira pessoa. É estranho e achei que tornava o conto desconexo. Ao mesmo tempo não gostei nada da atitude da rapariga, que passa por julgar a pessoa com quem supostamente fez click, mas enrolar-se na mesma com ela sem mais nem menos. Não. Mesmo não.

Nina Lacour
Este conto já foi mais agradável, é fácil perceber o momento em que as personagens fazem click e considero isso uma grande vitória. Gostei do facto de a história estar relacionada com um local onde se fazem impressões à "antiga" e de tudo começar através da criação de uma conta Twitter para a loja. Às vezes as situações mais inusitadas levam-nos aos melhores momentos.

Ibi Zoboi
Este conto passa-se perto do baile de finalistas da personagem principal, e está de certa forma relacionado com o que é a amizade e como é que esta pode ser vista de diferentes maneiras por diferentes pessoas. É um conto que gostava de ter conseguido gostar, mas não consegui sentir o click entre os personagens quando estes finalmente se conhecem e isso estragou-me o conto e deixou-me bastante decepcionada.

Katharine McGee
Este foi um conto extremamente fofinho. Para já achei a premissa interessante, não que seja nova, mas a maneira como está explicada e contextualizada está bem feita. Uma app que permite conheceres o amor da tua vida com uma certeza superior a 90%. Depois temos toda a situação de "aventura" na medida em que os protagonistas vão em busca de algo perdido e que é bastante importante para um deles. E depois o final, apesar de não ser difícil de adivinhar, está bastante bem descrito o que leva a que o leitor se sinta completo. 

Sara Shepard
Esta é uma autora que já li à uns anos atrás e que por isso já conhecia um pouco da escrita. Confesso que a única coisa que tinha lido era o The Lying Game e que na realidade o tipo de história não tem nada a ver com aquilo que li agora. Este conto é um romance fofinho, em que a protagonista aprende a aproveitar o momento sem pensar muito no que há-de vir. Houve ali um click que podia ter sido melhor trabalhado, mas não foi mau de todo. No final o balanço foi positivo.

Meredith Russo
Este conto é sem dúvida muito à frente. A autora inclui duas personagens sobre as quais muita gente terá muito a dizer. Uma delas é transgénero e a outra é gay. Para mim é me indiferente o que cada pessoa é, desde que seja feliz, mas não é fácil escrever acerca destes temas. É uma realidade que cada vez mais vemos pessoas a serem honestas nestes aspectos, e que existe uma maior aceitação da parte da população, mas também sinto que por outro lado existe uma maior hostilidade e mais agressividade da parte das pessoas que não aceitam que uma pessoa possa não se sentir bem com aquilo que a sociedade definiu como normal. Não só este é um conto que aborda dois temas bastante controversos como o faz de uma maneira exemplar e cativante.

Dhonielle Clayton
Este foi um conto que não me aqueceu nem arrefeceu. Gostei da premissa. Neste local as pessoas nascem com linhas desenhadas nos dedos e o desaparecimento gradual destas significa que a pessoa com quem vamos casar está a aproximar-se. Mas achei que podia ter sido melhor trabalhada. É fácil identificar o momento do Click, mas toda a história é um bocado amalgama e mal explicada com a situação de ver os diferentes futuros. Acho que funcionaria muito melhor como uma história mais longa, talvez um livro ou dois.

Emery Lord
Este foi mais um conto que me encheu as medidas. Essencialmente passa-se num aeroporto enquanto duas raparigas aguardam para embarcar. Existe um momento em que trocam o olhar e começam a conversar. No fim, tudo parece melhor e o mundo mais leve. É uma sensação fantástica quando encontras alguém que apesar de desconhecido te parece conhecer melhor que ninguém. Que parece saber exactamente o que dizer ou fazer para que te sintas melhor. E tem referências a super heróis! Um ponto extra na minha opinião!

Jennifer L. Armentrout
So sweet! Mas não podia esperar menos desta autora. Já li alguns livros da autora e normalmente enchem-me sempre as medidas. E este inclui uma biblioteca! Que mais posso eu pedir? Achei imensa piada ao facto de a história revolver em torno de um dicionário que já deveria ter sido devolvido à algum tempo. As interacções entre os personagens é hilariante e a maneira como se descobre quem é a voz mistério é deliciosa! Fiquei com vontade de ler mais acerca da história destes dois.

