domingo, 31 de maio de 2015

Opinião - Ash

Ficha Técnica:
Autor: Malinda Lo
Páginas: 284
Editor: Little, Brown Books for Young Readers
ASIN: B002L4EXMO

Sinopse:
Cinderella retold

In the wake of her father's death, Ash is left at the mercy of her cruel stepmother. Consumed with grief, her only joy comes by the light of the dying hearth fire, rereading the fairy tales her mother once told her. In her dreams, someday the fairies will steal her away, as they are said to do. When she meets the dark and dangerous fairy Sidhean, she believes that her wish may be granted.

The day that Ash meets Kaisa, the King's Huntress, her heart begins to change. Instead of chasing fairies, Ash learns to hunt with Kaisa. Though their friendship is as delicate as a new bloom, it reawakens Ash's capacity for love-and her desire to live. But Sidhean has already claimed Ash for his own, and she must make a choice between fairy tale dreams and true love.

Entrancing, empowering, and romantic, Ash is about the connection between life and love, and solitude and death, where transformation can come from even the deepest grief.

Opinião:
Um retelling da Cinderela? Interessante. Com um triângulo amoroso? Huuuum.... E um dos lados é lésbico? Pode funcionar muito bem ou muito mal. Tendo em conta que só a meio do livro é que me apercebi desta situação diria que algo não podia estar lá muito bem...

A história que nos é apresentada é em tudo semelhante ao original, o twist está no facto de meter fairies e uma relação lésbica. Comecemos pelo que a história tem de melhor. A escrita da autora. Adorei a maneira de escrever dela, como ela nos conta a história. A autora tem bastante capacidade para descrever os momentos mais tristes e introvertidos de Ash, as suas descrições são também cativantes e os personagens são interessantes q.b. Contudo é sem dúvida a melodiosidade da sua escrita que cativa o leitora do início ao fim da narrativa.

Gostei da personalidade dos personagens que nos eram apresentados, de Ash, da Madrasta e das duas irmãs, bem como de Sidhean. Kaisa já não foi capaz de me cativar por aí além. A autora fez um bom trabalho a descrever as diferentes fases pelas quais Ash passava ao longo do seu crescimento tanto exterior como interior. Sendo que começamos por ver alguém completamente destruído e que acaba por começar a perceber o quão importante é a vida.

Sendo que o livro se baseia maioritariamente nas interacções entre Ash e Sidhean e Ash e Kaisa senti que a relação entre as duas últimas deixou muito a desejar. Enquanto a autora consegue transmitir uma relação estável e é fácil perceber que Ash se sente ligada a Sidhean, que retira força dos momentos que passa com ele e que gosta genuinamente dele o mesmo não se passa com Kaisa. Efectivamente é bastante perceptível que Kaisa exerce um certo fascínio sobre Ash, mas nunca diria que esse fascínio seria amor. Ao longo de todo o livro senti que era o fascínio que alguém tem para com uma pessoa interessante e cativante e não necessariamente alguém por quem nos sentimos atraídos.

Outra falha que encontrei no livro foi o facto de a autora nos dar determinadas informações, mas depois não explica nada. Faz com que o mundo que criou pareça pouco real, um pouco mal amanhado porque ficamos sem perceber exactamente o porquê de ela prestar determinadas informações que ao não serem desenvolvidas não contribuem em nada para a história e ainda deixam o leitor mais confuso...

Este é um livro que me deixou algo dividida, se por um lado gostei bastante da voz da autora, por outro a história em si mostrou algumas falhas difíceis de ignorar. Possivelmente será uma autora a que poderei retornar um dia com títulos mais recentes e possivelmente com uma história mais coerente.

Sunday's Quotes (94)

“Perfect… is a moment. Not a life. You don’t get to perfect with long conversations and a shitty job and a high school sweet heart. Perfect comes, and it goes. Perfect is a moment. It comes, you make the most of it, and then you let it go” ―  JD Hawkins

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Opinião - Um Estranho Lugar Para Morrer

Ficha Técnica:
Autor: Derek B. Miller
Título Original: Norwegian by Night
Páginas: 303
Editor: ASA
ISBN: 9789892328591
Tradutor: Tânia Ganho

