domingo, 31 de julho de 2016

Opinião - Emerald Green

Ficha Técnica:
Autor: Kerstin Gier
Título Original:Smaragdgrün
Páginas: 464
Editor:Henry Holt and Co.
ASIN:B00BU3SXU0

Sinopse:
Gwen has a destiny to fulfill, but no one will tell her what it is. She’s only recently learned that she is the Ruby, the final member of the time-traveling Circle of Twelve, and since then nothing has been going right. She suspects the founder of the Circle, Count Saint-German, is up to something nefarious, but nobody will believe her. And she’s just learned that her charming time-traveling partner, Gideon, has probably been using her all along. Emerald Green is the stunning conclusion to Kerstin Gier's Ruby Red Trilogy, picking up where Sapphire Blue left off, reaching new heights of intrigue and romance as Gwen finally uncovers the secrets of the time-traveling society and learns her fate.

Opinião:
Depois de muitos anos à espera da tradução portuguesa que não veio e da inglesa que tardava em sair, depois de perder o interesse porque já tinha passado tanto tempo, finalmente decidi que era tempo de acabar a história da Gwen. Ela merecia o seu final e eu merecia saber que final era esse.

Havia algumas coisas da história das quais já não me lembrava, mas com o decorrer da narrativa fui-me lembrando do que se tinha passado. É excitante ver como apesar de toda a confusão que surgiu de repente na vida da Gwen ela se tem aguentado e tem ultrapassado cada obstáculo. Apesar de tudo o que se lhe tem atravessado à frente a verdade a Gwen continua em busca das respostas para as suas perguntas. É preciso muita força de vontade e coragem para continuarmos o nosso caminho quando a cada passo nos defrontamos com obstáculos. Sendo que estes obstáculos não são só relacionados com o facto de ela ser uma viajante do tempo, mas também o facto de ser uma jovem que está perdidamente apaixonada. É bom ver que a autora conseguiu criar um equilíbrio entre mostrar-nos uma jovem de 16 anos a ter atitudes de uma jovem de 16 anos sem no entanto a tornar irritante aos nossos olhos.

Neste último livro vemos reveladas várias verdades das quais estávamos à espera. Nomeadamente mais informações acerca da profecia e da sua relação com o Conde (apesar de muitas coisas serem facilmente dedutíveis), ficamos também a perceber como é que o Conde manipula toda a gente e mais algumas coisas que não vou referir porque são autênticas surpresas!

Quanto aos personagens, é impossível não referir Xemerius! Ele é tão, mas tão engraçado! Adoro a sua ironia e sarcasmo. Além disso quando ele começa a descrever as cenas românticas entre a Gwen e o Gideon é hilariante! Quero mais Xemerius! Quero também mais momentos com a família da Gwen. Eles são super fofos e apoiam a Gwen incondicionalmente.

Se bem que gostei bastante do livro e do final, houve algumas questões que ficaram por responder e que foi preciso uma pesquisa para me tirar as dúvidas. Nomeadamente como é que o Conde conseguiu obter inicialmente os cristais da vida eterna, e porque é que as regras da profecia só se aplicavam ao Conde e não aos outros personagens. Também não gostei do facto de a Gwen manter certos segredos do Gideon, nomeadamente o facto de ver fantasmas. Depois de tudo pelo que passaram acho que ele tinha direito a esse voto de confiança.

Um óptimo final para uma trilogia com personagens fantásticos e uma história cativante. Espero um dia ter oportunidade de ler mais livros desta autora. Ou uma pequena história acerca destes personagens que adoro.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Opinião - Queen of Babble

Ficha Técnica:
Autor: Meg Cabot
Série: Queen of Babble, #1, #2 e #3
Páginas: 336, 322 e 292
Editor: HarperCollins
ASIN: B000GCFX86, B000SCHBT8 e B0011UEEGY

Sinopse:
Queen of Babble:
Lizzie Nichols has a problem: she can't keep anything to herself. And when she opens her big mouth on a trip to London, her good intentions get her long-distance beau, Andrew, in major hot water. Now she's stuck in England with no boyfriend and no place to stay until the departure date on her nonrefundable airline ticket. Fortunately, Lizzie's best friend and college roommate, Shari, is spending her summer catering weddings in a sixteenth-century château in southern France. Who cares if Lizzie's never traveled alone in her life and only speaks rudimentary French? She's off to Souillac to lend a helping hand!

