sábado, 28 de novembro de 2015

Opinião - Os Dilemas do Assassino e Sangue do Assassino

Ficha Técnica:
Autor: Robin Hobb
Título Original: Golden Fool
Páginas: 364 e 372
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896373535 e 9789896373801
Tradutor: Jorge Candeias

Sinopse:
Os Dilemas do Assassino
O seu nome é murmurado com temor e respeito.
A sua figura move-se nas sombras da noite e das políticas.
Acaba de salvar o herdeiro do reino. Mas será suficiente?

Depois de salvar o príncipe das garras dos pigarços e de sofrer a mais devastadora perda possível ao fazê-lo, o lendário assassino regressa ao lugar a que em tempos chamou lar. Aí, esperam-no dias difíceis de adaptação, mas também o esperam oportunidades, velhos e novos amigos e até um filho adolescente. E espera-o também um príncipe, do seu sangue sem que o saiba, dotado com as magias desse sangue mas sem conhecimentos para lidar com elas, e prometido a uma princesa estrangeira. Como irá Fitz lidar com todos os desafios que o aguardam em Torre do Cervo? Que soluções encontrará para os seus dilemas?


Sangue do Assassino
Apesar de profundamente enredado nos seus conflitos pessoais, o Assassino tem de preparar uma expedição infalível às Ilhas Externas. Para isso há que ensinar ao príncipe dos Seis Ducados tudo o que conseguir sobre as duas magias - duas misteriosas e temidas magias inerentes ao sangue que ambos partilham. Mas na vida de Fitz nada é fácil, e o seu próprio desconhecimento de muito do que diz respeito a essas magias pode ter consequências catastróficas, tanto para si como para o herdeiro… e, em última instância, para o próprio reino.
Mas as ameaças não se ficam por aí: quem são realmente aqueles estranhos vilamonteses que apareceram inesperadamente em Torre do Cervo? E os manhosos, que resultará dos seus conflitos internos e que atitude tomará a respeito deles a coroa dos Seis Ducados?

Opinião:
Visto que li os dois livros seguidos e que no original eles são um único decidi juntar as duas partes portuguesas numa única opinião.

Os Dilemas do Assassino começa pouco depois da chegada da Narcheska aos Seis Ducados. Nesta altura ainda Fitz luta contra a dor e o luto de ter perdido Olhos-de-Noite. Esta é uma dor difícil de explicar e explorar, se bem que a autora tenta fazer-nos perceber tudo aquilo porque Fitz está a passar utilizando uma linguagem algo poética. Infelizmente a Fitz não lhe é dada propriamente a possibilidade de carpir as suas mágoas. Uma vez mais o reino precisa da sua ajuda e assim sendo Fitz trata de se tornar naquilo que precisam dele.

Uma vez mais muitas coisas acontecem durante o decorrer deste dois livros, sendo que cada vez mais perigos e intrigas são adicionados àqueles que já conhecemos. Neste caso à ameaça dos pigarços vem-se juntar a dúvida sobre as verdadeiras intenções da Narcheska e o medo do desafio que ela lança mais para o final da história. Outras variáveis entram na equação, nomeadamente o povo de que pretendem a ajuda dos Seis Ducados na sua guerra contra Calcede, e também o dragão Tintaglia que apesar de neste momento ainda não desempenhar um papel proeminente com certeza o virá a ter. Para finalizar Fitz tem ainda sobre si o peso de ser o actual Mestre do talento, sendo que está encarregado de ensinar tanto o Príncipe Respeitoso, como Breu e Obtuso, enquanto tenta que Urtiga continue sem saber o que representa realmente a capacidade que tem de moldas os sonhos.

 Se bem que durante a narrativa somos defrontados com bastantes momentos de acção o forte da história continua a ser o mesmo. A capacidade que a autora tem para criar personagens tão reais. A sua capacidade para tornar as suas interacções algo que nos agarra e não nos larga mais. As dúvidas e incertezas de Fitz tocam o leitor de uma maneira inimaginável sendo que é impossível ficar indiferente ás suas dúvidas, à sua angústia e à sua felicidade. Como será de esperar as interacções mais carregadas de significado e profundidade são aquelas que ocorrem com o Bobo. Contudo é extraordinário ver o modo como Fitz tenta desempenhar o seu papel de pai de uma forma distante, ou como tenta ser para Respeitoso o amigo e a família que ele pensou nunca ter. Ou como começa a fazer frente a Breu quando achas que as decisões deste não são as mais correctas. Denota-se uma evolução na maneira de estar e agir de Fitz. Nota-se que ao longo da narrativa este se torna mais estável apesar de todas as dúvidas que tem, sendo que a sua maior falha talvez seja esconder de Urtiga quem ela realmente é e a verdade sobre aquilo que ela é capaz de fazer.

Além disso novas personagens são-nos apresentadas, nomeadamente Teio, que ficamos a conhecer como consequência de uma reunião entre Manhosos e Ketricken. Teio é um personagem bastante peculiar, que parece ser dono de uma grande sabedoria e capacidade para inspirar confiança e paz aqueles que o rodeiam. Parece ser especialmente uma pessoa bastante conhecedora das tradições e do que significa ser Sangue Antigo, o que considero bastante importante para que tanto o leitor como os personagens que não têm esse conhecimento possam ficar a conhecer melhor o que significa realmente ser-se Manhoso.