Sinopse:
Sheldon, um judeu americano, parece ter chegado ao fim da linha. É viúvo, tem 80 anos, e revela sinais de demência. A filha, preocupada, decide levá-lo para Oslo, onde vive com o marido. Um dia, quando o deixa sozinho no apartamento, Sheldon ouve ruídos na escada. Percebe que é uma vizinha a ser perseguida, a tentar proteger desesperadamente um filho pequeno. A mulher acaba por ser morta selvaticamente. Mas o octogenário consegue, in extremis, esconder a criança dos perseguidores. É o ponto de partida de um romance onde tudo nos surpreende. Aos poucos, juntamos as peças do puzzle. Sheldon é afinal um exveterano da Guerra da Coreia, que há décadas vive num secreto inferno, a tentar expiar um crime involuntário. Num último esforço para se redimir, assume como missão salvar o filho da vizinha. Numa terra desconhecida para ambos, começa uma fuga épica, que os levará aos confins da Noruega – e uma perseguição implacável,movida por um gangue kosovar. Um estranho lugar para morrer, considerado o melhor romance do ano por uma série de publicações, desafia qualquer definição.
O ritmo e a tensão absolutamente sufocantes remetem para o thriller moderno, do mais fino recorte escandinavo. Mas o autor, um ativista do desarmamento e dos direitos humanos, usa a dramática epopeia de Sheldon para pôr a nu a violência latente na cultura ocidental.

Opinião:
Este é um livro estranho. Cheio de personagens pouco comuns e realidades com que normalmente não somos confrontados.

Sheldon é efectivamente um viúvo judeu americano que lutou na Guerra da Coreia apesar de nenhum familiar acreditar nele. É também alguém que efectivamente começou a sofrer de demência devido a todas as perdas que teve de sofrer ao longo da vida. Contudo é também alguém extremamente inteligente e lúcido, que ainda tem muito para dar e capaz de tudo para expiar aquilo que considera ser o seu pior pecado.

Ao longo da narrativa vamos seguindo vários personagens, alguns deles são importantes para nos ajudar a caracterizar Sheldon, outros são importantes para nos contextualizar no porquê dos acontecimentos e outros ainda são importantes para pintar o quadro do que é a Noruega na altura em que a história se passa. Contudo a maior dos acontecimentos são contados do ponto de vista de Sheldon. Através dele ficamos a saber o que se está a passar no presente, mas também o que lhe aconteceu no passaso que o leva a recordar determinados acontecimentos e a falar com os mortos.

Esta foi sem dúvida uma das partes que mais gostei na história, a parte em que ele desce à demência e fala com os mortos. O autor faz-nos acreditar de cada vez que estamos a ter vislumbres de conversas passadas quando na realidade tudo se passa no presente. Além disso o autor consegue tornar a viagem interior de Sheldon tão interessante como a que ele faz através da Noruega à procura de um lugar onde se poderá abrigar com a criança. Foi extremamente gratificante ver um homem de 82 anos que toda a gente julga não ter nada para dar conseguir manter-se escondido e avançar sem ser descoberto a não ser quando quis.

Apesar de ser um livro bastante bom, com uma prosa cativante a verdade é que é um livro de progresso algo moroso, a própria linguagem e desenrolar do livro leva a que assim seja. Este não é um ponto mau, até porque permite ao leitor apreciar melhor a narrativa. Existiram sim alguns pontos mais fracos no livro, nomeadamente determinadas informações que poderiam ter sido melhor trabalhadas. No final não se mostraram essenciais para o fechar da acção, mas teria sido interessante perceber melhor o que motivava determinados personagens.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

terça-feira, 26 de maio de 2015

Opinião - Masquerade

Ficha Técnica:
Autor: Nyrae Dawn
Páginas: 352 (Kindle Edition)
Editor: Headline Eternal
ASIN: B00DS9G0E0

Sinopse:
After his father is put in prison for murder leaving his mother suicidal, Maddox Cross is left in Brenton, Virginia, without his sister, Laney, and a future in football. At a loss with what to do with his life, the one thing he has found is tattooing, and when he meets a feisty young woman in the club where he works security, he has no idea that she might change his life forever.

Bee Malone has just moved to Brenton to open her first tattoo parlor, Masquerade. Despite her success, nothing is as it seems. After being kidnapped at a young age, Bee struggles to be the daughter her parents lost, and can’t let go of the ‘parents’ who raised her. When she meets Maddox, there’s an instant attraction that leaves Bee wanting to connect with him in more ways than one.

Once Maddox finds out about Masquerade, he wants nothing more than to join Bee. But letting him in means Bee must figure out who she is, and this is something she’s not ready for. Maddox and Bee are forced out of their comfort zones as they lean on each other more and more.