One glimpse of gorgeous Château Mirac—and of gorgeous Luke, the son of the château's owner—and Lizzie's smitten. But thanks to her chronic inability to keep a secret, before the first cork has been popped Luke hates her, the bride is in tears, and Château Mirac is on the road to becoming a lipo-recovery spa. Add to that the arrival of ex-beau Andrew, who's looking for "closure" (or at least a loan), and everything—including Lizzie's shot at true love—is in la toilette . . . unless she can figure out some way to use her big mouth to save the day.


Queen of Babble in the Big City:
Lizzie Nichols is back, pounding the New York City pavement and looking for a job, a place to live, and her proper place in the universe (not necessarily in that order).

"Summer Fling" Luke's use of the "L" (Living Together) word has her happily abandoning plans to share a one-room walk-up with best friend Shari in exchange for cohabitation with the love of her life in his mom's ritzy Fifth Avenue pied-à-terre. Lizzie's landed a non-paying gig in her chosen field—vintage wedding gown rehab—and a paying one as a receptionist at Shari's boyfriend's father's posh law firm. So life is good . . . for the moment.

But almost immediately her notoriously big mouth is getting her into trouble. At work she's becoming too chummy with society bride-to-be Jill Higgins, inflaming the ire of Jill's troublesome future mother-in-law. At home she's made the grievous error of bringing up the "M" (Marriage) word to commitment-shy Luke. Once again joblessness and homelessness are looming large for hapless blabbermouth Liz—unless she can figure out some way to babble her way to a happily ever after.


Queen of Babble Gets Hitched:
Big Mouth, Big Heart, Big City... Big Problems

Things are looking up at last for Lizzie Nichols. She has a career she loves in the field of her choice (wedding gown restoration), and the love of her life, Jean-Luc, has finally proposed. Life's become a dizzying whirl of wedding gown fittings—not necessarily her own—as Lizzie prepares for her dream wedding at her fiancé's château in the south of France.

But the dream soon becomes a nightmare when the best man—whom Lizzie might once have accidentally slept with...no, really, just slept—announces his total lack of support for the couple, a sentiment seconded by the maid of honor; Lizzie's Midwestern family can't understand why she doesn't want to have her wedding in the family backyard; her future French in-laws are trying to lure the groom back into investment banking; and Lizzie finds herself wondering if her Prince Charming really is as charming as she once believed.

Opinião:
Por onde é que hei-de começar? Esta trilogia é simplesmente fantástica e se por um lado há muita gente que ficou revoltada com o que a autora decidiu fazer, por outro eu também compreendo porque é que a autora o fez e acho que até não correu nada mal.

A Lizzie é uma rapariga que tem um grave problema. Não consegue manter a boca fechada nem para se salvar a si própria. Basicamente tudo aquilo que ouve ou sente acaba por lhe sair de rajada nas alturas mais inconvenientes levando a grandes sarilhos. Contudo esses sarilhos são extremamente hilariantes, não só pelo facto de que ela posteriormente faz das tripas coração para tentar melhorar as coisas, como o simples facto de que ela nunca o faz por maldade. A Lizzie deve ser das personagens que até hoje li com o coração mais inocente. Acredita sempre no melhor das outras pessoas, pensa sempre que a culpa é dela, que está a inventar ou a projectar, coloca sempre o bem estar dos outros em primeiro lugar. Podia tornar-se algo irritante, mas complementado com o facto de a Lizzie estar sempre a meter-se em trapalhadas a verdade é que resulta bastante bem.

Ao longo dos três livros existe uma grande evolução da personagem principal, no primeiro livro a Lizzie é uma pessoa completamente sem rumo,  que tem pouco confianças em si própria e nas suas capacidades e cuja sua única certeza é que adora reparar roupa vintage e que conheceu o seu príncipe encantado, Luke. Já no segundo livro Lizzie cresce e com ela a sua relação com Luke. Começam os dois a viver juntos, Lizzie descobre que nem sempre é fácil seguirmos os nossos sonhos e que por vezes temos que saber balançar o que amamos com aquilo que é necessário fazer. Basicamente neste segundo livro vemos uma Lizzie que aprende a lutar por aquilo que quer. Ao mesmo tempo começamos a ver que talvez Luke não seja bem o príncipe encantado que se acreditava. 