Fica o desejo de ler o mais breve possível a continuação da história. Saber o que há-de acontecer entre Fitz e o Bobo, saber se existe realmente um Dragão enterrado no gelo e qual seria a decisão de Fitz quando o encontrar, saber quais os motivos que levam a Narcheska a ir para a frente com o casamento quando é claro que é algo que a mesma não deseja. Tantas questões que quero ver esclarecidas rapidamente.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Opinião - Double Dare

Ficha Técnica:
Autor: R. L. Mathewson
Páginas: 335
Editor: Rerum Industries, Inc.
ASIN: B00WOBFZ5I

Sinopse:
Marybeth still couldn’t believe that she’d survived this long with a friend like Darrin, but somehow she’d managed to beat the odds and not give in to temptation and smother him with a pillow while he slept.

Of course some days were more difficult than others…

For twenty years he’s been biding his time, waiting for the right moment to make his move and now that it was here…
He couldn’t seem to stop screwing up.

Opinião:
Uma vez mais este é um livro ligeiramente diferente dos anteriores, se por um lado os protagonistas já se conhecem desde pequenos, tal como acontece no Checkmate, este livro é diferente do anterior na medida em que os personagens já se encontram numa relação física e ambos sabem que gostam um do outro. Ou seja, Darrin sabe que gosta da Marybeth e que ela gosta dele, sendo que o reverso também é verdade. O problema aqui é Marybeth não querer casar com Darrin e não lhe dar a hipótese de ser ele a tomar essa decisão.  Outro ponto diferente dos livros anteriores é que neste o casamento processa-se mais cedo do que nas histórias anteriores. Pelo menos é isso que parece.

Darrin é um dos irmãos de Danny e é gémeo de Reese. Já o conhecíamos de livros anteriores, mas só no Game Plan é que ficamos a conhecer Marybeth e percebemos que existe alguma coisa entres os dois. Visto que este livro se passa ao mesmo tempo que o anterior há algumas cenas que são repetidas, mas que são contadas de outro ponto de vista e por isso as informações que retiramos das mesmas são diferentes.

Ao início pode fazer alguma confusão ao leitor o facto de Darrin e Marybeth já se encontrarem numa relação, porque não existe o desenvolvimento dos sentimentos que um tê pelo outro e acabamos por sentir que caímos no meio dos acontecimentos. Contudo aos poucos o leitor começa a perceber que neste caso o importante e o desafio é Darrin conseguir que Marybeth case com ele. Para isso ele vai tentar de tudo, inclusive utilizar o jogo que ambos inventaram de Double Dare. Uma vez mais é hilariante ver dois personagens a tentarem tramar-se um ao outro só pelo prazer que isso dá, sem no entanto deixarem de gostar realmente um do outro.

Relativamente ao motivo de Marybeth não querer casar com o Darrin este é bastante complicado. Quando fiquei a saber o que se passava fiquei bastante triste e amargurada tanto por Darrin como por Marybeth e se bem que entendo o porquê de ela se achar inferior a Darrin e imperfeita, continuo a achar que a decisão de se casar com ela não deixa de caber a Darrin e a mais ninguém.

Uma vez mais foi um livro que adorei. Os próximos vão ser acerca de Reese, o irmão gémeo de Darrin, e Lucifer. Tenho alguma curiosidade para saber a história da irmã deles porque parece-me vir a ser bastante interessante.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Passatempo "Vendetta" de Catherine Doyle - Individual Editora

Olá a todos!

Vamos dar início ao primeiro passatempo aqui no blog e temos para vos oferecer um exemplar do livro "Vendetta" de Catherine Doyle, gentilmente cedido a mim, pela Individual Editora, para esse propósito.

Para se habilitarem a ganhar este prémio, basta preencher correctamente o formulário que se segue. As cinco primeiras entradas são obrigatórias e desbloqueiam duas outras entradas opcionais, sendo que uma delas pode ser efectuada diariamente.

Podem participar até ao dia 9 de Dezembro, data em que termina este passatempo.

Boa Sorte! :)

Nota: 
Passatempo válido apenas para Portugal Continental e Ilhas.
O livro será enviado por mim e nem o blog nem a editora se responsabilizam por atrasos ou extravios dos ctt


a Rafflecopter giveaway

Opinião - Entrevista com o Vampiro

Ficha Técnica:
Autor: Anne Rice
Título Original: Interview With The Vampire
Páginas: 276
Editor: Europa-América
ISBN: 9721037508
Tradutor: Teresa de Sousa Gomes

Sinopse:
Obra já clássica no seu género, Entrevista com o Vampiro é o primeiro volume da saga «Crónicas dos Vampiros» e granjeou o estatuto de livro de culto, comparável a Drácula de Bram Stoker.
Das plantações oitocentistas do Luisiana aos becos sombrios e cenários sumptuosos de Paris, do Novo Mundo à Velha Europa, Claudia e Louis fogem de Lestat, o seu criador e companheiro imortal. E o cruel vampiro que tirara partido do desespero de Louis e da fragilidade da órfã Claudia, no bairro francês da Nova Orleães assolada pela peste, move-lhes uma perseguição sem tréguas no submundo parisiense, entre a trupe Théâtre des Vampires do misterioso Armand e criaturas das trevas.