Will their stubborn nature tear them apart? Or push them closer together?

Opinião:
Este foi o livro que mais gostei da trilogia. Aquele em que a relação dos protagonistas me pareceu mais natural.

Neste livro ficamos a conhecer melhor Maddox e é nos apresentada Bee, a protagonista feminia. Tenho desde já a dizer que foi uma agradável surpresa descobrir que o Maddox sabe desenhar e tem a paixão das tatuagens. Do livro anterior ninguém diria tal coisa. A única coisa que se sabe de Maddox é que ele adorava futebol, além de amar incondicionalmente a irmã e estar lá sempre que ela precisa. Vê-se também que Maddox é uma pessoa bastante fechada, que não dá larga aos sentimentos e que vive numa completa revolta não se sabe bem com o quê.

Foi interessante ficar a conhecer mais profundamente Maddox e as implicações que aquilo que o seu pai fez teve na sua vida. Apesar de eu não conseguir perceber o porquê do Maddoz se culpar por determinadas coisas, a verdade é que a autora fez um trabalho bastante bo. Mesmo não conseguindo perceber muito bem a tortura em que Maddox se coloca a verdade é que é fácil de perceber e plausível a maneira como ele age, a maneira como esse seu pensamento afecta as suas decisões e a sua maneira de estar para com os outros. Bee tem também problemas em mostrar os seus sentimentos e em tornar-se intima de alguém, mas por motivos bastante diferentes de Maddox. Digamos que com o que lhe aconteceu é fácil uma pessoa sentir-se perdida, sem saber quem é e com imensa dificuldade em perceber o que é amar se o amar que ela conhece parece tão errado.

É verdade que as personagens me cativaram bastante, mas o que mais gostei foi sem dúvida o caminho que estas fazem ao longo da narrativa. É impossível não perceber o crescimento de ambos à medida que a história se desenvolve. A autora fez um excelente trabalho e nada parece forçado, rápido, ou que pelo contrário se arrasta. Muito pelo contrário. A autora conseguiu encontrar um equilíbrio perfeito para o desenvolvimento dos personagens e ao mesmo tempo para o desenvolvimento dos seus sentimentos. É fácil sentir a ligação que há entre Maddox e Bee através dos momentos intensos que vão ocorrendo ao longo da narrativa e também através daqueles não sendo intensos mostram momentos de entendimento e de conecção.

Este foi um livro que me surpreendeu pela positiva e que me deixou bastante satisfeita por ter dado uma hipótese a esta série. Tenho todo o interesse em continuar a ler obras desta autora pois até agora tenho ficado sempre satisfeita com os seus trabalhos.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Opinião - A Lista de Prioridades

Ficha Técnica:
Autor: David Menasche
Título Original: The Priority List
Páginas: 224
Editor: Nascente
ISBN: 9789896684044
Tradutor: Susana Valdez

Sinopse:
O professor David Menasche tinha 34 anos quando lhe foi diagnosticado um tumor cerebral. Durante 6 anos submeteu-se a diversos tratamentos, na esperança de ultrapassar a doença.
Até ao dia em que ficou paralisado de um braço e praticamente cego. Perdeu uma parte da memória e, pior, perdeu a capacidade de ensinar. Naquela que seria a decisão mais dolorosa da sua vida, abandonou o ensino e os seus alunos.

No entanto, convicto de que queria viver o tempo que ainda lhe restava com dignidade e autonomia, David Menasche interrompeu os tratamentos e partiu numa viagem inspiradora pelos EUA, levando apenas a sua bengala e, às costas, a sua mochila.
Acolhido por antigos estudantes seus, ultrapassou obstáculos, viveu experiências memoráveis, aprendeu lições de valor incalculável e tornou-se, ele próprio, um aluno.
O cancro acabaria por vencer a batalha, mas ele nunca deixou, verdadeiramente, de viver.

Opinião:
Este é um livro que parece bom de mais para ser verdade. Isto na medida em que ao longo da minha vida eu tive realmente professores simpáticos e com quem me dava bem. Mas acho que nunca encontrei nenhum que tivesse a capacidade de me fazer sentir da maneira que os alunos de Menasche se sentiram durante as suas aulas. Ele é descrito como o professor ideal, e como eu nunca encontrei nenhum assim, os que apanhei tinham sempre algo em falta, torna-se difícil acreditar nesta pessoa que nos é apresentada.