Este segundo livro será aquele onde mais revelações acontecem, descobrem-se verdades acerca da melhor amiga da Lizzie, a Shari. Revelações essas que achei um pouco caídas do nada, pelo menos para o leitor, visto que a própria Lizzie indica que pensando bem nas coisas já existiam indícios anteriores. Ao mesmo tempo descobre-se que o Chaz está apaixonado pela Lizzie, o que é um bocado estranho visto ao longo do primeiro livro e durante o segundo não existir qualquer indício de que este possa ter alguma pancada por ela, até porque na altura o Chaz tem namorada. Acho que a autora me teria convencido mais se tivessemos tido direito a momentos fofinhos que os aproximassem.

No terceiro e último livro continuamos a ver a evolução de Lizzie, não só como pessoa, mas também na sua carreira. O seu trabalho como recuperadora de vestidos de noiva vai de vento em popa, ao mesmo temo que cada vez mais pessoas pretendem criações dela. Ao mesmo tempo e apesar de estar noiva do Luke a verdade é que cada vez mais se afastam, o que acaba por deixar espaço para que a Lizzie pense se aquela relação tem futuro, principalmente depois de descobrir que o Chaz gosta dela. Foi interessante ver como a esta se debate até à última com os seus sentimentos, mas como acaba por aceitar que mudar não é mau e que temos que aceitar as mudanças que nós próprios sofremos. Que não vale a pena agarrarmo-nos a algo que um dia já foi o nosso ideal, mas que deixou de resultar. Mais vale abrir mão e procurar aquilo que atualmente nos faz felizes.

Um louvor MUITO especial para a avó da Lizzie. No geral os personagens são todos impecáveis e bastante bem caracterizados, mas a avó da Lizzie destaca-se a léguas. Uma senhora de 90 anos que tem uma língua bastante afiada, e uma paixão enorme por uma estrela de televisão e por álcool. Esta senhora é bastante perspicaz e inteligente, com conselhos bastante acertados, apesar de a forma como os transmite ser um bocado assustadora. Adorei a personalidade dela porque é toda para a frente e é impossível não sorrir sempre que ela entra em cena. Fiquei bastante comovida com o que aconteceu no final, mas foi um comovida no bom sentido, porque me fez perceber o quanto gostei desta personagem.

No geral foi uma série que adorei. Se a verdade é que após o primeiro livro fui spoilar-me e ia tendo uma apopléxia depois de descobrir determiandas coisas, a verdade é que consigo perceber o caminho que a autora tomou. Às vezes aquela pessoa que pensamos ser perfeita não o é, e acabamos por perceber que aqueles que realmente nos amam são aqueles que sempre estiveram tão perto de nós. Depois de ler os livros fiquei completamente rendida ao que a autora fez e nada chateada por ela ter tomado a decisão que tomou. Recomendo bastante.

domingo, 24 de julho de 2016

Opinião - Another Day

Ficha Técnica:
Autor: David Levithan
Série: Every Day, #2
Páginas: 300
Editor: Knopf Books for Young Readers
ASIN: B00QE1DLUA

Sinopse:
The eagerly anticipated companion to David Levithan’s New York Times bestseller Every Day

In this enthralling companion to his New York Times bestseller Every Day, David Levithan (co-author of Will Grayson, Will Grayson with John Green) tells Rhiannon’s side of the story as she seeks to discover the truth about love and how it can change you.

Every day is the same for Rhiannon. She has accepted her life, convinced herself that she deserves her distant, temperamental boyfriend, Justin, even established guidelines by which to live: Don’t be too needy. Avoid upsetting him. Never get your hopes up.

Until the morning everything changes. Justin seems to see her, to want to be with her for the first time, and they share a perfect day—a perfect day Justin doesn’t remember the next morning. Confused, depressed, and desperate for another day as great as that one, Rhiannon starts questioning everything. Then, one day, a stranger tells her that the Justin she spent that day with, the one who made her feel like a real person . . . wasn’t Justin at all.