Opinião:
Toda a gente fala de quão fantástica Anne Rice é. E muito provavelmente têm razão. Eu consigo perceber o encanto que este tipo de livros terão para a maior parte das pessoas, contudo eu sein-me algo desiludida com esta leitura. Não é que o livro seja mau ou que as personagens não sejam cativantes. Muito pelo contrário.

As personagens são dotadas de uma profunidade fascinante. Bastante complexas. Principalmente Louis é um personagem que evolve bastante ao longo do livro. Sofrendo transformação atrás de transformação na sua maneira de estar e ver o mundo. Louis é um tipo de vampiro bastante particular que se agarra com todas as forças ao pouco de humano que ainda tem em si mesmo.

Quanto aos outros personagens todos eles são bastante bem construídos, carecendo quase completamente de humanidade. São no geral personagens calculistas e frios, mas que agem de completo acordo com as suas personalidades. É assim impossível ficar contra a sua frieza porque a autora faz-nos compreender que esta é a essência de um vampiro e nós aceitamo-los tal como eles são.

Fico curiosa para saber mais de Lestat e Armand. Principalmente de Lestat. Será que depois de ver Louis pela última vez acabou por morrer ou encontrou de algum modo a salvação? O que terá levado na realidade a que se tivesse tornado no vampiro que vemos no final? Quanto a Armand gostava de conhecer mais do seu passado e de como chegou ao que é actualmente.

Tudo isto levaria a crer que gostei bastante do livro, e a verdade é que ele tem todos os ingredientes para ser um excelente livro. Confesso que o problema aqui se prende mais com o estado físico da minha pessoa. Este é um livro que deverá ser lido com a cabeça limpa de modo a que seja fácil seguir os sentimentos e discursos dos personagens. Tendo em conta que na altura que li o livro andava bastante cansada havia alturas em que os diálogos e os significados dos mesmos se perdiam. O que levava a que houvessem passagens que não compreendia.

Assim sendo tenciono pegar nos próximos dois livros quando estiver com melhores capacidade de modo a que possa apreender na totalidade o quão fantástico é esta série.

domingo, 22 de novembro de 2015

Mini-Opinião - The Sleeper and The Spindle

Ficha Técnica:
Autor: Neil Gaiman
Ilustrador: Chris Riddell
Páginas: 72
Editor: HarperCollins
ASIN: B00RLV2LCQ

Sinopse:
It was the closest kingdom to the queen's, as the crow flies, but not even the crows flew it.

You may think you know this story. There's a young queen, about to be married. There are some good, brave, hardy dwarfs; a castle, shrouded in thorns; and a princess, cursed by a witch, so rumor has it, to sleep forever.

But no one is waiting for a noble prince to appear on his trusty steed here. This fairy tale is spun with a thread of dark magic, which twists and turns and glints and shines. A queen might just prove herself a hero, if a princess needs rescuing. . . .

Opinião:
Neste pequeno livro ilustrado Gaiman mistura as histórias da Branca de Neve e da Bela Adormecida. Mas sendo Gaiman não podia deixar de existir um twist qualquer e é isso mesmo que acontece.

Aqui a Branca de Neve já não é Princesa e sim Rainha. Rainha essa que está prestes a casar quanto os seus anões a informam que o Reino com quem fazem fronteira está a ser tomado por uma maldição que faz toda a gente adormecer exactamente como se encontram. É aqui que tudo começa, sendo que Branca de Neve deixa o seu Reino e o seu casamento para enfrentar esta maldição que pode vir a afectar o seu povo. Existem algumas peripécias pelo caminho, sendo que o grande twist acontece quando a Branca de Neve chega à torre da Bela Adormecida. E adorei o esta alteração que o autor deu à história que já conhecemos tão bem. Foi algo que me deixou perplexa e me surpreendeu pela mestria.

Não posso deixar de frisar que o livro é pequeno e que por isso não existe grande desenvolvimento dos personagens. Contudo é fácil perceber que a Branca de Neve Rainha é alguém que não precisa de um Príncipe que a salve. É alguém capaz de trilhar o seu próprio caminho, é alguém de força e sabedoria. Adorei esta Branca de Neve tão forte que vi ao contrário daquela que estava habituada a ver.

Por fim não posso deixar de falar das ilustrações. São simplesmente fantásticas. Adorei o tipo de desenho e traço do ilustrador e como ele reflecte a beleza da narrativa. E o livro em Hardback parece ser algo de extraordinário, principalmente a capa. É sem dúvida um livro a comprar para ter na colecção.

Sunday's Quotes (118)

“Winter is coming.”― George R.R. Martin, A Game of Thrones

sábado, 21 de novembro de 2015

Opinião - The Game Plan

Ficha Técnica:
Autor: R. L. Mathewson
Páginas: 294
Editor: Rerum Industries, Inc.
ASIN: B00R3TEWXM

Sinopse:
Spend the next 40 years in prison or break her lease early?

Normally she’d be able to say that this one was a no-brainer, but things have definitely changed since she was forced to move in across the hall from Danny Bradford.

A lot of things……

She wanted to get through one day, just ONE day without Danny Bradford doing something to test the limits to her control, but with that damn smile of his and his habit of leaving her contemplating manslaughter, she didn’t see that happening anytime soon.