De qualquer modo este é um livro de força e superação. Esta pessoa que vê o seu sonho de ensinar, de inspirar pessoas ser destruído pelo cancro aprende que apenas agarrando o momento somos capazes de viver a vida da forma que ela merece. Que em vez de sobrevivermos devemos viver o tempo que temos disponível.

Menasche ao aperceber-se desta situação decide fazer uma viagem onde vai visitar os seus estudantes, ver de que forma os inspirou e como é que isso afectou as suas vidas. Acaba por perceber que muitos deles, se não a maioria, saiu-se bastante bem. Muitos deles devido ao comportamento que Menasche teve para com eles quando eram apenas adolescentes influenciáveis. A maneira como este encontrou para perceber os seus alunos foi através da lista de prioridades, algo que cada um de nós devia ter a sensatez de fazer de vez em quando de modo a tentar perceber em que ponto da vida estamos.

Este livro mostra-nos também que apesar da nossa condição física o nosso estado de espírito é importante quando se trata de viver o melhor que conseguimos. Apesar de todas as dificuldades ao início, e das demais que vão aparecendo ao longo da sua viagem, Menasche não desiste e vai aprendendo algumas lições ao longo do seu caminho. Nomeadamente que não é vergonha aceitar ajuda de outras pessoas, mas que é uma bênção ter quem se preocupe connosco e devemos agradecer de todo o coração às pessoas que só nos querem ver bem. O orgulho não é uma coisa bonita, e em caso de necessidade devemos aprender a ser humildes.

Ao longo da narrativa vamos ainda sendo presenteados com pequenos textos escritos ou ditados pelos antigos alunos de Menasche e que são mais concretos e directos na forma como explicam de que forma o seu professor os tocou.

Apesar de a mim todo o livro me ter parecido um pouco surreal, a verdade é que é um livro interessante e com uma mensagem que não deixa de ser bonita e actual.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

domingo, 17 de maio de 2015

Sunday's Quotes (92)

“You cannot take what you have not given, and you must give yourself. You cannot buy the Revolution. You cannot make the Revolution. You can only be the Revolution. It is in your spirit, or it is nowhere.” ―  Ursula K. Le Guin, The Dispossessed

sábado, 16 de maio de 2015

Opinião - Eleanor & Park

Ficha Técnica:
Autor: Rainbow Rowell
Título Original: Eleanor & Park
Páginas: 336
Editor: Chá das Cinco
ISBN: 9789897101229
Tradutor: Susana Serrão

Sinopse:
Dois inadaptados. Um amor extraordinário.

Eleanor... é uma miúda nova na escola, vinda de outra cidade. A sua vida familiar é um caos; sendo roliça e ruiva, e com a sua forma estranha de vestir, atrai a atenção de todos em seu redor, nem sempre pelos melhores motivos.
Park... é um rapaz meio coreano. Não é propriamente popular, mas vestido de negro e sempre isolado nos seus fones e livros, conseguiu tornar-se invisível. Tudo começa a mudar quando Park aceita que Eleanor se sente ao seu lado no autocarro da escola.
A princípio nem sequer se falam, mas pouco a pouco nasce uma genuína relação de amizade e cumplicidade que mudará as suas vidas. E contra o mundo, o amor aparece. Porque o amor é um superpoder.

Opinião:
Este é um dos romances mais fofinhos entre adolescentes que eu li até hoje. Além disso é também uma história com, digamos, história. Pode-se dizer que o livro não se foca apenas na relação entre estes dois personagens, mas em tudo o que faz parte da vida deles.

Esta é uma história simples, escrita de uma maneira simples. Não existem subterfúgios ao longo da história, as coisas são como são e a autora vai-nos apresentando as diversas informações e acontecimentos de uma forma clara e directa.

Gostei bastante do ambiente da história, em que os walkmans ainda mandavam no mercado e não havia telemóveis. Lembro-me bastante bem de ainda gravar as minhas playlist em cassetes e de combinar uma hora ao telefone com as minhas amigas para podermos falar, apesar de isto já ter sido nos anos 90 e não nos anos 80.

