quarta-feira, 27 de abril de 2016

Opinião - Êxtase

Ficha Técnica:
Autor: J. R. Ward
Título Original: Rapture
Série: Fallen Angels, #4
Páginas: 468
Editor: Quinta Essência
ISBN: 9789897260773
Tradutor: Filipa Aguiar

Sinopse:
Mels Carmichael, jornalista do Caldwell Courier Journal, apanha o maior choque da sua vida quando um homem se atravessa à frente do seu carro junto ao cemitério local. Depois do acidente, a amnésia dele é o tipo de mistério que ela gosta de solucionar, mas em breve descobre que o passado é demasiado misterioso... e que está a apaixonar-se pelo estranho. Enquanto as sombras oscilam entre a realidade e o outro mundo, e a memória do seu amante começa a voltar, os dois aprendem que nada está realmente morto e enterrado. Em especial quando se está preso numa guerra entre anjos e demónios. Com a alma em jogo, e o coração de Mels em risco, o que irá ser preciso para salvar ambos?

Opinião:
Já li o livro anterior à pelo menos um ano, o que significa que algumas coisa já se encontravam meio apagadas da minha memória. Com a ajuda da autora lá fui conseguindo lembrar-me onde é que o Matthias entrava e qual o seu papel. Houve algumas referências que me escaparam, mas não é nada a que já não esteja habituada.

Uma vez mais Jim Heron tem que tentar influenciar uma alma a fazer a escolha correta. E desta vez a questão pode ser ligeiramente mais complicada visto que essa alma já teve uma oportunidade e deu cabo dela. O que é que a impede de voltar a cair nos mesmos erros? Afinal de contas dificilmente uma pessoa consegue mudar de completamente maquiavélica para boa só porque sim.

O casal da narrativa é então Mels e Matthias. Ela é uma jornalista e ele é um assassino sem escrúpulos que perdeu a memória quando regressou à terra. Tanto ela como ele passam por períodos de descoberta em que ficam a perceber-se melhor a si mesmos. Através da sua relação com Matthias, Mels acaba por perceber que a morte do pai ainda a afecta e que de certa forma a fez pôr a sua vida em standby. Já Matthias acaba por se aperceber que uma pessoa tem sempre a capacidade para fazer o que está certo, independentemente daquilo que fomos ou daquilo que os nosso instintos nos dizem. A decisão de que caminho tomar é sempre nossa, e podemos optar por fazer aquilo que é certo ou aquilo que é fácil.

Foi fácil gostar de Mels, ela é uma rapariga cheia de genica, que sabe tomar conta de si própria e que não deixa que lhe passem a perna. Ao mesmo tempo é extremamente inteligente e quando agarra não larga mais o osso. Matthias foi um personagem um pouco mais dúbio, não me lembro muito dele do livro anterior em que apareceu, e a verdade é que as coisas que são reveladas neste livro não me fizeram propriamente sentir repugnada com as suas acções. Acho que aqui me ficou a faltar a sensação de que ele lutou pela sua redenção.

Claro que as coisas para o Jim e o Aidan não estão nada fáceis. A morte do Eddie ainda os afecta bastante e é difícil viver sem a voz da razão. Contudo ambos estão a aprender a lidar com a sua ausência. Principalmente Aidan começa a mostrar qual a sua verdadeira fibra, e gostei de ver que ele é capaz de fazer sacrifícios e pensar racionalmente. Só espero que aquilo que ele fez não tenho implicações permanentes. Já o Jim está cada vez mais num buraco sem fundo. A sua obsessão com a Sissy é bastante irritante e a maneira como ele deixa que a Devina o afecte está a passar de moda. Ao mesmo tempo é notório que cada vez menos a Devina tem papel de má. A sensação com que fico é que o vilão aqui é a própria alma a ser salva e a obsessão do Jim. A Devina está ali apenas como uma desculpa para os empurrões nas devidas direcções. Além de que é sempre interessante ver as sessões de terapia que a Devina tem. Apesar de toda a sua maldade ela tem também problemas, problemas esses que acredito serem desmoralizantes, principalmente para um demónio...

Tirando o facto de existirem vários momentos em que achei que a autora se andava a arrastar, este até foi um livro que me agradou. Faltam apenas dois para acabar a série e saber que lado vai ganhar.

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