Ficha Técnica:
Autor: Peter V. Brett
Título Original: The Daylight War
Páginas: 796
Editor: ASA
ISBN: 9789892324494
Tradutor: Renato Carreira
Sinopse:
Na noite da Lua Nova, os demónios erguem-se em força, procurando as mortes dos dois homens com potencial para se tornarem o lendário Libertador, o homem que, segundo a profecia, reunirá o que resta da humanidade num esforço derradeiro para destruir os nuclitas de uma vez por todas. Arlen Fardos foi outrora um homem comum, mas tornou-se algo mais: o Homem Pintado, tatuado com guardas místicas tão poderosas que o colocam à altura de qualquer demónio. Arlen nega constantemente ser o Libertador, mas, quanto mais se esforça por se integrar com a gente comum, mais fervorosa se torna a crença destes. Muitos aceitariam segui-lo, mas o caminho de Arlen ameaça conduzir a um local sombrio a que apenas ele poderá deslocar-se e de onde poderá ser impossível regressar. A única esperança de manter Arlen no mundo dos homens ou de o acompanhar reside em Renna Curtidor, uma jovem corajosa que arrisca perderse no poder da magia demoníaca. Ahmann Jardir transformou as tribos guerreiras do deserto de Krasia num exército destruidor de demónios e proclamou-se Shar’Dama Ka, o Libertador. Tem na sua posse armas ancestrais, uma lança e uma coroa, que consubstanciam a sua pretensão e vastas extensões das terras verdes se curvam já ao seu poderio. Mas Jardir não subiu ao poder sozinho. A sua ascensão foi programada pela sua Primeira Esposa, Inevera, uma sacerdotisa ardilosa e poderosa cuja formidável magia de ossos de demónio lhe permite vislumbrar o futuro. Os motivos de Inevera e o seu passado encontram-se envoltos em mistério e nem Jardir confia nela por completo.
Opinião:
Há histórias que nos ficam na memória e que com cada página se vão infiltrando um pocuo mais em nós. Os livros deste autor são assim. A cada página o autor puxa-nos para dentro do livro, fazendo-nos sentir mais próximos dos personagens, tanto para amá-los como para odiá-los. O autor vai também aos poucos transmitindo-nos informações que vão aprofundando o mundo criado e que nos deixam a querer mais. São informações que nos fazem sentir que ficámos a conhecer um pouco mais do funcionamento daquele mundo e que ao mesmo tempo nos demonstram o quão pouco ainda sabemos.
No primeiro livro ficamos a saber a história de Arlen, no segundo ficamos a conhecer Jardir e o que o moldou, e neste ficamos a conhecer Inevera. Em cada livro ficamos então a conhecer cada um dos personagens principais e as suas motivações bem como o porquê das suas decisões e atitudes. Gosto desta abordagem do autor, em que além de nos apresentar o que está a acontecer em determinado período da história nos mostra como chegámos áquele ponto, através da apresentação da vida dos personagens. É também uma óptima maneira de fazer o desenvolvimento do mundo criado, e apresentar ao leitor a maneira como este funciona. O background montado pelo autor é sem dúvida bem pensado e cuidado.
Quando inicialmente comecei a ler estes livros era um pouco mais nova e havia certos detalhes e mensagens sobentendidas que não tinha capacidade para apreender. Neste momento isso já não acontece. Se antes o que me interessava era toda a acção e a luta com os corelings o que neste momento me prende mais a atenção é a guerra santa que ocorre ao longo de todo o livro. Porque é isso que basicamente acontece. Mais que a tentativa de os humanos conseguirem livrar-se do jugo a que estão sujeitos pelos demónios, aquilo que mais relevância tem na história é a cruzada que Jardir efectua na esperança de conquistar um povo, tentando que este passe a viver segundo as leis e a religião praticadas em Krasia. Ao longo de toda a história não pude deixar de sentir que o verdadeiro antagonista não são os demónios do núcleo, mas sim Jardir e a sua primeira esposa Inevera. São eles que a todo o momento se opõem a Arlen, tentanto dominar todas as outras pessoas, em vez de as libertar.
