domingo, 28 de julho de 2013

Opinião - Lisboa no Ano 2000 (Parte 2)


Ficha Técnica:
Organizador: João Barreiros
Páginas: 448
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374778

Sinopse:
Bem-vindos à maior cidade da Europa livre, bem longe do opressivo império germânico. Deslumbrem-se com a mais famosa das jóias do Ocidente! A cidade estende-se a perder de vista. O ar vibra com a melodia incansável da electricidade.

Deixem-se fascinar por este lugar único, onde as luzes nunca se apagam, seja de noite, seja de dia. aqui a energia eléctrica chega a todos os lares providenciada pelas fabulosas Torres Tesla.

Nuvens de zepelins sobem e descem com as carapaças a brilhar ao sol. Monocarris zumbem por todo o lado a incríveis velocidades de mais de cem quilómetros à hora. O ar freme com o estímulo revigorante da electricidade residual. Bem-vindos ao século XX!

Lisboa no Ano 2000 recria uma Lisboa que nunca existiu. Uma Lisboa tal como era imaginada, há cem anos.

Opinião:
E aqui vem a Parte 2, que contempla a opinião a mais 5 contos desta Antologia.

Nanoamour de Ricardo Cruz Ortigão - Uma vez mais é-nos apresentado um conceito interessante na medida em que o autor nos apresenta a possibilidade de modelar tanto os sentimentos humanos como as suas crenças e acções através da alteração dos impulsos eléctricos libertados pelo cérebro aquando da transmissão da informação. O conto tem também um twist final que me deixou com um sorriso ao canto da boca. Apesar disso achei que a personagem principal poderia divagar menos tornando a leitura menos confusa.

Energia das Almas de João Ventura - Neste conto o autor conseguiu abordar um assunto bastante delicado ainda hoje em dia. A questão da alma. Nesta Lisboa as almas acabam por se tornar maçadoras e ter que ser exorcizadas. Então porque não aproveitá-las para a produção de energia? Apesar de o conto abordar a questão de um ponto de vista interessante achei-o pouco esclarecedor e contextualizado em relação a alguns aspectos que poderiam ter servido para dar mais impacto ao final do conto.

Fuga de Joel Pulga - Não tenho nada a apontar neste conto. Gostei dos personagem, dos acontecimentos e da maneira como o autor os escreveu. Os sonhos são sempre a nossa fuga e muitas das vezes a única maneira de mantermos a nossa sanidade. Nota-se, ainda, uma certa obsessão por parte de Tércio relativamente ao seu sonho de escritor, além de que é curioso verificar até onde este está disposto a ir para o manter.

O Obus de Newton de Telmo Marçal - Até agora foi dos contos que mais me desagradou e custou ler. Achei-o extremamente confuso, com os saltos entre locais, pontos de vista e tempo. Achei que o autor poderia ter, no início de cada parte, dar algum contexto ao leitor do que estava a passar naquele momento. Havia alturas em que sinceramente não percebia o porquê de nos estarem a ser descritas determinadas situações.

Ex-Machina de Michael Silva - De certa forma um pequeno thriller, gostei da maneira como o autor nos foi desvendando aos poucos o porquê do comportamento dos operários que trabalhavam perto da torre Tesla. A ideia do autora de uma entidade associada à torre Tesla é interessante e a contextualização da mesma foi bem conseguida. Além de que o autor faz uma bela crítica ao comportamento lascivo de alguns membros da igreja católica.

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