Opinião:
E mais uma vez aconteceu. Uma série em que eu detestei o primeiro livro e adorei o segundo. Andava à imenso tempo para ler este livro, mas como tinha gostado tão pouco do primeiro estava complicado arranjar força de vontade para pegar neste. Entretanto por puro acaso e sem qualquer tipo de plano da minha parte peguei nele e acabei por gostar bastante.

Neste segundo livro é-nos contada a mesma história, mas do ponto de vista da Rhiannon. Gostei muito mais da maneira como ela conta a história, achei-a mais real e balançada. Ao mesmo tempo achei as lutas interiores da Rhiannon muito mais interessantes. A maneira como acredita que o que sente por Justin é amor e como não quer abrir mão disso, mas como ao mesmo tempo se começa a aperceber que pode existir mais e melhor do que aquilo que tem actualmente.

Gostei de ver como ela vai crescendo ao longo da narrativa e como tenta tornar-se numa pessoa melhor. Como tenta a todo o custo descascar os aparatos e concentrar-se apenas naquilo que é realmente A, mas ao não conseguir fazê-lo também admite a sua fraqueza e confronta A com o modo como se sente.

Gostei especialmente do final porque nos mostra um pouco mais para além daquilo que já conhecíamos do livro anterior. Ficamos a saber o que acontece depois da Rhiannon acordar, o que deixa o leitor curioso para saber o que virá a seguir. Será que Rhiannon consegue voltar a contatar A e que juntos vão conseguir arranjar uma solução para os seus problemas? O que será realmente A. Esperemos que estas questões sejam respondidas num terceiro, e último, livro.

sábado, 23 de julho de 2016

Opinião - Time's Legacy

Ficha Técnica:
Autor: Barbara Erskine
Páginas: 534
Editor: HarperTorch
ISBN: 0007302290

Sinopse:
Barbara Erskine returns with this beautiful and haunting tale of dark forces and mystical powers. In present-day Cambridge, Abi, a recently ordained priest of the Church of England, is appointed to a notoriously difficult parish. The priest in charge is the charismatic but fundamentalist Kier. He objects to her mysticism, her practice of healing in particular. When she sees a vision of a congregation in an old church, Kier accuses her of witchcraft, but Abi soon sees more visions; an entire Roman family history, dark with betrayal and a promise of bloody revenge. With foreboding forces building up to violence, Abi must battle the approaching terror along with her own personal demons, drawing upon the expertise of Druidry and shamanism from a questionable source!

Opinião:
Neste livro vamos novamente numa viagem ao passado. Abi é a personagem principal e é através das visões que esta tem que ficamos a conhecer uma família bem como outras personagens bastante interessantes que viveram no passado.

De uma maneira geral gostei da caracterização de todos os personagens. Apesar de achar que a maioria deles não se destacava em relação às suas características, a verdade é que todos eles são bastante coerentes e simpáticos, fazendo o leitor sentir-se descontraído durante a leitura. A excepção é Kier e Justin. O primeiro é um dos antagonistas do livro, o do presente, e o segundo é um druida com uma personalidade bastante particular.

Mais uma vez a autora conta a história do presente entrelaçada com a do futuro. O modo como a autora o faz é através de visões que Abi vai tendo e que se vão tornando cada vez mais assustadoras. Não só é interessante ir vendo o que vai acontecendo no passado, como as repercussões que o passado tem no futuro também cativam o leitor. Gostei de ver a maneira como Abi vai crescendo e vai aprendendo a lidar com as visões que tem. Ao mesmo tempo estas visões trazem-lhe informações que não são fáceis de aceitar e que vêm colocar em causa a sua fé. Existe uma grande evolução ao nível desta personagem relativamente à aceitação daquilo que lhe está a acontecer e a como lidar com isso. Em como aquilo que está a acontecer não é propriamente algo do demónio, mas sim algo importante e que faz parte do mundo que nos rodeia.

