quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Peek-a Book (Joana) - Sensibilidade e Bom Senso




Ficha Técnica:
Autor: Jane Austen
Título Original: Sense and Sensibility
Páginas: 360
Editor: Presença
ISBN: 9789722355445
Tradutor: João Martins

Sinopse:
Sensibilidade e Bom Senso apresenta-nos os retratos subtis das irmãs Dashwood, com temperamentos contrastantes mas igualmente encantadores. Elinor é regida pelo bom senso, pela razão, e esconde cuidadosamente as suas emoções. Marianne é dominada pela paixão, pela sensibilidade, e expõe-se sem reservas aos sentimentos mais intensos. Quando ambas se apaixonam e vivem o arrebatamento e a dor do amor, compreendem que é no ponto de equilíbrio entre a sensibilidade e o bom senso que poderão encontrar a felicidade pessoal. Através deste paralelo, a autora oferece-nos uma análise poderosa da forma como a vida das mulheres era moldada na sociedade das classes média e alta na Inglaterra do século XVIII, numa comédia de costumes iluminada pela ironia e o humor.

Opinião:
Este livro foi uma autêntica guerra para ler. Durante o mês passado andei num completo slump literário, o que significa que não tinha vontade de pegar no que quer que fosse e quando conseguia pegar lia meia dúzia de páginas e desistia. Ainda por cima comecei por ler o livro em inglês e senti-me completamente perdida. Estou mais que habituada a ler em inglês, já li vários livros da Jane Austen em inglês, mas desta vez dava por mim a ter que ler três e quatro vezes a mesma passagem até a conseguir perceber e interiorizar. 

Finalmente desisti simplesmente do livro e decidi dar-me tempo para me elevar do maldito slump. Quando achei que a coisa estava a melhorar decidi optar por ler o livro na versão portuguesa e a partir daí as coisas começaram a melhorar consideravelmente. Não considero que tenha sido um dos melhores livros que li dela, mas penso que isso se deva principalmente ao meu estado de espírito. Achei que a linguagem empregue e as construções frásicas eram mais complexas que os livros anteriores que li dela. Isso, aliado ao slump levou a que perdesse interesse na história porque parecia que a mesma não fluía.

De resto, achei que a história e os personagens são do tipo a que a autora já nos habituou. No geral, e tirando o Ema, os personagens desta autora são bastante cativantes e interessantes, a história em si incorpora várias críticas à sociedade e não deixam de existir momentos hilários ao longo da narrativa.

As personagens principais, Elinor e Marianne, são completamente diferentes na sua maneira de estar na vida e na maneira como lidam com as diferentes situações. Elinor é uma pessoa recatada e que presa o intelecto acima de tudo. Alguém que não se deixa governar pelos seus sentimentos e que apresenta sempre uma fachada de decoro. Ao mesmo tempo é bastante inteligente e acha que é sua obrigação carregar todos os males dentro de si sem causar preocupações aos demais. Já Marianne é completamente o oposto. Se está feliz ri, se está triste chora. Todas as emoções são vividas ao extremo com ela, sem que esteja preocupada com ser recatada ou com o decoro. Para Marianne o mais importante são as emoções e alimenta-se delas como se não houvesse amanhã.

É então assim que observamos a diferente maneira com que estas irmãs lidam com os seus romances e as suas desventuras. Apesar de ser uma pessoa um pouco mais parecida com Marianne em certos aspectos, fui muito mais tocada pela dor de Elinor. Havia alturas em que pensava: "vai dar porcaria e é bem feita para não seres tontinha Marianne."

Não posso deixar de referir os personagens secundários, principalmente o bem disposto John Middleton, que só se sente bem rodeado de gente e a tentar ajudar os outros, e a Mrs. Jennings, que está sempre a tentar descobrir o que se passa, e sempre a coscuvilhar e a colocar hipóteses que rapidamente descarta, ao mesmo tempo que adora deixar as pessoas desconfortáveis com as suas observações. Contudo quando algo de mal realmente acontece tenta ajudar o mais que pode e preocupa-se realmente com as pessoas com quem se dá.

No geral as restantes personagens são bastante fúteis, mesquinhas, desprovidas de carácter, completamente manipuladoras ou completamente manipuladas. Não se aproveita quase ninguém daquela grande quantidade de gente. Mas o mais engraçado é que todos eles se adoram e de certo modo desdenham as irmãs Dashwood. Parece que desde sempre ser uma pessoa em condições não é um grande atractivo.

Apesar de ter gostado do livro, pensei vir a gostar mais. Existem outras obras da autora que me deixaram muito mais cativada. Contudo para quem gosta deste tipo de romances será um a não perder.

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