Jocelyn Davies
Esta história é um pouco mais nerd no sentido em que um dos personagens é aficionado por matemática e decide que o seu projecto vai ser acerca de como encontrar a mesma pessoa no comboio utilizando uma série de variáveis. Tudo isto porque houve um momento em indo o comboio numa direcção, se cruzou com outro comboio onde ia um rapaz que sem qualquer explicação lhe chamou a atenção. É super cute! Principalmente porque faz-me lembrar de uma cena preferida de um filme de animação japonesa, Kimi No Na Wa. Se nunca ouviram falar ou nunca viram aconselho.

Kass Morgan
Este é um conto um bocado agridoce. Por um lado é extremamente ternurento e fofinho ler acerca da maneira como estes dois se relacionam e como se complementam tão bem. A sua ligação é instantânea a parece extremamente natural. O final é triste e deixa o leitor com um travo amargo na boca depois de termos testemunhado algo que nos deixou o coração quente.

Julie Murphy
Este conto vai um pouco contra um outro conto desta antologia. Ao contrário do outro em que o personagem famoso é 5 estrelas, aqui o personagem famoso é um daqueles que merecia um ponta pé no cu para ver se acorda para a vida. Mas não é ele que interessa. Quem interessa são as duas raparigas que estão a participar num concurso televisivo para terem um encontro romântico com ele. Como será de esperar, nada corre bem, e no final quem acaba por sair bem são as duas raparigas que fazem Click durante as gravações.

Huntley Fitzpatrick
Este é mais um conto algo agridoce. É agridoce porque mais uma vez existe uma química instantânea entre os personagens, química essa que é fácil ao leitor perceber, mas existe também um segredo que poderá separá-los. Acaba por correr tudo pelo melhor, e a autora fez um excelente trabalho em condensar as emoções e os acontecimentos sem que os mesmos parecessem disparatados, mas ao mesmo tempo é um conto cheio de memórias e tristezas, o que faz com que o leitor se sinta dividido, satisfeito e ao mesmo tempo pesaroso.

Nicola Yoon
Este é um daqueles contos que teria tudo para dar certo. Se em vez de um conto fosse um livro. Achei que essencialmente este era o problema. A premissa é bastante interessante, um complexo onde as pessoas vão para curar corações partidos, onde podem refazer o passado e corrigir os erros das suas relações. A própria história do personagem principal é interessante, os seus sentimentos, o seu desespero toca o leitor. O problema é o Click. Não é que não estivesse à espera dele, só acho que não foi bem fundamentado e isso deixa-me algo frustrada.

domingo, 24 de junho de 2018

Opinião - Mansfield Park

Ficha Técnica:
Autor: Jane Austen
Páginas: 432
Editor: 019282757X
ISBN: 019282757X

Sinopse:
'there certainly are not so many men of large fortune in the world, as there are pretty women to deserve them'

Mansfield Park is a study of three families--the Bertrams, the Crawfords, and the Prices--with the isolated figure of the heroine, Fanny Price, at its centre. Fanny's quiet passivity, her steadfast loyalty and love for the son of the family who regard her as the poor relation, and who have taken her under their roof, are among the qualities whose true worth is not appreciated until they are tried against the brilliant and witty Mary and Henry Crawford, the unfortunate consequences of whose influence are felt by everyone. Jane Austen uses Fanny's emotional involvement with the people around her to explore the social and moral values by which she and they try to order their lives.

First published in 1814, the text of this edition is taken from R.W. Chapman's Oxford edition, edited by James Kinsley, with a new bibliography and introductory essay by Marilyn Butler.

Opinião:
Mais um clássico para a colecção. Mansfield Park conta-nos a história de Fanny, uma personagem da qual gostei bastante.

Numa história onde toda a gente pensa apenas em si própria e no seu bem estar, Fanny é uma lufada de ar fresco. A maior parte dos personagens tenta destacar-se enxovalhando as pessoas que o rodeiam, ou tentando manipular as acções dos outros para ser proveito. Há também aquelas que simplesmente não têm interesse em nada e que não conseguem ver para além do seu umbigo. São tão passivas que até faz confusão.