Quanto aos personagens, achei-os adoráveis. A Eleanor é uma rapariga cheia de força que faz o melhor que pode com a sua situação familiar. Como é óbvio tudo aquilo porque passa não deixa de a afectar, levando a que se torne numa pessoa insegura e algo fechada. Contudo é também alguém que nunca baixa os braços e cabeça e se esforça por seguir em frente. Já o Park acaba por ter a vida familiar ideal, em que os pais se amam e estão lá para os filhos sempre que é preciso. Por um lado isso também mexe com Park porque de certa forma o impede de perceber quem é e agir de acordo com isso.

Terem-se conhecido foi a melhor coisa que poderia ter acontecido a ambos. A sua relação desenvolve-se através de pequenas acções que ao início nem sequer usam de palavras, até ao momento em que estão tão embrenhados um no outro que nada mais interessa. A maneira como a relação de ambos os afecta é positiva, aos poucos Eleanor começou a aceitar-se melhor a si mesma e a perceber que realmente pode existir amor entre dois indevidos sem que haja necessidade de se magoarem. Já Park encontrou em Eleanor a força para começar a fazer aquilo que quer e assim começar a traçar a sua personalidade.

Quanto aos outros personagens, é triste ver como uma relação dominada pela força pode ser tão destrutiva tanto para os adultos como para as crianças. Os irmãos de Eleanor parecem ser bastante inteligentes e engraçados, mas vivem num mundo constante de medo o que acaba por os transformar. Já a mãe de Eleanor parece ser uma pessoa que perdeu imenso do seu brilho e custa-me ver que não é capaz de se erguer contra as adversidades e estar lá para os seus filhos. Relativamente à família de Park, os pais amam-se profundamente e isso é fácil de ver. Percebe-se ainda que a mão de Park tem um coração enorme e se preocupa de mais com os filhos. Gostei de ver como a sua atitude mudou para com Eleanor a partir do momento em que se apercebe como as coisas realmente são. Já o pai de Park é alguém bastante recto e que acha que tudo tem que ser feito à sua maneira. Apesar disso acaba por vir a apoiar incondicionalmente o filho quando ele realmente precisa desse apoio.

A maneira como a história acaba não é propriamente fácil nem bonita. Eleanor acaba por ter que dizer adeus devido aos perigos que corre e Park ajuda-a porque apesar de precisar dela Eleanor é mais importante que ele próprio. Foi uma despedida triste mas com esperança que me faz acreditar que Eleanor e Park ainda terão direito a um final feliz.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

terça-feira, 12 de maio de 2015

Opinião - Insurgent

Ficha Técnica:
Autor: Veronica Roth
Páginas: 544
Editor: Katherine Tegen Books
ASIN: B00655U3WE

Sinopse:
One choice can transform you—or it can destroy you. But every choice has consequences, and as unrest surges in the factions all around her, Tris Prior must continue trying to save those she loves—and herself—while grappling with haunting questions of grief and forgiveness, identity and loyalty, politics and love.

Tris's initiation day should have been marked by celebration and victory with her chosen faction; instead, the day ended with unspeakable horrors. War now looms as conflict between the factions and their ideologies grows. And in times of war, sides must be chosen, secrets will emerge, and choices will become even more irrevocable—and even more powerful. Transformed by her own decisions but also by haunting grief and guilt, radical new discoveries, and shifting relationships, Tris must fully embrace her Divergence, even if she does not know what she may lose by doing so.

Opinião:
Insurgent começa pouco depois dos acontecimentos finais de Divergent, assim sendo Tris e as restantes pessoas do seu grupo encontram-se em fuga para o único local em que existe a possibilidade de serem acolhidos, os Candidos. Aqui novas informações vão ser conhecidas o que vai colocar Tris no caminho que a levará à verdade por trás das acções dos Eruditos.

Este é um livro cheio de acção e revelações que encaminham os personagens e o leitor para uma realidade completamente diferente daquela que conhecem. Existem vários desenvolvimentos dos quais o leitor não está à espera e isso é um ponto a favor no livro. 

Contudo, uma vez mais a autora não me conseguiu convencer. Principalmente por causa da personagem principal, a Tris. Continuo a não conseguir gostar dela e a acreditar naquilo que ela diz ser o que sente ou pensa. Após os acontecimentos de Divergent, a Tris está algo mudada. A perda da mãe e do pai e a morte de Will têm um impacto profundo na sua pessoa e na maneira como ela lida com as situações. E eu compreendo e aceito isso, contudo a maneira como Tris lida com toda esta situação não é convincente. Apesar de não conseguir pegar numa arma Tris está constantemente a colocar-se em risco, tem um desejo de morte enorme e hage de todas as formas menos a mais racional. Ela não é audaz ao longo do livro, é simplesmente idiota.

