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sábado, 15 de outubro de 2016

Opinião - A Queda de Artur

Ficha Técnica:
Autor: J.R.R. Tolkien
Título Original: The Fall of Arthur
Páginas: 246
Editor: Europa-América
ISBN: 9789721061958
Tradutor: Rita Guerra

Sinopse:
A Queda de Artur, a única incursão de J. R. R. Tolkien nas lendas do rei Artur da Bretanha, pode muito bem ser vista como a sua mais delicada e hábil aventura na métrica aliterativa do inglês antigo, tendo concedido à sua interpretação inovadora das antigas narrativas uma sensação penetrante da natureza grave e determinista de tudo o que é contado: da expedição ultramarina de Artur até às distantes terras pagãs, da fuga de Guinevere de Camelot, do regresso de Artur à Bretanha e da grande batalha naval, no retrato do traidor Mordred, nas dúvidas atormentadas de Lancelot no seu castelo francês. Infelizmente, A Queda de Artur foi um dos seus vários poemas longos inacabados. Há evidências que terá começado a escrevê-lo no início dos anos 30 do século passado e estaria num estado suficientemente avançado para que o enviasse a um amigo perspicaz, que o leu com grande entusiasmo no final de 1934, e o incentivou a concluí-lo com urgência: «Tem mesmo de o terminar!» Contudo, foi em vão. Tolkien abandonou-o, em data desconhecida, ainda que alguns indícios apontem para 1937, o ano de publicação de O Hobbit e das primeiras incursões em O Senhor dos Anéis. Anos mais tarde, numa carta de 1955, disse que «esperava terminar um longo poema sobre A Queda de Artur, mas esse dia nunca chegou.

Associadas ao texto do poema, existem, contudo, várias páginas manuscritas; uma grande quantidade de rascunhos e experiências em verso, nas quais a estranha evolução da estrutura do poema é revelada, juntamente com sinopses narrativas e notas deveras significativas, ainda que desesperantes. Nestas últimas, é possível discernir associações claras, ainda que misteriosas, do fim de Artur com O Silmarillion e a amarga conclusão do amor de Lancelot e Guinevere, que nunca chegou a ser escrito.

Opinião:
Não estava à espera que mais de 50% do livro fossem explicações acerca do poema e contextualizações. Estava à espera de algo ligeiramente mais longo, como o livro anterior. E ainda por cima o poema ainda se torna mais pequeno quando pensamos que o número de páginas tem que ser dividido por dois porque temos a versão inglesa do poema e a versão portuguesa.

Como seria de esperar li a versão inglesa do poema, até porque as versões traduzidas nunca transmitem a verdadeira beleza de um poema. Confesso que ao início foi um pouco difícil entrar na cadência, no ritmo, mas com o decorrer das páginas isso deixou de ser um problema e passei a saborear realmente o poema que me era apresentado. Não posso deixar de confessar que houve alturas em que tive que ler determinadas passagens com bastante atenção e alguma repetição de modo a ter a certeza que compreendia perfeitamente aquilo que me estava a ser transmitido. Mas se gostei do poema? Gostei sim. E tenho pena que não haja mais partes da história contadas por Tolkien.

A segundo parte do livro é basicamente um estudo do poema, em que são comparadas as diferentes versões para os mesmos segmentos, e em que é analisado ao detalhe a que obras é que Tolkien foi buscar as ideias para construir um poema único, com passagens e detalhes retirados de diferentes obras. Esta parte para mim já não foi tão interessante ou esclarecedora porque a lenda Arturiana não é propriamente a minha praia e por isso perdi-me um pouco com tantas referências.

Acho que esta parte é mais apropriada para um estudioso do tema ou das obras de Tolkien. Eu sou uma simples leitora que gosta de consumir Tolkien pelo simples prazer de saber que estarei bem entregue.

Um livro que possivelmente não encherá as medidas a qualquer pessoa.