He loved his family, but some days…….

It was too much, but that was okay, because his small neighbor living across the hallway provided him with endless hours of entertainment. Not on purpose of course, but did it really matter as long she made him smile?

Opinião:
Danny é talvez o Bradford mais calmo sobre o qual li até agora. Danny é filho do tio Ethan e tem uma catrefada de irmãos que o adoram e que não o largam. Além dos primos que também andam sempre de roda dele. Danny é de certa forma especial porque foi para o exército e acabou por se vir embora quando estava quase às portas da morte. O facto de ter estado no exército mudou-o e vê-se que é ligeiramente mais controlado que os restantes Bradford. Contudo não deixa de ter uma pancada acentuada por comida e de se preocupar bastante com a família.

A Jodi é uma rapariga extremamente simpática e que tem um grave problema. Não pode tomar anti-histaminícos porque reage aos mesmos e fica com uma moca descomunal. Parece que andou a comer cogumelos ou a tomar ecstasy. É hilariante ver como uma mulher pequenina consegue derrubar dois homens muito maiores em meia dúzia de horas, fazendo com que os mesmos peçam pela morte pois já não a conseguem aturar mais.

Esta é uma história um pouco mais pesada na medida em que os problemas que encontramos não são só referentes ao casal. Pela primeira vez encontramos dois Bradfords que não se falam e que não se ajudam, o Danny e o pai. Parecendo que não este é um muro que rodeia toda a família e que impede que todos eles sejam realmente felizes. Foi gratificante ver como no final eles foram capazes de pôr as coisas em pratos limpos e seguir em frente como uma família feliz. A história entre Danny e o Pai não é propriamente fácil nem bonita, tem muitos erros de ambas as partes, mas não deixa de ser uma história cheia de amor.

Voltando ao casal maravilha, o Danny quer que a sua relação com a Jodi evolua com calma até porque ela tem bastantes problemas com o facto de ser intima de outra pessoa. A Jodi passou por algumas eventos traumatizantes que se fossem comigo também me iriam deixar receosa de ser intima de outra pessoa. Claro que no final tudo se precipita e uma vez mais acabamos por ter um casamento à pressão.

O final é um pouco triste, porque não é o final perfeito que estamos à espera. Mas é um final cheio de esperança e amor que nos faz acreditar que as coisas podem ficar melhores no futuro.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Opinião - The King

Ficha Técnica:
Autor: J. R. Ward
Páginas: 593
Editor: Nal
ASIN: B00DGZIC24

Sinopse:
Long live the King...

After turning his back on the throne for centuries, Wrath, son of Wrath, finally assumed his father’s mantle—with the help of his beloved mate. But the crown sets heavily on his head. As the war with the Lessening Society rages on, and the threat from the Band of Bastards truly hits home, he is forced to make choices that put everything—and everyone—at risk.

Beth Randall thought she knew what she was getting into when she mated the last pure blooded vampire on the planet: An easy ride was not it. But when she decides she wants a child, she’s unprepared for Wrath’s response—or the distance it creates between them.

The question is, will true love win out... or tortured legacy take over?

Opinião:
Em The King Ward volta a pegar nos protagonistas do primeiro livro e mostra-nos como é que evoluiu a sua relação e também a relação de Wrath com o seu povo.

Como seria de esperar o facto de a autora voltar a pegar neste personagens mostra que há qualquer coisa que não está bem. Nomeadamente Beth pretende ter um filho, o que leva a atritos com Wrath, visto este não o querer. Tanto os motivos de Beth como os de Wrath são válidos e apesar de no final tomarem uma decisão, o que os aproxima enquanto casal a verdade é que foi engraçado ver que de certa forma essa decisão acabava por não ser importante visto os acontecimentos assim o determinarem.

Outra coisa que também não está a correr bem é o reinado de Wrath. Por mais que queira e tente a verdade é que sente que não está a fazer um bom trabalho para ajudar o seu povo, o que acaba por o deixar stressado e angustiado. Gostei de ver a sua transformação quando finalmente tem oportunidade de realmente fazer a diferença e de como isso o transformou em alguém muito mais seguro de si mesmo.

Como não podia deixar de ser durante a narrativa existem outros assuntos que são abordados e outros pequenos arcos de história que são desenvolvidos. Na minha opinião foram desenvolvidas demasiadas histórias em paralelo. Algumas delas já vêm de livros anteriores, nomeadamente a história de Layla e Xcor. Outras já tinha sido sugeridas em livros anteriores, como a história de Trez e Selene, da qual gostei e será desenvolvida no próximo livro, e a história de Sola e Assail, a qual não me despertou qualquer interesse e que acho poderia ter sido retirada do livro.

Gostei de ficar a conhecer mais acerca daquilo que Trez e iAm enfrentam e acerca da sua raça. Devido a isto foi-nos apresentado um novo personagem, s'Ex, que com certeza voltará a aparecer no próximo livro.

Se houve algo que me desiludiu um pouco foi o facto de que a guerra com a sociedade dos minguantes parece ter estagnado. Enquanto anteriormente este era o inimigo e parecia haver um propósito para estes guerreiros a verdade é que neste momento parece estar tudo em águas de bacalhau e os únicos problemas parecem ser levantados pelos Glimera. Gostava que a autora voltasse às raízes e fizesse alguma coisa quanto a esta guerra. Quero voltar a ler acerca do Omega e da Virgem Escrivã. Espero sinceramente que a autora volte a pegar nesta guerra porque gostava de a ver terminada um dia e com a importância que ela teve inicialmente.