Quanto ao facto de ela ter uma parte dela que pertence à facção dos Abnegados, essa também não cola. Uma vez mais, por muito que a autora me tente fazer acreditar que a Tris faz tudo para o bem maior e para ajudar os outros a verdade é que a sensação que me transmite é que a Tris faz tudo por egoísmo. Ela quer ajudar os outros não porque se preocupe com eles porque sim porque não se quer ficar a sentir mal se não o fizer. Ela não quer recuperar a informação para que toda a gente saiba a verdade, mas sim porque acha que o fazendo se vai ficar a sentir melhor pois estará a seguir as pisadas dos seus pais.

Acho que dá para ter uma ideia do que pretendo dizer. Ao mesmo tempo as discussões constantes entre ela o Four começam a ser irritantes. Ambos guardam segredos um do outro, ambos colocam barreiras entre um e o outro, mas depois estão sempre a dizer que a culpa é do outro e não sabem assumir os seus próprios erros. Isto é algo bastante imaturo, e apesar de ser adequado à idade dos personagens não o é para a personalidade que a autora tenta transmitir. Ou seja, o desentendimento entre o casalinho roubou grande parte do interesse do leitor que deveria estar focado na história que realmente interessa.

Quanto ao final, achei-o decepcionante. Aquela explicação apresentada no final está ali muito mal amanhada e explicada. Parece que foi atirada para ali às três pancadas e sem fazer muito sentido. Espero sinceramente que a autora no próximo livro explique tudo aquilo um pouco melhor porque neste momento nada me faz muito sentido.

Esta continua a ser uma série sobre a qual não consigo perceber todo o zum zum que gira em torno dela. E tenho a sensação que não vai ser o terceiro livro que me vai fazer mudar de ideias.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Opinião - O Meu Nome é Alice

Ficha Técnica:
Autor: Lisa Genova
Título Original: Still Alice
Páginas: 408
Editor: Lua de Papel
ISBN: 9789892330211
Tradutor: Elsa T. S. Vieira

Sinopse:
O mundo de Alice é quase perfeito. É professora em Harvard, vive com o marido uma relação que resiste à passagem dos anos, às exigências da carreira, à partida dos filhos. E tem também uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha… Um dia porém, a meio de uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal, o primeiro, de que o mundo de Alice começa a ruir.
Seguem-se as idas ao médico, as perguntas, os exames e, por fim, a certeza de um diagnóstico terrível. Aos poucos, quase sem dar por isso, Alice vê a vida a fugir-lhe das mãos. Ama o marido intensamente, ama os filhos, e todos eles estão ali, à sua volta. Ela é que já não está, é ela que se afasta, suavemente embalada pelo esquecimento, levada pela doença de Alzheimer.
O Meu Nome É Alice é a narrativa trágica, dolorosa, de uma descida ao abismo. É o retrato de uma mulher indomável, em luta contra as traições da mente, tenazmente agarrada à ideia de si mesma, à memória da sua vida, à memória de um amor imenso.

Opinião:
O Meu Nome é Alice é um livro incontornável. Um daqueles livros que merece ser lido por toda a gente, seja qual for a sua idade. Nunca li um livro sobre alguém com Alzheimer, penso até que nunca tinha lido nenhuma sinopse que abordasse o tema do Alzheimer. Caso o tenha feito, terá sido provavelmente algum tipo de publicação mais ao nível do científico e não ao nível do romance.

Este livro conta a jornada de Alice desde os seus primeiro ataques e diagnóstico até uma altura em que basicamente já não se recorda de quem é. Ao longo da narrativa seguimos o declínio de Alice, a sua perda de memória e o aumento dos seus medos. Medos estes que têm a ver basicamente com a essência do eu. Será que mesmo não tendo as minhas memórias o que me faz de mim eu continuará a existir. Será que mesmo perdendo a minha identidade continuarei a amar as pessoas que sempre amei? Será que por ter Alzheimer deixo de ser uma mais valia para a sociedade? Será que as minhas decisões e opiniões deixam de ter peso só porque não me consigo lembrar de algumas coisas na minha vida?