No geral foi uma história interessante e agradável. A única coisa que me chateou mais foi o facto de a autora uma vez mais usar o mesmo método para contar a história. a todo o momento havia aquela sensação de desconforto de estar novamente a ler algo que parecia já ter lido, não pela história em si, mas pela maneira como a autora nos faz chegar ao final. É tudo muito semelhante aos outros livros que já li dela e isso é algo desmotivador. Assim sendo tão cedo não devo voltar a ler algo da autora, para não enjoar.

sábado, 16 de julho de 2016

Opinião - Unlikely Allies

Ficha Técnica:
Autor: Tiffany King
Páginas: 268
Editor: Self-published
ASIN: B0094438AM

Sinopse:
Eighteen-year-old Kimberly gets the shock of her life when she learns the father she thought was dead is not only very much alive, but never even knew she existed. Angry with her mother for lying all these years, Kimberly flies to Colorado to meet the father she knows nothing about before heading off to college in the fall.

Her father’s world turns out to be nothing like she expected. Rather than the typical nine to five lifestyle, Kimberly’s father runs a summer foster camp that teaches young children skills to build their confidence and self-esteem. The Colorado Rocky Mountains are a different world than the sunny shores of California, taking Kimberly completely out of her element, and causing her to second-guess her spur of the moment decision.

Never being one to quit anything, Kimberly is determined to show her father that a surfer girl can fit into this rugged mountain wilderness. That is if she can deal with Mason, an arrogant nineteen-year-old guy who has made it his mission to point out every mistake she has made since her arrival. While she would love nothing more than to rub it in his know-it-all face, Kimberly can’t deny the feelings he stirs up inside her, or the chemistry between them, even during their verbal assaults.

When a tragic accident leaves them stranded in the mountains, Kimberly must use her shaky skills to save Mason and survive the elements. Suddenly, fighting is the last thing on their minds as they must rely on each other if they want to live. In their struggle for survival, they realize what they thought they knew about each other isn’t true after all.

Opinião:
Descobri este livro através das sugestões do Goodreads e a sinopse deixou-me de tal modo cativada que tinha que o ler o mais breve possível. Durante o tempo que estive à espera acho que deixei as minhas expectativas crescerem mais do que aquilo que devia, o que levou a que no final do livro me sentisse algo desiludida.

Gostei muito da personalidade da Kimberly, ou pelo menos a postura que esta adopta quando confrontada com o Mason. Bastante respondona e irónica. A maneira como ela lida com a animosidade mútua é bastante engraçada, ao mesmo tempo que tenta perceber porque raio o coração dela dá umas quantas cambalhotas sempre que pensa nele. Ao mesmo tempo achei que em certos aspectos a Kimberly era uma representação bastante fiel de uma rapariga de 18 anos, com as suas dúvidas e receio, e acredito que se me tivesse acontecido o mesmo que lhe aconteceu, descobrir que a mãe lhe mentiu durante 18 anos a minha atitude teria sido bastante semelhante.

Gostei bastante das personagens secundárias, o pai da Kimberly é fantástico e vê-se que gosta realmente dela e que a quer conhecer melhor. Ver a sua relação de pai e filha desenvolver-se foi simplesmente uma delícia. Já a Amy é uma rapariga cheia de energia e é impossível não nos sentirmos electrificados cada vez que ela entra em cena. Ao mesmo tempo achei intrigante a finalidade do parque Unlikely Allie, onde crianças que estão dentro do sistema de acolhimento vão passar as suas férias. São-nos apresentados alguns personagens com diferentes histórias, diferentes posturas. De alguns ficamos a conhecer um pouco da sua história e parte-me o coração pensar naquilo que lhes aconteceu, algo que acredito que seja real e que possa acontecer a qualquer criança.

Quanto ao Mason, vê-mos muito pouco dele na maior parte do livro. Talvez seja por isso que ele não me convenceu. De um momento para o outro ele e a Kimberly andam às cabeçadas para depois andarem aos beijos. Não é que tal não possa acontecer, e foi fácil perceber onde a autora queria chegar. Só achei que foi tudo muito repentino e que a autora não soube trabalhar os acontecimentos, nem justificar devidamente as acções de cada personagem. Isto foi o que menos gostei na história, a relação que a autora criou para a Kimberly e o Mason e a maneira como ela se desenvolveu. O mesmo aconteceu com a relação que o pai da Kimberly e a mãe acabam por desenvolver. Tudo bem que vários meses passaram entre os acontecimentos a que me refiro, mas não foi possível ao leitor seguir as mudanças. Num momento estava tudo errado e no outro tudo certo. Ao mesmo tempo não me parece credível que aquilo que separou pai e filha pudesse ser justificado tão facilmente.

