quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Opinião - E Depois, a Paulette...

Ficha Técnica:
Autor: Barbara Constantine
Título Original: Et puis, Paulette...
Páginas: 216
Editor: Bertrand
ISBN: 9789722526678
Tradutor: Patrícia Xavier

Sinopse:
Uma história inspiradora, cheia de alegria, ternura e esperança.

Ferdinand vive sozinho na sua grande quinta deserta, coisa que não o deixa muito feliz. Um dia, depois de uma violenta tempestade, passa com os netos pela vizinha e descobre que o teto dela está prestes a desabar. Claramente, ela não tem para onde ir. E com grande naturalidade, os meninos, de seis e oito anos, sugerem ao avô que a convide para ficar na quinta. Mas a realidade não é assim tão simples, há certas coisas que se fazem, e outras que não… Depois de uma longa noite de reflexão, ele acaba por ir procurá-la na mesma. Uma coisa leva à outra e a quinta começa a encher-se, a agitar-se, recomeça a funcionar. Um amigo de infância agora idoso, duas senhoras muito velhas em estado de pânico, estudantes que andam um pouco perdidos, um amor que nasce, animais. E depois, a Paulette…

Opinião:
E Depois, a Paulette... é um livro que nos fala de entre-ajuda e de segundas oportunidades. Do estarmos abertos a novas experiências e de partilharmos aquilo que temos sem que precisemos propriamente de um motivo para o fazer.

Tudo começa após Ferdinand se encontrar a morar sozinho em sua casa. Uma peripécia leva à seguinte, e quando damos por isso já ele se começou a dar com Marceline. E ao aperceber-se que esta não tem condições para continuar a habitar a sua casa fica preocupado. É aí que entra a inocência das crianças e a sua facilidade em resolver problemas. E se o avô convidasse a Senhora para ir morar com ele? Ele tem imenso espaço e pode ajudá-la. E assim sendo, contra tudo aquilo que se espera de um ser humano hoje em dia, Ferdinand faz a proposta a Marceline e esta aceita. E é nessa altura que Ferdinand começa a sentir a necessidade de ajudar os outros. Se bem que também seja movido pelo facto de não querer estar sozinho. Após Marceline chega-nos Guy, que se sente perdido após a morte do seu grande amor. Logo a seguir ficamos a conhecer Simone e Hortense, duas Senhoras extremamente idosas conhecidas como irmãs Lumiére, que pretendem fugir do sobrinho. E por fim ficamos a conhecer Muriel e Kim. Ela uma aluna de enfermagem que não tem onde cair morta e ele um aluno das agriculturas que pretende um pequeno espaço para cultivas as suas culturas biológicas.

Todos eles, sem falta, vão encontrar na casa de Ferdinand um motivo para seguir em frente. A entre-ajuda que se desenvolve entre as diferentes gerações, a sua capacidade para a adaptabilidade. O facto de conseguirem viver todos juntos na mesma casa sem colidirem, mostra que às vezes basta dar o primeiro passo e ter vontade de realmente ajudar alguém para que tudo melhore. Não só para nós, mas também para os outros à nossa volta.

Gostei muito da escrita da autora, que nos embala e é perfeita para o tipo de história que nos é apresentada. Todas as personagens são cativantes, desde os netos de Ferdinand, até à velha Hortense. Além das personagens que referi existem outras que também são importantes para a narrativa e que nos prendem, fazendo-nos sorrir ou ficar tristes com as suas venturas e desventuras. Apenas o final deixou um pouco a desejar, na minha opinião. Achei que não se enquadrava na história em si, e retirou-lhe algum do encanto e fascínio que tinha sobre mim.

De qualquer modo é um livro que merece sem dúvida ser lido. Uma história que nos mostra o que realmente é ser humano, num mundo em que a humanidade é cada vez mais difícil de encontrar. Aconselho.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

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