Este foi um livro do qual gostei bastante. Eventualmente preferia ter lido acerca da história de um novo casal, mas consigo perceber a opção da autora. É uma questão de aguardar para ver como ela vai desenvolver o próximo livro.

domingo, 15 de novembro de 2015

Sunday's Quotes (117)

“A mind needs books as a sword needs a whetstone, if it is to keep its edge.”― George R.R. Martin, A Game of Thrones

Opinião - O Luto de Elias Gro

Ficha Técnica:
Autor: João Tordo
Páginas: 328
Editor: Companhia das Letras
ISBN: 9789898775337

Sinopse:
Numa pequena ilha perdida no Atlântico, um homem procura a solidão e o esquecimento, mas acaba por encontrar muito mais.
A ilha alberga criaturas singulares: um padre sonhador, de nome Elias Gro; uma menina de onze anos perita em anatomia; Alma, uma senhora com um coração maior do que a ilha; Norbert, um velho louco que tem por hábito vaguear na noite; e o fantasma de um escritor, cuja casa foi engolida pelo mar.
O narrador, lacerado pelo passado, luta com os seus demónios no local que escolheu para se isolar: um farol abandonado, à mercê dos caprichos da natureza – e dos outros habitantes da ilha. Com o vagar com que mudam as estações, o homem vai, passo a passo, emergindo do seu esconderijo, fazendo o seu luto, e descobrindo, numa travessia de alegria e dor, a medida certa do amor.
O luto de Elias Gro é o romance mais atmosférico e intimista de João Tordo, um mergulho na alma humana, no que ela tem de mais obscuro e luminoso.

Opinião:
O Luto de Elias Gro fala-nos acerca da perda, do desespero. Do abismo sem fundo onde às vezes o ser humano se coloca por vontade própria porque é mais fácil viver no sofrimento do que fazer algo para sair dele.

A história é contada do ponto de visto de um personagem do qual nunca saberemos o nome e passa-se numa ilha que nunca saberemos qual é. Através dos olhos deste personagem vamos ficando a conhecer os poucos habitantes da ilha e os seus demónios, bem como os fantasmas do próprio narrador.

A escrita do autor é simples, mas poderosa. É capaz de transmitir na totalidade os sentimentos e angústias dos personagens. A sua caminhada desde o desespero, o luto, a culpabilização até à redenção, à aceitação. Mais importante que a história em si são os sentimentos que o autor transmite ao leitor. Este sentimentos corrosivos são transmitidos principalmente através do narrador, de Elias Gro e de Drosler (um alemão já falecido). Cada um destes personagens teve os seus próprios demónios, se bem que alguns eram bastantes semelhantes. Contudo cada um deles encontrou, ou não, uma maneira diferente de lidar com eles, de os ultrapassar e do tentar remedias os danos que possam ter causado enquanto vogavam através da sua tristeza e abandono.

Os únicos raios de esperança no meio da narrativa acabam por ser Alma e Cecília. A primeira que apesar das provações porque passou é alguém bondoso e sempre disposta a ajudar com um sorriso na cara. A segundo uma criança de 11 anos que tem um fascínio pelos ossos do corpo humano, que tem sempre uma resposta mordaz na ponta da língua e dona de uma personalidade muito forte.

Apesar de ser um livro intenso e que me agradou a leitura foi algo morosa. Isto deveu-se principalmente ao facto de o livro não ser dividido em capítulos. Sendo a narrativa toda seguida. A mim fez-me sentir que não tinha tempo para respirar entre acontecimentos, levando a que fosse mais difícil "digerir" o que se estava a passar e processar os acontecimentos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Opinião - Truce

Ficha Técnica:
Autor: R. L. Mathewson
Páginas: 231
Editor: R. L. Mathewson
ASIN: B00GCMGWMA

Sinopse:
Elizabeth knows what’s expected of her, perfection. She’s the daughter of an Earl and expected to marry well, say and do the right things with a smile on her face when inside she’s dying for a chance to escape. Thanks to an inheritance her godmother left her years ago, her chance will come with her next birthday. Her hopes of escape abruptly end when Robert, her childhood nemesis that she hasn’t seen in over fourteen years, comes back into her life and does everything he can to drive her out of her mind even as he steals her heart.

He hated her.

At least, he tried to hate her, but it was so damn difficult to hate someone that he couldn’t live without. He tried to ignore her, tried to focus on anything but her, but nothing worked. Somehow she made her way into his heart and started to make him want things that he never thought possible, made him smile and laugh even while she drove him out of his mind and started a legacy by turning him into…..

A Bradford.

Opinião:
Esta história é contada pelo Jared ao Jason quando ele faz 5 anos de casado com a Haley e explica a tradição de oferecer um colar feito à mão à pessoa com quem casaram. Assim sendo e visto que esta história é antiga este livro tem um pendor para o romance histórico. Não deixa contudo de ser um livro tipicamente Bradfordiano.