Para finalizar não gostei do modo como a autora lidou com as adversidades que o Mason e a Kimberly tiveram que enfrentar. Não consigo acreditar que estando os dois no estado em que estavam fosse possível estarem os dois a pensar na sua relação e a pensar em andarem aos beijinhos. Ao menos a autora conseguiu surpreender-me com a decisão que tomou e que tornou o final de certo modo agridoce.

É um livro fácil de ler e agradável para se passar o tempo, mas sinceramente estava à espera de um pouco mais e sem dúvida que já li melhor dentro do género.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Opinião - Outrun the Moon

Ficha Técnica:
Autor: Stacey Lee
Páginas: 400
Editor: G.P. Putnam's Sons Books for Young Readers
ASIN: B014QKIDO4

Sinopse:
From the author of the critically acclaimed Under a Painted Sky, an unforgettable story of determination set against a backdrop of devastating tragedy. Perfect for fans of Code Name Verity.

San Francisco, 1906: Fifteen-year-old Mercy Wong is determined to break from the poverty in Chinatown, and an education at St. Clare’s School for Girls is her best hope. Although St. Clare’s is off-limits to all but the wealthiest white girls, Mercy gains admittance through a mix of cunning and a little bribery, only to discover that getting in was the easiest part. Not to be undone by a bunch of spoiled heiresses, Mercy stands strong—until disaster strikes.

On April 18, an historic earthquake rocks San Francisco, destroying Mercy’s home and school. With martial law in effect, she is forced to wait with her classmates for their families in a temporary park encampment. Mercy can't sit by while they wait for the Army to bring help. Fires might rage, and the city may be in shambles, yet Mercy still has the 'bossy' cheeks that mark her as someone who gets things done. But what can one teenaged girl do to heal so many suffering in her broken city?

Breakout author Stacey Lee masterfully crafts another remarkable novel set against a unique historical backdrop. Strong-willed Mercy Wong leads a cast of diverse characters in this extraordinary tale of survival.

Opinião:
Outrun The Moon é basicamente uma história sobre discriminação, mas ao mesmo tempo sobre aceitação. A personagem principal desta história é Mercy, uma rapariga que vive em Chinatown e que para fugir à pobreza e poder ajudar a família decide arranjar maneira de entrar na escola de St. Clare. Depois de lá estar acaba por descobrir que nem tudo o que parece é, e que apesar de estar numa escola para pessoas brancas a realidade é que os ensinamentos que lhe são dados não passam de actividades que na sua opinião são redundantes para aquilo que ela quer fazer.

Mercy acaba por fazer bons amigos, mas também encontra a sua nemésis. Foi interessante ver a sua relação tanto com os seus amigos como com a sua "inimiga". Mais interessante foi ver como cada um reagia à sua etnia e como deixava as suas acções serem guiadas por ela. Não posso deixar também de referir a relação de Mercy com os seus pais e irmão. Mercy é a coisa mais doce quando está com o seu irmão, o que é uma diferença bastante acentuada daquilo que vamos vendo ao longo do livro. Mercy é uma líder nata, não tem medo das consequências e luta por aquilo que quer. É esta sua personalidade que acaba por levar a que muita gente se reúna à sua volta quando o desastre acontece.

Voltando um pouco atrás, adorei a mãe de Mercy. O facto de ser uma personagem misteriosa e que fala de maneira enigmática desperta grande curiosidade no leitor. Foi uma pena o que acabou por acontecer, mas acho que de certa forma era inevitável. Ao mesmo tempo não posso deixar de referir a Elodie, a "vilã" da história. Ela tem uma personalidade implacável, mas ao mesmo tempo é quem a sociedade fez dela. E no fim acaba por ceder um pouco. Acho que foi uma personagem bastante importante na história e que contribui imenso para o desenvolvimento da Mercy. E já referi o romance entre a Mercy e o seu prometido? É a coisa mais inocente e mais pura e é tão fofo que é impossível uma pessoa não ficar derretida.