Além das personagens principais podemos também verificar o desenvolvimento de outras personagens de relevância, como Leesha e Rojer. Leesha parece ter perdido o rumo, e apesar de querer controloar toda a gente e dizer-lhes o que devem ou não devem fazer, comete erros atrás de erros e parece tornar-se cada vez mais ingénua e idiota do que desenvolver-se e tornar-se cada vez uma personagem mais sólida. Já Rojer mostra um desenvolvimento interessante. Mostrando-se capaz de tomar decisões e enfrentar desafios apesar do medo que estes lhe trazem. Além disso percebe cada vez mais o seu poder para controlar demónios através da sua música. Auxiliado pelas suas esposas, da linhagem de Jardir, ganha cada vez mais proeminência na luta contra os demónios. Foi também agradável verificar que, apesar de todos os ensinamentos e do fanatismo inculcado nas Dama'ting desde o início do seu treino, estas são capazes de aprender novos costumes e apreciá-los, deixando de fazer julgamentos e aprendendo a aceitar que às vezes aquilo que aceitamos como sendo verdades absolutas podem não o ser quando vistas de uma outra perspectiva.
O final é avassalador e inesperado. O autor trocou-me completamente as voltas com o rumo que decidiu tomar, e pergunto-me o que irá acontecer daqui para a frente, se aquilo que o autor deu a entender foi aquilo que realmente aconteceu. No entanto fiquei também a sentir que se aquilo que o autor nos dá a entender se verificar realidade vai-se perder uma parte importante da história, e isso deixou-me uma sensação de vazio. Vou ficar a aguardar ansiosamente pela quarta parte desta maravilhosa história que tem data de lançamento programada, em inglês, para 2015.
(Livro lido em parceria com o Segredo dos Livros)
No primeiro livro ficamos a saber a história de Arlen, no segundo ficamos a conhecer Jardir e o que o moldou, e neste ficamos a conhecer Inevera. Em cada livro ficamos então a conhecer cada um dos personagens principais e as suas motivações bem como o porquê das suas decisões e atitudes. Gosto desta abordagem do autor, em que além de nos apresentar o que está a acontecer em determinado período da história nos mostra como chegámos áquele ponto, através da apresentação da vida dos personagens. É também uma óptima maneira de fazer o desenvolvimento do mundo criado, e apresentar ao leitor a maneira como este funciona. O background montado pelo autor é sem dúvida bem pensado e cuidado.
Quando inicialmente comecei a ler estes livros era um pouco mais nova e havia certos detalhes e mensagens sobentendidas que não tinha capacidade para apreender. Neste momento isso já não acontece. Se antes o que me interessava era toda a acção e a luta com os corelings o que neste momento me prende mais a atenção é a guerra santa que ocorre ao longo de todo o livro. Porque é isso que basicamente acontece. Mais que a tentativa de os humanos conseguirem livrar-se do jugo a que estão sujeitos pelos demónios, aquilo que mais relevância tem na história é a cruzada que Jardir efectua na esperança de conquistar um povo, tentando que este passe a viver segundo as leis e a religião praticadas em Krasia. Ao longo de toda a história não pude deixar de sentir que o verdadeiro antagonista não são os demónios do núcleo, mas sim Jardir e a sua primeira esposa Inevera. São eles que a todo o momento se opõem a Arlen, tentanto dominar todas as outras pessoas, em vez de as libertar.
Além das personagens principais podemos também verificar o desenvolvimento de outras personagens de relevância, como Leesha e Rojer. Leesha parece ter perdido o rumo, e apesar de querer controloar toda a gente e dizer-lhes o que devem ou não devem fazer, comete erros atrás de erros e parece tornar-se cada vez mais ingénua e idiota do que desenvolver-se e tornar-se cada vez uma personagem mais sólida. Já Rojer mostra um desenvolvimento interessante. Mostrando-se capaz de tomar decisões e enfrentar desafios apesar do medo que estes lhe trazem. Além disso percebe cada vez mais o seu poder para controlar demónios através da sua música. Auxiliado pelas suas esposas, da linhagem de Jardir, ganha cada vez mais proeminência na luta contra os demónios. Foi também agradável verificar que, apesar de todos os ensinamentos e do fanatismo inculcado nas Dama'ting desde o início do seu treino, estas são capazes de aprender novos costumes e apreciá-los, deixando de fazer julgamentos e aprendendo a aceitar que às vezes aquilo que aceitamos como sendo verdades absolutas podem não o ser quando vistas de uma outra perspectiva.
O final é avassalador e inesperado. O autor trocou-me completamente as voltas com o rumo que decidiu tomar, e pergunto-me o que irá acontecer daqui para a frente, se aquilo que o autor deu a entender foi aquilo que realmente aconteceu. No entanto fiquei também a sentir que se aquilo que o autor nos dá a entender se verificar realidade vai-se perder uma parte importante da história, e isso deixou-me uma sensação de vazio. Vou ficar a aguardar ansiosamente pela quarta parte desta maravilhosa história que tem data de lançamento programada, em inglês, para 2015.
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