Autor: Anne Bishop
Título Original: The House of Gaian
Páginas: 431
Editor: Saída de Emergência
ISBN: 9789896374662
Tradutor: Luís Coimbra
Sinopse:
Começou como uma caça às
bruxas, mas o plano do Inquisidor-Mor para eliminar todos os vestígios
de poder feminino que há no mundo prevêem agora a aniquilação dos barões
de Sylvalan que se lhe opõem… e a destruição do berço de toda a magia: a
Serra da Mãe. Humanos e feiticeiras formam uma aliança difícil com os
Fae para fazerem frente a esse inimigo terrível. No entanto, mesmo unidos,
não têm força suficiente para resistirem aos exércitos mobilizados pela
Inquisição. Procuram por isso o apoio do último aliado ao qual podem
recorrer: a Casa de Gaian. As feiticeiras que vivem isoladas na Serra da
Mãe têm poder suficiente para criarem um mundo… ou para o destruírem.
O antigo lema das bruxas: «Não fareis o mal», arrisca-se a ser esquecido por força de uma necessidade mais premente: a necessidade de sobreviverem.
O antigo lema das bruxas: «Não fareis o mal», arrisca-se a ser esquecido por força de uma necessidade mais premente: a necessidade de sobreviverem.
Opinião:
E uma vez mais Bishop faz aquilo que melhor sabe, deixar uma pessoa completamente enredada nas suas histórias.
Em A Casa de Gaian vemos o tão aguardado desfecho. Tudo aponta para uma guerra iminente entre os Mantos Negros e os seus seguidores e a restante população deste mundo que Bishop tão sabiamente criou, e quando falo em população refiro-me a todos os seres que habitam este mundo. E sim, a história é emocionante e os acontecimentos deixam-nos agarrados ao livro, mas o mais importante continua a ser o carisma das personagens, as personalidades, as suas acções relativamente àquilo que lhes vai acontecendo ao longo do caminho.
Este é um livro que agarra do início ao fim. Com uma aura um pouco mais obscura que os seus antecessores é-nos dado a conhecer em profundidade o verdadeiro ser das mais diversas personagens e aquilo que realmente significam os seus títulos. Ashk foi tudo aquilo que se podia esperar dela e mais. O seu poder, a sua agressividade, a sua preocupação com os humanos e ao mesmo tempo o seu respeito pelas Filhas da Casa de Gaian tornam-na numa personagem extremamente forte e completa. E Morag, a personagem preferida da maior parte das pessoas, foi uma das mais difíceis de seguir pela sua inconstância, a preocupação com ela acaba por se tornar tão real que parece que estamos frente a uma "pessoa de carne e osso". Ainda das antigas personagens foi fantástico rever Liam e Breanna. As suas picardias e tiradas trazem um sorriso ao nosso rosto sem que nos apercebamos de tal coisa. E se houve alguém que nos conseguiu surpreender no fim foi Diana. Apesar de tudo fiquei triste por não poder ver mais de Neall e Ari.
Adorei conhecer todas as novas personagens que nos surgem neste última capítulo de uma história única. Todas tão cuidadas e bem construídas como se a autora as tivesse vindo a desenvolver desde o início da história. Gwenn, a baronesa que diz e faz o que quer, Selena, a nova caçadora, Rhyann, o Senhor do selkies, e algumas mais tornaram a história mais completa e equilibrada. Além de que finalmente passarmos a conhecer as habitantes da Serra da Mãe e o significado de se ser uma dá uma outra profundidade à história.
Além de todas as personagens maravilhosas criadas por Bishop, não se pode deixar de lado a sua escrita que faz com que nos embrenhemos completamente na história e que faz com que aquele mundo que imaginemos se torne o nosso mundo. Posso dizer que ri e chorei em determinados momentos e com determinadas personagens. E quando um autor consegue fazer isso a um leitor tem sem sombra de dúvida um dom para criar.
Infelizmente, como normalmente não há bela sem senão, houve determinadas alturas em que sentia que determinadas situações eram apressadas e podiam ter sido trabalhadas de uma outra maneira. E em alguns casos senti também que a autora estava a ser um pouco óbvia.
Se ainda restam dúvidas sobre se esta trilogia vale ou não a pena, só tenho uma coisa dizer: É Bishop.
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