Além de ficarmos a conhecer a tradição acerca do colar ficamos também a conhecer a origem do famoso apetite Bradford, bem como o porquê de se dizer que o Bradford quando realmente ama não marca o casamento.

Adorei tanto a personalidade de Elizabeth como a de Robert. Ela é alguém extremanete inteligente, que não se deixa encantar pelo esplendor que a rodeia e que gosta de ter as rédeas da sua própria vida. Infelizmente para muita gente é alguém que gosta de fazer coisas menos próprias a uma senhora, nomeadamente cozinhar, pensar e discutir sobre aquilo que pensa. Robert é também bastante parecido a Elizabeth, mas na sua versão masculina. Alguém trabalhador e que procura uma mulher que seja seu par e não sua inferior visto que não tem paciência para tal tipo de mulheres.

Uma vez mais foi  extremamente divertido ver como passaram de se odiar para começarem a compreender-se, a sentir a falta um do outro até que finalmente se apercebem que gostam um do outro sem no entanto o querer assumir. Claro que pelo meio tanto a Elizabeth como o Robert põe os pés pelas mãos, mas sempre de uma maneira que apesar de angustiar o leitor o deixa com um sorriso na cara porque há sempre uma preocupação extrema de um para com o outro mesmo estando chateados.

Só houve um ponto que não me agradou por aí além e foi o facto de a relação destes dois personagens ser bastante parecida à do livro Checkmate. Afinal de contas eles conheceram-se quando crianças e durante o tempo que passaram juntos faziam a vida num inferno um ao outro. Sendo que o mesmo continua a ser verdade quando se tornam mais velhos e se voltam a encontrar.

Tirando esta situação foi uma vez mais um livro de que gostei bastante.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Opinião - Um Mundo Sem Príncipes

Ficha Técnica:
Autor: Soman Chainani
Título Original: A World without Princes
Páginas: 547
Editor: Individual Editora (Lápis Azul)
ISBN: 9789898730220
Tradutor: Carla Ribeiro

Sinopse:
Sofia e Agatha estão de volta a Gavaldon, mais amigas que nunca e, após um breve período de fama, resultante de terem quebrado a maldição do Reitor, prontas a retomar uma vida de normalidade. Ou será que não? Num momento de fraqueza, Sofia e Agatha pedem um desejo. E o desejo de uma delas volta a abrir as portas entre os mundos. A única hipótese de sobreviverem aos ataques que agora assolam Gavaldon é regressar, mais uma vez, à Escola do Bem e do Mal. Mas a escola já não é a mesma que deixaram para trás. E há uma nova guerra iminente, uma que só elas podem impedir.

Opinião:
Assim que terminei a leitura do primeiro livro da trilogia, A Escola do Bem e do Mal, peguei de imediato neste livro, a sua continuação, de modo a saber mais sobre as duas amigas, Sofia e Agatha, e o príncipe Tedros.

Devido à arrojada escolha de Agatha no volume anterior, diversas mudanças radicais ocorreram. Enquanto as duas amigas viviam o seu para sempre em Gavaldon, a escola do bem e do mal tornou-se numa escola de Rapazes vs Raparigas, em que ambas as partes se odeiam mutuamente. As raparigas Sempre, inspiradas por Agatha e Sofia, deixaram de querer príncipes e almejam tornar-se as suas próprias salvadoras e heroínas do seu conto de fadas. Tornaram-se práticas e desleixadas com a sua aparência, passando para um outro extremo. 
Também as princesas que já viviam o seu para sempre o alteraram, correndo com os seus príncipes das suas vidas.
Tudo isto, claro, fez com que os príncipes ficassem despeitados e, devido a um certo desejo, buscassem a sua vingança junto das raparigas, nomeadamente de Sofia e Agatha.

Todas estas grandes alterações que ocorreram tornaram este segundo livro muito engraçado. Foi como ver o clássico dos contos de fadas dar uma volta de 180º, tornando-se o verdadeiro oposto do que sempre foi narrado geração após geração. Deixou de haver uma distinção entre bem e mal, passando a haver um largo e fundo fosso entre rapazes e raparigas, agora inimigos ferozes.
Soman também nos introduz três novas misteriosas personagens: uma rapariga ruiva de seu nome Yara, aparentemente muda e bastante intrigante; a professora Helga, a Gnomo, que faz lembrar muito uma outra personagem; e a Decana Sader e a sua trupe de borboletas azuis, do lado das raparigas, que aparenta ser quem mexe os cordelinhos e tem todo o ar de ter planos ocultos.

Quanto a personagens já conhecidas, gostei mais das três bruxas neste livro: Hester, Anadil e Dot. E não deixa de ser interessante o facto de elas não me parecerem nada más, mas raparigas normais, prontas a lutar pelo que acreditam e pelas suas amigas. Também não posso deixar de referir a super mudança de Dot: O constante transformar dos objectos em vegetais em vez de chocolate, foi sem dúvida algo cómico.
Sofia também não parece a bruxa má do livro anterior, parece antes uma amiga dedicada que aprendeu algumas lições, embora ciumenta e ainda incapaz de um pouco de altruísmo.
Já Agatha e Tedros pareceram-me na mesma, embora este último devido à mágoa e orgulho ferido se encontre ainda mais "tapadinho" que anteriormente.

