domingo, 17 de setembro de 2017

Opinião - Imperador dos Espinhos

Ficha Técnica:
Autor: Mark Lawrence
Título Original: Emperor of Thorns
Série: Trilogia dos Espinhos, #3
Páginas: 416
Editor: Topseller
ISBN: 9789898855046
Tradutor: Renato Carreira

Sinopse:
Um rei em busca da vingança 
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador. 

Um império sem imperador há cem anos 
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária. 

Um adversário temível e desconhecido 
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos.

Opinião:
À semelhança do livro anterior, em Imperador dos Espinhos, mantemos um registo narrativo em que oscilamos entre dois períodos temporais distintos: Jorg com 20 anos, no presente, a caminho do Congresso, com intenções de ser eleito Imperador; e Jorg, há 5 anos atrás, em deambulações pelo Império Arruinado. Para além dos referidos capítulos, que oscilam entre passado e presente, e em vez de passagens do diário de Katherine, temos interessantes capítulos que narram o decorrer dos acontecimentos pelos olhos da necromante Chella.

Com muita pena minha, achei este último volume da trilogia dos espinhos o mais fraco de todos. Gostei do livro, não me interpretem mal, mas foi mais parado e não me convenceu como os anteriores. Dei por mim à espera de uma ligação explosiva entre os dois tempos narrados que pouco estardalhaço fez, e tive de me contentar com um final apressado e algo insípido. Convenhamos, estamos a falar do grande sacana Jorg de Ancrath... Concordo com o autor quando diz preferir que os leitores se despeçam de Jorg enquanto está num ponto alto em vez de andar a esticar a história por não sei quantos livros, mas preferia ter lido mais uns capítulos e ter um final bombástico e melhor delineado do que um a correr.

Um dos grandes mistérios da obra, que reside na identidade do temido Rei Morto, que persegue Jorg há tempos infindos, foi fácil de descortinar devido a uma pista fulcral dada demasiado cedo. Uma grande pena quando se trata de uma matéria que podia ter tido tanto impacto.
No entanto, foi interessante acompanhar as viagens de Jorg às terras prometidas dos Ibéricos, onde se cruzou com os cruéis Perros Viciosos e fez grande estrago; ao norte de África onde se viu obrigado a andar de camelo e não só reencontrou o matemago Qalasadi como se viu na  presença de Ibn Fayed; bem como todo o seu percurso sinuoso até ao Congresso em Vyene.

Algo que também gostei de ver, neste caso ao longo da trilogia, foi o amadurecimento de Jorg, que apesar de nunca deixar de ser o canalha que é, foi ao menos tomando consciência dos seus maus actos, foi ganhando afeição por este e aquele personagem, revelando-se capaz de actos de alguma nobreza. Mas melhor ainda, e lá mais para o final, a constatação do grande amor que sente pelo seu filho. Um amor que o deixou estupefacto conseguir sentir, e o alívio ao perceber que não foi totalmente maculado pelo seu pai.

No fim, ficou bem explicito que a morte de William, o espinho cravado bem fundo em Jorg, que o atormentou toda a vida, é a verdadeira força motriz de toda a história. É devido a ela que tudo começa, que o nosso protagonista é moldado, e é devido a ela que tudo termina.

Apesar de um final pouco trabalhado que carece de alguma credibilidade e pedaços de informação, Mark Lawrence construiu uma boa trilogia e um protagonista difícil de esquecer. No geral, gostei muito do que li e espero vir a mergulhar novamente neste negro Império.


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