A Fanny não é nada disto. Pode parecer uma pessoa bastante simples na sua maneira de estar, mas é uma pessoa extremamente genuína, o que faz com que se destaque no meio de toda a gente. A Fanny preocupa-se realmente com as pessoas que a acolheram e das quais aprendeu a gostar. Mesmo para aquelas que a tratam "mal", a Fanny é sempre bem educada e respeitadora e nem sequer se autoriza a pensar mal delas. Das poucas vezes que isso acontece ela castiga-se bastante e fica a sentir-se mal com isso. Ao mesmo tempo a Fanny é alguém extremamente correcto, que não se deixa influenciar pelos outros. Se há algo com que não concorda não deixa que mudem a sua opinião e mantém-se fiel a si própria independentemente daquilo que lhe possam dizer. Além disso é bastante observadora e apercebe-se de várias coisas que os outros negligenciam.

A autora apresenta-nos ainda um contraste gritante entre a vida em Mansfield Park e a vida noutros locais. Enquanto que em Mansfield Park tudo é ordem, tudo tem beleza, no local onde nasceu reina o caos e a escuridão. As descrições que a autora nos apresenta de ambos os locais são bastante vividas o que nos faz apreciar cada vez mais Mansfield Park, tal como Fanny acaba por apreciar. É nessa altura que ela realmente percebe onde se sente em casa e que tipo de vida quer para si.

Através da sua perseverança Fanny acaba por conseguir aquilo que quer. Acaba por ter o respeito dos seus pares que há muito era devido. Consegue o seu final feliz sem que tenha tido necessidade de ser algo mais do que ela mesma.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Opinião - Ryan's Bed

Ficha Técnica:
Autor: Tijan
Páginas: 274
Editor: ?
ASIN: B0796NJZCD

Sinopse:
I crawled into Ryan Jensen’s bed that first night by accident.

I barely knew him. I thought it was his sister’s bed—her room. It took seconds to realize my error, and I should've left...
I didn’t. I didn’t jump out. I didn’t get embarrassed.
I relaxed.
And that night, in that moment, it was the only thing I craved.

I asked to stay. He let me, and I slept.

The truth? I never wanted to leave his bed. If I could've stayed forever, I would have.
He became my sanctuary.

Because—four hours earlier—my twin sister killed herself.

Opinião:
Esta é uma autora que descobri o ano passado e que daquilo que li fiquei bastante agradada. Esta história é um bocado estranha na medida em que tem alguns momentos em que não percebemos muito bem se aquilo que a Mac vive é realidade ou não, e outros momentos em que a Mac tem a cabeça de tal forma feita num oito que acabamos por ficar confusos com as coisas que andam por ali a navegar.

Essencialmente a Mac é uma de duas gémeas e a única sobrevivente, visto que a sua irmã se suicidou recentemente. Para além de ter perdido metade de si, também foi Mac que descobriu a irmã morta, o que torna tudo muito pior. Enquanto os pais tratam das coisas, esta e o irmão acabam por ser despachadas para a casa dos patrões do pai, onde Mac inadvertidamente acaba por conhecer Ryan. Uma ligação forma-se entre ambos, talvez porque a um nível mais primordial Mac reconhece em Ryan a dor pela qual está a passar.

Aos poucos vamos conhecendo o passado de Ryan, passado esse que também não foi fácil, e que de certo modo é usado para exemplificar aquilo que Mac não deve fazer de modo a processar a sua dor. Existem alturas em que a Mac diz transformar-se numa pessoa completamente diferente, estar a perder-se na personalidade da sua irmã morta, e isso é algo assustador. A ideia que tenho é que ela acaba por assumir um compromisso entre a pessoa que foi e a pessoa em que se está a tornar de modo a defender-se e tomar conta de si quando a sua irmã já lá não está para desempenhar esse papel.