Nesta bela edição de Um Mundo sem Príncipes, foi também curioso e agradável poder ler algumas das cenas cortadas do volume anterior, bem como uma curta entrevista com o autor, já para não mencionar as belíssimas ilustrações de Iacopo Bruno que enfeitam toda a obra (como podem ver no exemplo ao lado). E claro, como a Individual Editora não quer que nos falte nada, os mais curiosos podem ainda dar uma espreitadela aos dois primeiros capítulos do próximo livro O Último Final Feliz.

Um Mundo sem Príncipes é uma história em que os contos de fadas são virados de pernas para o ar, em que surgem diversos mal entendidos, que agravam exponencialmente o problema de uma guerra iminente, e que mesmo sendo resolvidos, acabam por ter as suas consequências, abrindo espaço para um novo arco da história, que certamente será o tema do próximo e derradeiro volume.

(Livro gentilmente cedido para opinião pela Individual Editora)



domingo, 8 de novembro de 2015

Opinião - Mort

Ficha Técnica:
Autor: Terry Pratchett
Título Original: Mort
Páginas: 232
Editor: Caminho
ISBN: 9722107356
Tradutor: Paula Reis

Sinopse:
A morte chega a todos e Mortimer (Mort para os amigos) não é excepção. Mas, quanto a morte chega ao pé dele, acontece algo de inesperado: oferece-lhe um emprego... Depois de se certificar de que morrer não é obrigatório, Mort aceita a proposta de se converter num aprendiz da Morte e libertar as almas dos seus invólucros carnais. É, contudo, um jovem sonhador e... não muito capacitado para este novo trabalho: assim que se encontra diante da princesa Keli — uma rapariga muito atraente prestes a ser assassinada —, Mort não mantém a calma que seria recomendável ao seu ofício e, em vez de libertar a alma da princesa, liberta a do assassino, interferindo com os desígnios implacáveis do Destino. Claro que a realidade não se muda assim tão facilmente: a princesa tem agora de fazer inúmeros esforços para conseguir que os seus súbditos lhe dêem ouvidos e estes mostram uma tendência muito desagradável para a ignorar. Mortimer precisa desesperadamente de ajuda, mas o seu mestre, tendo delegado nele boa parte do seu trabalho, agora passa os dias a beber, a jogar aos dados e a entregar-se a reflexões sobre a natureza filosófica do «divertimento»...

Opinião:
Mais um livro de Pratchett, mais uma sátira bem construída. Apesar de tudo este livro não me cativou tanto como os anteriores. Provavelmente por causa da tradução. Houve nomes que não estava à espera de ver em inglês e que não soavam bem no decorrer da narrativa. Isso quebrou um pouco o ritmo de leitura.

Deste vez ficamos a conhecer Mort e a sua relação com Morte. Sim, porque a Morte decidiu que era tempo de arranjar um aprendiz para ter tempo para perceber e estudar os comportamentos humanos. Afinal de conta a Morte sente-se posta de parte, sente-se renegada e enxovalhada por ninguém a aceitar. Por ninguém ser capaz de tentar travar amizade com ela. Afinal ela é um ser igual a todos os outros neste mundo.

Gostei da relação que Mort e a Morte desenvolvem. De companheirismo e aceitação. Ao mesmo tempo gostei de ver a transformação de Morte num ser mais humano e de Mort na Morte (se é que isto faz algum sentido).

Tal como seria de prever através do título e da sinopse neste livro o autor foca-se no assunto da morte e da maneira como nós a vemos. Mostrando-nos todas as suas facetas de uma maneira original, divertida e satírica (tal como não poderia deixar de ser). Uma vez mais não vou estar a discorrer sobre todos os aspectos porque o interessante é ler o livro e percebê-las por nós mesmos.

Não posso deixar de fazer referência a Ysabell. Adorei conhecer mais desta personagem que já nos tinha sido apresentada em A Luz Fantástica. A sua relação com Mort vai de ódio a amor muito depressa, o que em si mesmo pode ser considerado uma sátira a determinados tipos de literatura.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Opinião - Checkmate

Ficha Técnica:
Autor: R. L. Mathewson
Páginas: 333
Editor: Amazon Digital Services, Inc.
ASIN: B009YN22JG

Sinopse:
There’s nothing worse than living next door to your childhood nemesis, except maybe being forced to share your dream project with him, being blackmailed into going along with something that was just wrong on so many levels, and having your hot cocoa stolen by the person that drove you to drink it in the first place.

As long as she has plenty of hot cocoa, a pair of pliers on hand and is able to resist Connor O’Neil’s bad boy charm then Rory James should be able to make it through this project with her sanity intact. If not…..

She’d probably face a few more nights in jail, have a few more restraining orders slapped against her and lose her heart to the man that ruined her life.

Opinião:
Para variar um pouco, desta vez a parte Bradford do casal é a rapariga. E aqui nota-se alguma diferença dos machos da família. Nomeadamente Rory não tem o apetite doentio do resto da família e não tem tendência para fazer birras e beicinho. Em contrapartida ai de quem se atrever a tocar no seu chocolate quente.

Já Connor a nível de personalidade é bastante parecido com os restantes Bradford, excepto na situação da comida.  Mas a nível de tomar conta da família, de não deixar que nada aconteça às pessoas de quem gosta e de fazer tudo pela Rory ele é um autêntico Bradford.