A única coisa que me fez alguma comichão foi o facto de ao ler a sinopse ficar com a ideia de que o terramoto seria algo que iria acontecer logo ao início do livro quando na realidade só a meio é que acontece. Fiquei um bocadinho desmotivada por isso, mas nada que me estragasse propriamente a leitura. E depois foi sempre tudo tão rápido e cheio de emoções e acontecimentos... A união das pessoas, a aceitação que vai crescendo aos poucos, a entreajuda. Foi algo realmente magnífico de se ver. Infelizmente tal como na vida real nem tudo dura para sempre.

Um livro que gostei bastante. Com certeza irei experimentar outros livros da autora no futuro.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Opinião - O Segredo da Minha Irmã

Ficha Técnica:
Autor: Diane Chamberlain
Título Original: The Silent Sister
Páginas: 384
Editor: TopSeller
ISBN: 9789898491749
Tradutor: Maria do Carmo Figueira

Sinopse:
Uma perda devastadora. Um segredo escondido durante mais de 20 anos. Mas… estará a verdade prestes a emergir?
Depois da morte do pai, Riley MacPherson regressa a casa para organizar as cerimónias fúnebres e tratar da divisão dos bens. No entanto, em vez de conseguir fechar um ciclo doloroso e encontrar a tranquilidade de que tanto precisa, Riley depara-se com a possibilidade de, afinal, ter sido adotada.
Teria, realmente, vivido 25 anos a acreditar numa mentira? Que outras revelações estarão ali, prontas para serem descobertas? Confusa e sedenta de respostas, inicia uma investigação arriscada para encontrar toda a verdade sobre a sua origem. Uma busca emocionante que acaba por desenterrar informações e factos misteriosos acerca da sua irmã Lisa, uma violinista-prodígio que, dizem, teria cometido suicídio há mais de 20 anos.
À medida que as peças do puzzle se encaixam, Riley percebe que nada é o que parece. Resta saber se estará preparada para a verdade e se será capaz de a aceitar de braços abertos.
Uma história arrebatadora, com personagens apaixonantes e reviravoltas inesperadas. Um enredo misterioso que nos prende a cada virar de página.

Opinião:
Neste livro ficamos a conhecer a história de Riley. Após a morte do seu pai Riley tira férias de modo a conseguir organizar tudo aquilo que o pai deixou para trás. Assim sendo Riley volta para a casa da sua infância onde aos poucos vais descobrindo que aquilo que sabe acerca de determinados acontecimentos não é a verdade.

Os personagens que dão vida à narrativa são bastante variados. Riley é alguém positivo, que tenta a todo o custo aproximar-se do irmão e tornar a sua vida melhor. Ao mesmo tempo é alguém que tenta chegar à verdadeira história acerca da morte da sua irmã. Riley é alguém cheia de força de vontade, que não se deixa abater pelas diversas tentativas falhadas, nunca desistindo de lutar por aquilo que acredita. Em contrapartida o seu irmão, Danny, é alguém completamente destruido, que vive diaramente com fantastamas que não o deixam dormir descansado. É no decorrer da narrativa que percebemos que a maior parte desses fantasmas não está relacionado com a guerra em que participou, mas sim com aquilo que sofreu enquanto criança após a morte de Lucy.

Outros personagens interessantes são, Jeannie, a melhor amiga da já falecida mãe de Riley, e namorada do pai de Riley. Ao início foi difícil gostar dela. Achei-a demasiado intrometida, sempre a tentar forçar Riley a avançar no processo de se desfazer as coisas so pai, sem lhe dar tempo para respirar. Sempre a agir como se a casa lhe pertencesse e ela é que soubesse o que era melhor para Riley. Contudo após algumas revelações consegui perceber o porquê de ser assim, e passei a gostar bastante dela. Também Lucy, a irmão de Riley é uma voz interessante. Uma autêntica lutadora. A meio do livro ficamos a conhecer o que lhe aconteceu através de uma visita ao passado contada pelos seus próprios olhos. As decisões que tomou na vida não foram fáceis. E em certa medida se calhar foi mais feliz do que aquilo que merecia. Mas fiquei contente que tivesse uma segunda oportunidade.

