segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Opinião - A Voz dos Deuses

Ficha Técnica:
Autor: Trudi Canavan
Título Original: Voice of the Gods
Páginas: 552
Editor: Planeta
ISBN: 9789896573805
Tradutor: ?

Sinopse:
Apesar da sua esperança de paz como protectora de Siyee, Auraya não consegue evitar ser apanhada no meio do conflito. Ela sente que tem de escolher entre aqueles que ama e os que jurou servir. Mirar desfruta a aceitação e o respeito que recuperou entre o seu povo, e Emerahl é por fim capaz de se juntar aos Pensadores para a busca do Pergaminho dos Deuses. Os Pentadrians estão determinados a vingar-se dos Circlians conquistados, urdindo um esquema para os derrubar, evitando o conflito directo. Porém, a chave poderá encontrar-se entre os Selvagens, que embarcam numa busca de segredos enterrados há muito. Segredos que podem mudar o mundo…

Opinião:
Se há uma autora que leio regularmente e que tenho seguido com prazer essa autora é a Trudi Canavan. É uma autora que por norma me surpreende sempre. Nunca estou à espera de gostar tanto dos livros dela como acabo por gostar. Talvez porque costuma passar-se tanto tempo entre os livros que leio que acabo por me esquecer do quanto gosto da autora. Tanto esta trilogia como a sua outra, editada pela Presença, foram pequenas delícias que encontrei nas minhas andanças literárias.

Este último livro conta-nos os acontecimentos desde que Auraya desistiu de ser uma Branca e refugiar-se em Siyee, até ao final da guerra. Durante o desenrolar da história vamos tomando conhecimento de certos aspectos dos quais desconfiavamos e de outros que nunca esperámos. No entanto, apesar de ter gostado do livro senti que estava aquém dos anteriores. Li à pouco tempo o livro anterior e fiquei completamente arrebatada, e por isso secalhar esperava mais deste livro. Esperava mais emoção da parte dos personagens e um final mais bombástico. Achei que em determinadas alturas a autora arrastava a narrativa, de modo a alongar a história no tempo, sem que houvesse propriamente necessidade de tal coisa. Além deste arrastar outra característica deste livro que me aborreceu foi o constante alternar do narrador da história. Em cada capítulo eram-nos apresentados pontos de vista de várias personagens, o que se tornava cansativo. A outora poderia ter-se restringido a dois ou três personagens por capítulo. Algumas das escolhas da autora para POV também não me convenceram, como o ponto de vista da nova escolhida pelos Brancos, e das suas acções ao longo da história. Não me parece que estas tenham contribuído para o desfecho da história. Preferia muito mais ter visto os acontecimentos do ponto de vista de Danjin.

A nível das personagens, de um modo geral, gostei de todas e continuo a achar que estavam bem criadas e desenvolvidas. Gostei de observar o crescimento de Auraya e a perda da sua inocência relativamente aos Deuses. A maneira como ela se apercebe que as coisas não são como ela pensava, que os Deuses também são falíveis e cometem erros, que para eles nada mais somos que peões num jogo, reflete um pouco a opinião de algumas pessoas hoje em dia, e isso faz-me questionar se a autora não se sentirá assim. Por outro lado Mirar também cresce, mas ao contrário de Auraya que perde a sua inocência, este desenvolve-se para um estado de graça e paz. É curioso ver como consoante a idade dos personagens estes procuram diferentes estados de espírito. Outros personagens como Emeral, os gémeos, Gul e Imenja, são personangens que trazem dinâmica à história e que ajudam a prender o leitor à narrativa por causa das suas personalidades.

Um livro do qual gostei, mas que achei ser um livro final fraco no conjunto. Esta é uma trilogia que recomendo e que acho que merece uma oportunidade da parte dos leitores. No entanto não posso deixar de indicar que na globalidade achei a sua outra trilogia melhor que esta.

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