Estas são algumas das questões que Alice coloca a si própria e com as quais vai lutando por uma resposta ao longo da narrativa. É triste e deprimente, mas ao mesmo tempo enternecedor ver como a doença rouba tanto de Alice, mas ao mesmo tempo acaba por lhe trazer outras coisas que ela não tinha anteriormente. Uma maior aceitação de si mesma e dos outros. E uma mente aberta para conseguir perceber mais num único gesto, olhar ou palavra do que anteriormente conseguia.

No geral gostei bastante de todas as personagens da história, exceção feita ao marido de Alice, John. Não consegui gostar dele nem um pouquinho. Se por um lado entendo que ele seja dedicado ao trabalho, por outro não consegui acreditar que ele fosse capaz de abandonar a mulher que supostamente ama em detrimento de um emprego. Ao longo da narrativa nunca consegui acreditar que na realidade John amasse Alice como o autor constantemente nos dizia. Em contrapartida adorei Lydia. Foi sem dúvidas a segunda personagem de que mais gostei após Alice. Alguém cheio de carisma e que sempre teve os seus problemas com a mãe e que acaba por abandonar tudo para estar perto das pessoas que realmente são importantes na sua vida. Lydia foi uma das personagens que mais me surpreendeu por todo o apoio incondicional que dá a Alice e pelo facto de a tratar como um ser humano normal quando toda a gente à volta dela a tratava como uma inválida.

Não posso deixar de congratular a autora pelas descrições que faz da doença, tanto a nível científico como a nível pessoal/humano. Nota-se que é alguém que tem conhecimento acerca daquilo que escreve e que tem o cuidado de esclarecer o leitor sem o fazer sentir perdido. Ao mesmo tempo sentimos que a descrição que ela faz de como o Alzheimer afecta a vida de uma pessoa é bastante coerente e credível.

Como disse de início este é um livro a não perder. Aconselho toda a gente a lê-lo o mais rapidamente possível.

(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)

sábado, 2 de maio de 2015

Opinião - Façade

Ficha Técnica:
Autor: Nyrae Dawn
Páginas: 322 (Kindle Edition)
Editor: Headline Eternal
ASIN: B00CM9CLPE

Sinopse:
No one knows who twenty-one year-old Adrian Westfall is behind his façade. After what he's done, he deserves to live alone with his pain, even if he'd do anything to forget. Anything for a moment of quiet without his past haunting him.

Eighteen year-old Delaney Cross wants nothing more than to absolve her family from her father's sins. To keep her suicidal mom off that ledge, and help her brother Maddox get the light back in his eyes. She thinks their road to freedom is through Adrian.

Adrian and Delaney are bound together by tragedy... Only Adrian doesn't know it. As their lives intertwine, they find a solace in each other they never knew existed. Laney knows she needs to tell him-to come out from behind her smoke screen, but to say the words could mean losing him.

Two people. Two disguises. True love. Will it be enough to save them when all secrets are bared?

Opinião:
Neste livro temos a oportunidade de ficar a conhecer Adrian e o seu passado. Ficamos também a conhecer Delaney e o porquê de a sua vida estar, de certa forma, tão ligada à de Adrian.

Se no livro anterior nos apercebemos que existe alguma coisa que não encaixa na faceta que Adrian mostra ao mundo, neste livro ficamos com a certeza que realmente Adrian não é nada daquilo que aparenta. Na realidade ele detesta o tipo de vida que leva, mas leva-a de modo a poder esquecer aquilo que aconteceu. Quantos de nós já não fez algo incorrecto de modo a tentar afugar algo que nos aconteceu? Ou quantas pessoas não conhecemos que tenham enveredado por esse caminho?

Delaney também tem um passado complicado, ao fim e ao cabo, ela e Adam partilham parte desse passado, contudo ao contrário de Adam, Delaney não deixa que este lhe roube na totalidade a alegria de viver. Não lhe tirou a ingenuidade e a capacidade de fazer aquilo que acha certo. A capacidade de se entregar sem reservas.

O que mais gostei no livro foi sem dúvida ir descobrindo qual a tragédia que liga estes dois personagens e os diferentes pontos de vista à cerca da mesma. A alternância de pontos de vista permite ao leitor perceber como é que um único acontecimento alterou de forma tão drástica e tão diferente a vida de várias pessoas. Ver como ambos se debatem por partilharem o mesmo acontecimentos um com o outro foi algo doloroso porque sabemos que vão acabar por se magoar mesmo sem querer.

Uma vez mais este foi um livro agradável de ser ler, e em certas partes bastante emocionante pelo tipo de tragédia que despoletou todos os acontecimentos.