No geral foi uma história interessante, com os seus momentos intrigantes. As questões colocadas, o modo como as respotas são obtidas, tudo isso contribui para o mistério que rodeia a morte de Lucy e para prender o leitor do início ao fim da narrativa. Contudo achei que o final foi muito fácil de se resolver. Teria gostado de um pouco mais de drama, um pouco mais de tempo para que a família se pudesse reconciliar. Achei tudo muito apressado e não senti uma verdadeira conexão entre Riley e Lucy.

Uma leitura agradável e interessante para quem gosta deste tipo de livros.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Opinião - Um, Dó, Li, Tá

Ficha Técnica:
Autor: M. J. Arlidge
Título Original: Eeny Meeny
Páginas: 336
Editor: Topseller
ISBN: 9789898626783
Tradutor: Rui Azeredo

Sinopse:
DOIS REFÉNS. UMA BALA. UMA DECISÃO TERRÍVEL. SACRIFICARIA A SUA VIDA PELA DE OUTRA PESSOA?

Uma jovem rapariga surge dos bosques após sobreviver a um rapto aterrador. Cada mórbido pormenor da sua história é verdadeiro, apesar de incrível. Dias mais tarde é descoberta outra vítima que sobreviveu a um rapto semelhante.

As investigações conduzem a um padrão: há alguém a raptar pares de pessoas que depois são encarcerados e confrontados com uma escolha terrível: matar para sobreviver, ou ser morto.

À medida que mais situações vão surgindo, a detetive encarregada deste caso, Helen Grace, percebe que a chave para capturar este monstro imparável está nos sobreviventes. Mas a não ser que descubra rapidamente o assassino, mais inocentes irão morrer?

Um jogo perigoso e mortal num romance de estreia arrebatador e de arrasar os nervos, que lembra filmes como Saw, Enigma Mortal e A Conspiração da Aranha.

Opinião:
Tenho andado numa fase menos boa no que toca a leituras. A vontade de ler existe e ao mesmo tempo não existe, devido ao tempo reduzido e cansaço e à consequente vontade de não fazer nada. Por isso, e como me apetecia pegar em algo diferente do habitual, e ainda para mais o autor deste Um, Dó, Li, Tá ia estar presente na Feira do Livro de Lisboa deste ano, resolvi aventurar-me nesta leitura.

Não tenho grandes conhecimentos nesta área da literatura, já que ainda não tinha lido nenhum thriller/policial, destes que têm andado na berra, tendo-me apenas dedicado a policiais mais clássicos, estilo Agatha Christie. No entanto, daquilo que pude apreciar neste livro, parece-me um género interessante, com uma componente mais obscura e psicológica, que merece que lhe dedique mais tempo e atenção.

Gostei do que li, embora ache que teria apreciado melhor a leitura se tivesse estado num mood mais adequado. Gostei da forma como a história nos é contada, cheia de mistério, revelando informações e detalhes importantes de forma gradual, de modo a que possamos ir juntando as peças e construindo o puzzle. 
As próprias personagens também estão envoltas em sombras, pois pouco vamos sabendo delas, o que se por um lado nos aguça a curiosidade para saber mais e o porquê de agirem de determinado modo, por outro, não nos permite estabelecer uma ligação com as mesmas.

Para além disso, devo dizer que gostei muito de ler os capítulos soltos e misteriosos, que iam aparecendo aqui e ali, ao longo da narrativa. Capítulos esses claramente decorridos no passado e que só podem pertencer à mente doente do(a) assassino(a). Os capítulos pertencentes às vítimas, antes e depois do rapto, são também bastante vívidos e intensos, um verdadeiro relato de como pode ser rápida a degradação do ser humano e da sua humanidade.

Um, Dó, Li, Tá foi uma leitura que me agradou, algo sombria e com momentos surpreendentes, que facilmente cativa e mantém o leitor interessado. Uma leitura que imprime a vontade de ler M. J. Arlidge uma vez mais.