Ao contrário do que acontece nos livros anteriores Rory e Connor já se conhecem desde pequenos e desde pequenos que fazem a vida num inferno um ao outro. Estão constantemente a pregar partidas um ao outro e as partidas a que temos direito são simplesmente hilariantes e por isso queremos sempre mais.

Contudo houve algo neste livro que não me agradou tanto relativamente aos outros. Connor e Rory têm o mesmo tipo de trabalho, ambos são donos de empresas de construção. Desde o início que Connor quer ficar com a empresa de construção de Rory e fazer com que os irmãos desta passem para o seu lado. Na sua cabeça o lugar de Rory é a servir cafés e a organizar a papelada e não a correr riscos no meio das obras. Detestei toda esta situação pois mostra que Connor é bastante machista e que acha que Rory não consegue tomar conta de si mesma. Detestei ainda mais o facto que nunca ao longo da narrativa o vemos a mudar de ideias e a perceber que o trabalho de Rory fá-la feliz. Simplesmente o assunto deixa de ser abordado e não me parece que seja assim que as coisas se resolvem.

Como não podia deixar de ser, continuamos a ser visitados pelos personagens dos livros anteriores e a conhecer novos. Nomeadamente os primos de Jason e Trevor, filhos do tio Ethan. Estou ansiosa para ficar a saber a história deles.

Um pequeno à parte, gostava que a autora disponibilizasse um documento onde fosse possível ter a lista dos personagens e as relações entre eles de modo a que às vezes os livro não me fizessem sentir perdida no meio de tantos Bradfords.

domingo, 1 de novembro de 2015

Opinião - A Evolução de Calpurnia Tate

Ficha Técnica:
Autor: Jacqueline Kelly
Título Original: The Evolution of Calpurnia Tate
Páginas: 248
Editor: Contraponto
ISBN: 9896660999
Tradutor: Irene Guimarães

Sinopse:
O meu nome é Calpurnia Virginia Tate, mas, nesses tempos idos, toda a gente me tratava por Callie Vee. Nesse verão, tinha onze anos e era a única rapariga de um total de sete irmãos. Conseguem imaginar pior do que isto?

O verão de 1899 é quente na adormecida cidade do Texas onde vive Calpurnia, e não há muitas maneiras eficazes de combater o calor. A mãe tem uma nova ventoinha comprada na cidade, mas a única alternativa que Callie encontra é cortar discretamente o cabelo, uns furtivos dois centímetros de cada vez. Também passa muito tempo no rio na companhia do seu irascível avô, um ávido naturalista, e descobre assim que cada gota de água está cheia de vida – nada como olhar através de um microscópio!
Ao mesmo tempo que Callie vai explorando o mundo natural à sua volta, consegue desenvolver uma forte relação com o avô, contornar o perigo que é viver com seis irmãos e aprender o que significa ser-se rapariga na viragem do século.
A autora estreante Jacqueline Kelly dá vida a Callie e à sua família, capturando um ano verdadeiramente invulgar com uma sensibilidade e sabedoria únicas.

Opinião:
Já há bastante tempo que tinha curiosidade para ler este livro, contudo ainda não tinha surgido a oportunidade para pegar nele. Se soubesse o que sei agora teria feito um esforço para o ler à muito mais tempo.

Callie Vee é uma menina muito inteligente. No virar do século em que se encontra as mulheres ainda são bastante colocadas em 2º plano e tratadas como seres inferiores, cuja única obrigação é tratar da casa. Infelizmente para Callie esta situação é bastante inconveniente visto que o que ela pretende é ser cientista e estudar tudo o que a rodeia tal como o seu avô o faz. É admirável ver como sendo apenas uma criança de 12 anos Callie luta pelos seus interesses.

Sendo a única rapariga no meio de 7 filhos é esperado dela que se comporte e seja o orgulho da mãe em tudo o que toca à lida da casa, apesar de Callie não ter nenhum jeito para tal. É realmente ver como a personagem se desenvolve ao longo dos meses em que a história se desenvolve e as suas interacções com a família. Nomeadamente com o avô, que é a única pessoa que a compreende e apoia.

O que mais gostei na história foi o sentimento que ela transmite. É um sentimento difícil de descrever. Enquanto lia o livro só pensava naquelas tardes de Verão soalheiras em que existe aquele sentimento de calma e lanzeira à nossa volta. Em que tudo parece estar estagnado e não se ouve sequer os animais nas suas deambulações. Não sei se me consigo fazer entender com esta descrição, mas é o que mais se aproxima daquilo que senti. Simplesmente adorei todo este ambiente que a autora nos transmite ao longo da narrativa.

Não posso deixar também de falar da contextualização histórica que nos vai sendo transmitida ao longo da narrativa. Acho que nesse aspecto a autora esteve bastante bem e é fácil perceber todas as nuances do ambiente em que se viva naquela altura.

Soube recentemente que vai sair um segundo volume em inglês e estou bastante curiosa para o ler. Tenho curiosidade em descobrir qual o novo objectivo de Calpurnia e o que daí poderá advir.

Sunday's Quotes (116)

“Literature is a textually transmitted disease, normally contracted in childhood.”― Jane Yolen, Touch Magic: Fantasy, Faerie & Folklore in the Literature of Childhood