O caminho que a Mac percorre é longo, e há alturas em que passam grandes pedaços de tempo. Foi frustrante ver a sua família deteriorar-se, chegando a um ponto em que ela foi obrigada a tomar uma atitude e como consequência levando a que sarasse mais um pouco. Há várias alturas em que a Mac sente que as peças quebradas se vão encaixando. Eu percebo o que ela quer dizer, mas há alturas em que é fácil perceber o que ela quer dizer e há outras em que não consigo perceber como é que o que aconteceu contribuiu para que ela se sinta um pouco mais completa.

E o final? Aquele final deixou-me completamente abananada e estragou-me um pouco o livro. Por um lado tive que o ler duas vezes, porque depois daquela última frase queria ter a certeza que não tinha perdido nada e depois porque fiquei a sentir que a morte da Willow perdeu valor com a revelação final. Como se a morte dela tivesse servido de desculpa, como se a Willow se tivesse suicidado não porque estava infeliz, mas sim porque assim impedia outra tragédia.

Isso estragou-me um bocado o livro. Mas consigo abster-me disso e perceber que o livro parece ser bastante real naquilo que pretende representar. Que os personagens estão bem caracterizados e que a história é interessante. Não é um livro perfeito, mas é um livro que cumpre aquilo que promete e que entretém o leitor.

domingo, 3 de junho de 2018

Opinião - Silence Fallen

Ficha Técnica:
Autor: Patricia Briggs
Série: Mercy Thompson, #10
Páginas: 371
Editor: Ace Books
ISBN: 0425281272

Sinopse:
In the #1 New York Times bestselling Mercy Thompson novels, the coyote shapeshifter has found her voice in the werewolf pack. But when Mercy's bond with the pack and her mate is broken, she'll learn what it truly means to be alone...

Attacked and abducted in her home territory, Mercy finds herself in the clutches of the most powerful vampire in the world, taken as a weapon to use against alpha werewolf Adam and the ruler of the Tri-Cities vampires. In coyote form, Mercy escapes only to find herself without money, without clothing, and alone in the heart of Europe...

Unable to contact Adam and the rest of the pack, Mercy has allies to find and enemies to fight, and she needs to figure out which is which. Ancient powers stir, and Mercy must be her agile best to avoid causing a war between vampires and werewolves, and between werewolves and werewolves. And in the heart of the ancient city of Prague, old ghosts rise...

Opinião:
Oh Mercy! Acredito que já tenha disto anteriormente, mas não vejo a hora desta rapariga ter descanso! Ninguém merece tanta desventura!

 Não tenho nada de especial a acrescentar às minhas opiniões anteriores relativamente a personagens, maneira de contar a história e afins. Briggs é bastante constante e por norma sei exactamente aquilo para que vou.

Uma das coisas que mais me impressionou neste livro foi o facto de se passar basicamente em 2/3 dias. Como é que é possível a autora encaixar tanta coisa em tão pouco tempo e o leitor não se sentir assoberbado? Como é que ela é capaz de fazer com que nós ao lermos sintamos que os personagens estão a lidar com aquilo que lhes acontece de uma maneira que não parece forçada? A sério, para mim isto é de génio! Não é nada fácil condensar tanto em tão pouco tempo e mesmo assim fazer o leitor sentir que os personagens têm tempo para lidar com tudo aquilo que lhes está a acontecer.

Um bónus deste livro foi ficarmos a conhecer um pouco mais acerca da história do Bran e de um dos lobos que faz parte do pack do Adam e que apareceu do nada num livro anterior, o Zack. Visto que descobrimos um pouco mais acerca deste tenho esperança que no próximo livro possa vir a saber-se um pouco mais. Para não variar a Mercy ficou a saber um pouco mais acerca dos seus poderes como caminhante. Questiono-me o que mais é que ainda aí virá.

Ficamos ainda a conhecer um vampiro poderoso, vampiro esse a que já tinham existido alusões anteriores, e que se trata do amor da Marsilia. Não consegui perceber muito bem um dos intuitos deles, mas parece que a situação ficou esclarecida, o que não me chateia por aí além.

A cena final foi algo de ternurento, o que me dá esperança para que as coisas possam vir a tornar-se cada vez melhores para esta família tão desconexa. A ver se entretanto pego no livro que me falta e no que está para sair de Alpha e Omega para ficar com tudo em dia visto que este ano não há Mercy.